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Armando Lourenzo

Doutor e Mestre em Administração pela FEA-USP. Pós-graduado em Filosofia pela PUC. Diretor da EY University. Presidente do Instituto EY. Professor da FIA, USP (PECEGE) e Casa do Saber.
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Diversidade é mais do que uma necessidade das empresas. É obrigação

Possibilitar a criação de equipes com diferentes perfis traz experiências e olhares complementares para a resolução de um desafio.

Por Armando Lourenzo
1 abr 2024, 06h00
A

diversidade sempre foi um ponto permeado pelas equipes de RH, mas com o avanço da agenda ESG e dos desdobramentos que ela trouxe para os ambientes de trabalho, isso deixou de ser uma necessidade. Mais do que nunca, é uma realidade e uma obrigatoriedade.

E quando falo de termos equipes diversas não é apenas uma questão de reputação ou employer branding. É uma questão de eficiência e produtividade também. Possibilitar a criação de equipes com diferentes perfis traz experiências e olhares complementares para a resolução de um desafio.

Apostar e investir de maneira orquestrada e organizada em diversidade é investir em iniciativas que serão geradoras de oportunidade e que permitirão melhorar os níveis de empregabilidade da sociedade.

Aqui na EY, por exemplo, temos um compromisso com a diversidade com nossos colaboradores e demais stakeholders, que se reflete em variados programas e projetos ao longo do ano. Temos um que surgiu aqui no Brasil e foi criado com o objetivo de ser um movimento em busca de um
universo de trabalho mais inclusivo e igualitário, que visa contribuir para a empregabilidade de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Com esse programa, conseguimos levar oportunidade para o mercado e também formar profissionais para trabalhar na própria companhia. Com a presença de mulheres, negros, pardos, LGBTQIA+, transgêneros, não binários, pertencentes as classes sociais mais inferiores, refugiados e
migrantes é possível formar squads diversos e complementares. E com isso, ter um ambiente interno melhor e mais confortável porque as pessoas se sentem mais incluídas e pertencentes aquele local de trabalho.

Um estudo global da EY que ouviu mais de cinco mil colaboradores pelo mundo, inclusive no Brasil, indica que mais de 80% dos entrevistados sentiram-se ou sentem-se solitários no trabalho. E 49% sentem-se mais solitários hoje do que antes da pandemia.

Mais de 80% dos entrevistados sentiram-se ou sentem-se solitários no trabalho.

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Junto a isso, temos outros dados que assustam mas não podem ficar à margem do debate. O Center for Talent Innovation realizou uma pesquisa que mostra que 33% das empresas existentes no Brasil não contratariam pessoas LGBTQIA+ para cargos de chefia. E não para por aí. 41% dos funcionários
LGBTQIA+ afirmam já terem sofrido algum tipo de discriminação em razão de sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho.

A falta de diversidade étnica, infelizmente, também é uma realidade do mercado de trabalho. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2023 do IBGE, mesmo correspondendo a maioria da população, os pretos e pardos tiveram rendimentos menores em comparação aos trabalhadores brancos. O rendimento-hora da população ocupada branca foi 61,4% maior que a de pretos ou pardos e, ao observar o rendimento médio real, a disparidade é ainda maior. Os brancos ganharam 64,2% a mais que os pretos ou pardos no mesmo período de análise.

Diversidade é transformar, abrir leques e gerar oportunidades. Garanto que liderar um time assim, será muito mais enriquecedor, transformador e, não menos importante, inspirador.

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