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Startup adota home office permanente com plano de adaptação às equipes

A empresa vai permitir que o colaborador escolha entre três planos pós-pandemia, que são para o home office permanente, parcial ou nenhum

Por Monique Lima
Atualizado em 17 out 2024, 11h11 - Publicado em 9 jul 2020, 06h00
"Como empresa de tecnologia que influencia com “novas tendências”, é importante que demos os primeiros passos" - John Delaney, COO da Xerpa (Xerpa/Divulgação)
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São Paulo – O home office veio para ficar. Essa é a certeza de muitos especialistas da área de carreira. Depois da quarentena, em que a alternativa de muitas empresas para manter as atividades foi colocar os funcionários para trabalhar em casa, a modalidade de trabalho ganhou força.

Segundo dados da plataforma de busca de empregos, Catho, profissionais têm procurado mais por vagas de emprego que disponibilizem home office. Se comparados os meses de abril/maio e janeiro/fevereiro deste ano, o aumento é da ordem de 198%.

Cientes desse fato, a plataforma de serviços financeiros Xerpay, decidiu tornar a experiência do trabalho remoto uma opção definitiva para seus funcionários. “Nossa pesquisa interna indicou que 94% do time sente a produtividade igual ou melhor trabalhando em casa, e isso tem se comprovado nos resultados da empresa, que estão constantes, sem grandes alterações nos últimos meses”, diz John Delaney, COO da Xerpa.

A experiência

A decisão da empresa foi baseada em alguns fatores de curto e longo prazo, segundo John. Em curto prazo foi considerada a volta ao escritório pós-pandemia. “Muitos dos nossos colaboradores utilizam o transporte público no translado até o trabalho, e essa é uma forma muito arriscada de trajeto antes que a população esteja em sua maioria vacinada, não queremos coloca-los nessa situação”, diz John. Já as considerações de longo prazo foram mais abrangentes.

Na pesquisa interna lançada em maio na empresa, cerca de 77% dos 100 funcionários responderam que gostariam de continuar trabalhando remotamente, quando o isolamento acabar. Com números tão expressivos, outros temas foram considerados pelos executivos. “Para quem conseguiu se adaptar ao home office, a melhora na qualidade de vida é uma realidade. Você não tem mais estresse e preocupações com o translado até o trabalho, não perde horas no trânsito e tem mais tempo para a vida pessoal e familiar”, diz John.

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O executivo também destaca as contribuições ambientais, como a diminuição na quantidade de carros que circulam pela cidade e, por conseguinte, nas emissões de carbono na atmosfera, além da possibilidade de maior diversidade dentro da empresa, com contratações foram dos estados da sede. “Se existem tantos benefícios em flexibilizar a modalidade de trabalho para nossos funcionários, por que não? ”.

A solução

Os 33% que não se mostraram favoráveis ao home office permanente não foram esquecidos no plano da empresa. “Entendemos que é uma escolha muito pessoal e que depende do contexto de vida de cada um, por isso optamos por flexibilizar ao máximo e não impor a medida”, conta John.

A empresa instituiu um plano de flexibilização que conta com três opções: trabalho remoto permanente, parcial ou jornada no escritório. A escolha é livre e pode ser alterada a qualquer momento, basta avisar ao RH. Os benefícios concedidos para cada uma das experiências de trabalho também diferem. “Criamos o valor único, que é uma ajuda de custo para o serviço de internet e energia elétrica de quem optar pelo home office permanente”.

Os que vão permanecer no escritório, terão o local reduzido pela metade. Dos dois andares que eram ocupados em um prédio na Vila Madalena, foi mantido apenas um, de 400 m². “Ficamos com o melhor dele: o lounge, a chopeira, áreas de descompressão e lazer. Com um time majoritariamente remoto, o nosso escritório vai servir como lugar para reuniões em momentos sociais – quando isso for possível, com segurança”.

Desafio da liderança

Embora esse tempo de quarentena já esteja servindo de aprendizado para o que será o trabalho remoto permanente, ainda há um grande caminho a ser percorrido em termos de cultura na empresa. “Num primeiro momento tivemos o medo de que todos os gerentes optassem por ficar no escritório e colaboradores que também fizessem essa escolha tivessem uma vantagem de convívio em relação aos outros. Mas isso não aconteceu, muitos líderes optaram pelo trabalho remoto e sentimos que já é um grande começo para reforçar a nova cultura”.

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Para que qualquer dúvida em relação a vantagem de trabalhar presencialmente não se firme, outra decisão foi tomada. Todas as reuniões serão feitas no ambiente virtual, para que não haja exclusão nas tratativas ou qualquer forma de segregação. “É horrível ser a única pessoa da reunião presente de forma remota, não queremos isso”.

Sinal dos tempos? Para John sim, e como empresa de tecnologia que influencia com “novas tendências”, ele afirma ser importante sair na frente e dar os primeiros passos.

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