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Armando Lourenzo

Doutor e Mestre em Administração pela FEA/USP. Presidente do Conselho Consultivo do EY Institute. Líder de Consultoria da Lourenzo: Gestão e Estratégia. Professor da FIA e Casa do Saber. Palestrante. Escritor.
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A liderança participativa é o presente ou o futuro?

Com as novas gerações dentro das organizações e ambientes mais diversos, pessoas centralizadoras ao extremo devem perder espaço.

Por Armando Lourenzo
Atualizado em 17 Maio 2021, 18h02 - Publicado em 17 Maio 2021, 16h09
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 (ALotOfPeople/Getty Images)
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Uma das maiores tendências sobre liderança, sem dúvida, é a liderança participativa. Ela tem como principal característica a valorização da participação de pessoas durante o processo de tomada de decisões. Com as novas gerações dentro das organizações e ambientes mais diversos, pessoas centralizadoras ao extremo perderão cada vez mais espaço.

A liderança participativa, no entanto, exige alguns cuidados. Há pontos de atenção, como o perfil dos profissionais da equipe, a cultura da empresa, o nível de qualificação das pessoas, o tempo para a tomada de decisão e a democratização de informações.

Pessoas que trabalham em ambientes mais participativos tendem a estar abertas a esse tipo de liderança – e, claro, ter algumas habilidades comportamentais mais afinadas. Em geral, os líderes participativos são pessoas que perguntam, têm iniciativa, curiosidade, sabem trabalhar em equipe, compreendem quando suas ideias não são aceitas e têm uma clara orientação para colaborar com a empresa, bem como com a sua área. Esses líderes também dominam questões técnicas, uma vez que precisam conhecer as áreas da empresa com um bom nível de profundidade para estarem aptos a apresentar ideias e entender seus impactos na organização.

A cultura organizacional também deve dar sustentação a essa maneira de liderar pois, nas organizações em que as decisões normalmente são tomadas de forma centralizada desde a alta chefia, torna-se muito difícil trabalhar de maneira mais colegiada em razão das rígidas linhas hierárquicas. Em companhias que atuam sob esse modelo de gerenciamento, geralmente há baixa tolerância a erros, algo que destoa de uma gestão que envolva uma maior participação de todos.

Alguns podem achar que a liderança participativa torna as decisões mais demoradas. Em certa medida, esta crença tem sentido. Uma vez que mais pessoas estão participando do processo decisório, é possível tornar o consenso mais difícil. Porém, existem possibilidades de resultar em decisões mais rápidas, já que muitos assuntos não precisam chegar a níveis superiores. Evidentemente que os tipos de decisão precisam estar definidos em relação às competências e atribuições de cada colaborador ou equipe, pois sempre haverá limites.

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Pode-se afirmar que isso estimula o compromisso dos funcionários, diminui o risco da tomada de decisão e, como é baseada em mais opiniões e informações, pode ser também um caminho mais seguro. É importante destacar, no entanto, que trabalhar sob um modelo mais participativo não significa que todos os membros da equipe tomarão todas as decisões, mas sim que a participação no processo decisório deve ser valorizada, mesmo que seja apenas com sugestões.

Um ponto-chave para que o processo funcione é a democratização das informações. Para que as pessoas possam dar ideias, sugestões ou mesmo indicar caminhos, é necessário que tenham acesso a dados e subsídios sobre o que está sendo discutido.

Como líder, é fundamental saber moderar uma reunião sem tolher os envolvidos e, ao mesmo tempo, não deixar que se perca o foco sobre o que está em debate, a ponto de terminar o encontro sem nenhuma conclusão. É importante que todos tenham a oportunidade de falar e é necessário incentivar a participação dos presentes, além de estar atento para não deixar que um ou outro participante domine a cena e monopolize a discussão.

Encontrar a medida certa sobre quais habilidades enfatizar nas diferentes situações ou mesmo a qual estilo de gestão dar mais ênfase não são mesmo tarefas simples. Mas esse equilíbrio será, certamente, cada vez mais necessário e desejado pelas corporações e, por conta disso, crucial para o futuro.

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