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Como lidar com ambientes tóxicos no trabalho

Trabalhar em um escritório infernal não destrói só a autoestima: arrebenta até a sua capacidade cognitiva. Entenda as forças que transformam certas empresas em câmaras de tortura. E saiba como uma experiência ruim pode servir de trampolim para uma vida profissional mais saudável.

Por Alexandre Carvalho | Edição: Alexandre Versignassi | Ilustração: Andressa Meissner | Design: Tiago Araujo
Atualizado em 17 jun 2021, 20h56 - Publicado em 7 jun 2021, 13h06
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 (Andressa Meissner/VOCÊ S/A)
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Meu nome é Alexandre Carvalho, sou jornalista e, no meu começo de carreira, sobrevivi a uma temporada no pior escritório do mundo – provavelmente não era, talvez haja lugares piores nas repartições públicas da Coreia do Norte. Mas acho que você entendeu o meu ponto. Se não entendeu, vem comigo…

Era uma editora de porte médio. Apesar de o jornalismo viver de informação, tínhamos de pedir licença à gerente administrativa para fazer ligações para o mundo exterior – o uso do celular era proibido. Internet? Só 5 minutos por dia. Era o tempo liberado para pesquisar tudo o que fosse necessário para sua matéria.

Um sistema de câmeras não menos invasivo que o do BBB monitorava a sala de redação o tempo todo. De verdade. A tal gerente administrativa trabalhava diante de duas telas: uma do computador em que fazia suas burocracias e outra que mostrava nossa entediante rotina.
Se você ia ao banheiro mais de duas vezes no mesmo expediente, o telefone do chefe de redação tocava: “Marco, por que o Alexandre foi ao banheiro de novo? Ele está doente? Por que não está trabalhando?”. Sim, a executiva contava as vezes que cada um ia cuidar dos seus negócios no vaso sanitário. Também telefonava se percebesse alguém mais de 5 minutos sem digitar qualquer coisa. Ou se ela visse duas ou três pessoas rindo ao mesmo tempo.

Mas minha passagem por lá foi um voo de cruzeiro perto do que viveu meu chefe direto, Marco Marcelino, um verdadeiro herói da resistência. Porque a dona da empresa, a que inventava essas normas kafkianas, detestava o Marco. Só não o demitia porque, nos temas técnicos das publicações que editávamos, só ele era bom de fato.

Até o dia em que – na perspectiva conspiratória dessa empresária – meu chefe “passou dos limites”. O que ele fez? Usou suas primeiras férias em três anos para conhecer a Europa, onde visitou uma feira de negócios – justamente do tipo de negócio que era o assunto de uma de nossas revistas. Ele ousou buscar conhecimento para além dos 5 minutos de internet, para além das ligações controladas. E pagou caro por isso.

“Quando voltei das férias, nem me deixaram subir para a redação. Fui direto para uma reunião com a diretora, que me disse que eu havia traído a confiança da empresa com essa viagem ‘sem autorização’, apesar de eu ter comunicado meus planos ao sócio dela”, lembra Marco, hoje rindo, 20 anos distante daquela conversa absurda. “Disse também que ia procurar motivos para me dar advertências até que eu pudesse ser demitido por justa causa.”

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Mal o jornalista saiu – abalado, claro – dessa reunião, veio logo outro nonsense. A gerente lhe comunicava que, em vez de ser punido, ele estava sendo promovido. Seria o gestor do novíssimo “departamento de pesquisa”, que a empresa tinha inventado naquele exato momento.

Colocaram o agora ex-chefe de redação para trabalhar solitário numa mesa minúscula, dessas de boteco, diante de um grosso exemplar das antigas Páginas Amarelas. Sua missão era procurar, naquele labirinto de nomes de empresas e números de telefone, potenciais anunciantes para as revistas da editora. Só procurar e anotar em folhas de sulfite, sem computador. De segunda a sexta, das 8h às 18h. Sua nova mesa, aliás, ficaria embaixo do relógio de ponto, colado às portas dos banheiros. Um silencioso assédio moral, basicamente.

Marco ainda durou algumas semanas nesse cargo de fachada. Consultou um advogado, avaliou processar a empresa, mas acabou por fazer o que a diretora tanto desejava para poder dispensá-lo sem o ônus das multas trabalhistas: pediu demissão. Só queria esquecer aquelas barbaridades e seguir com sua vida – bem longe dali.

O uso do termo “tóxico” para designar ambientes hostis de trabalho é coisa recente. Mas não é à toa. Basta uma olhada no dicionário. A primeira definição que você vai encontrar é “que produz efeitos nocivos no organismo”. E é isso mesmo. Trabalhar exposto a circunstâncias ameaçadoras é viver sob estresse, quando seu cérebro o prepara para uma reação de luta ou de fuga – aumentando a sua pressão arterial e a quantidade de açúcar no sangue. O problema é isso acontecer todo dia.

Você se sente adoentado o tempo inteiro? Talvez tenha a ver com o escritório. O estresse crônico prejudica o funcionamento do sistema imunológico, retardando o tempo de cura de doenças e tornando o indivíduo mais vulnerável a infecções. Aliás, é um belo fator de risco para o coração.
Um estudo publicado em 2016 no Journal of Occupational Health Psychology mostrou que altas de pressão arterial após interagir com um chefe agressivo tendem a se manter no pós-expediente, quando o profissional fica ruminando sobre a conversa desagradável. O resultado, a longo prazo, pode ser hipertensão – um quadro característico (e perigoso) de pacientes cardíacos.

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Cultura do caos

Esse pior escritório do mundo, que acabei de descrever, talvez seja inviável hoje, numa realidade em que a Justiça é menos leniente com esse tipo de abuso. Mas o inferno é traiçoeiro, e conta com vários círculos intermediários de sofrimento quando se trata de ambientes tóxicos de trabalho.

O caso mais recorrente é o dos chefes abomináveis, e aí há diversas categorias de demônios para sabotar sua paz de espírito. Há o gestor que grita, o que rosna, o que faz escândalo, o que aponta o dedo para você na frente da equipe toda, o que se gaba de triunfos que não lhe cabem, o que coloca empregado contra empregado, o que só promove quem puxa o saco, o que impõe favores pessoais que nada têm a ver com a empresa (“manda meu carro para lavar?”), o que liga às 6h da manhã… E esse novo tipo: o “chefe pandêmico”, que faz microgerenciamento do seu home office, pedindo para compartilhar sua tela a fim de conferir se você está trabalhando de verdade.

Mas nem tudo é culpa das lideranças. Um ambiente tóxico também pode ser consequência de colegas do mal ou da própria cultura da empresa.

No primeiro caso, os diabinhos são divididos em pelo menos quatro espécies peçonhentas: o mais comum é o fofoqueiro do cafezinho, que quer saber (e compartilhar) da vida de todo mundo, faz insinuações e vem com ironias quando alguém é promovido; o segundo é aquele que só vê a parte vazia do copo em tudo que a empresa faz, tentando te atrair para a negatividade que o envolve como uma nuvem que faz as flores murcharem; já o terceiro é um caso mais grave: o assediador, que emenda comentários inadequados um atrás do outro, diz grosserias com um tom “charmoso”, quer forçar a intimidade ou algo mais; e há o colega que quer passar com uma escavadeira por cima do resto do time – zero por cento de espírito de equipe, obcecado por seu marketing pessoal.

Um possível consolo é que chefes ruins podem ir embora um dia, colegas nefastos mudam de área – ou é possível evitá-los… Pior é quando a própria empresa é tóxica. “Quando a companhia promove um ambiente hostil, a situação é mais complicada”, diz Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

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Essa toxicidade aparece em eventuais falhas de ética, que permeiam dos negócios às relações internas, passando por desamparo aos empregados e pelo coquetel indigesto de pressão com falta de reconhecimento. Um lapso moral puxa o outro, num círculo vicioso que passa a envolver a companhia sob uma crosta de disfunções que vai ficando cada vez mais espessa.

Paulo explica que ambientes tóxicos são mais comuns em empresas de pequeno e médio porte – como a da minha infeliz experiência –, e principalmente em negócios familiares, onde as relações de trabalho são um reflexo da própria natureza das interações entre parentes. “Quando você começa um empreendimento, a primeira preocupação é vender, para recuperar logo o seu investimento. Por isso seu primeiro foco está na elaboração do produto mais promissor e na estratégia comercial. Aí, se as vendas dão certo, você precisa aprimorar sua logística, seu controle financeiro, a questão tributária… Então, bem lá na frente, você já tem tanto pessoal que precisa de um RH. Ou seja, a gestão humana vem depois de um tempo em que uma série de más práticas nas relações já estão instaladas. Quebrar os vícios de uma estrutura organizacional leva tempo e demanda uma habilidade de negociação muito grande.”

Nas empresas maiores, os riscos de isso acontecer são bem mais controlados – ainda que nenhuma seja imune à patifaria. “Em multinacionais, que têm processos de governança muito bem estabelecidos, a gente supõe que, quando um excesso acontece, tende a ser uma exceção”, acredita Paulo Sardinha. “As companhias entraram num estado de vigilância maior porque o enfrentamento de uma situação adversa geralmente vem com uma conta muito pesada. Até pela repercussão negativa que um ambiente tóxico pode provocar nas redes sociais, já que hoje tudo pode ser filmado, gravado e compartilhado.”

Tiro no pé

Um ambiente tóxico pode até dar resultado no curto prazo, por conta da pressão, mas é um veneno que vai matando a empresa por dentro. Um estudo de universidades da Califórnia e da Flórida revelou que profissionais menosprezados por seus chefes tendem a manifestar ideias menos criativas que as dos colegas que passaram ilesos por seus superiores. Já colaboradores que presenciaram atitudes grosseiras de seus líderes tiveram um desempenho inferior (28%, de acordo com as métricas do estudo). Os pesquisadores apontam que até 80% dos acidentes de trabalho estão ligados ao estresse crônico.

São perdas de produtividade e de dinheiro por causa unicamente de maus comportamentos – individuais ou coletivos. E há ainda a questão da fuga de talentos. De acordo com o relatório Breathe’s Culture Economy 2021, quase um terço dos trabalhadores no Reino Unido pede demissão por causa de ambientes tóxicos no trabalho. E, das mulheres que trocaram seus empregos pela aventura de empreender, dois terços disseram que não voltariam ao mundo corporativo de jeito nenhum, mesmo que fosse para ganhar bem mais.

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O fato é que os ambientes tóxicos reduzem a motivação, arruínam as relações pessoais e dão espaço a líderes menos exemplares. Tudo isso se retroalimenta – um chefe com vocação para líder de facção criminosa tende a promover funcionários com os mesmos traços de personalidade. Quando você vê, a empresa virou um presídio. E a linha descendente nos resultados vai ficando mais íngreme.

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(Andressa Meissner/VOCÊ S/A)

GUIA DE SOBREVIVÊNCIA

IDENTIFIQUE A FONTE
Às vezes o corre-corre do trabalho é tão insano que não damos conta do quanto estamos sendo abusados pela empresa – ou de como o chefe é um manipulador desrespeitoso. Se você tem pequenos ataques de pânico entre o domingo à noite e a manhã de segunda, reflita sobre as causas. A fonte da energia tóxica pode estar na sua frente.

MANTENHA DISTÂNCIA
O sujeito sentado ao seu lado pode até ser simpático com você. Mas, se for do tipo fofoqueiro, reclamão, assediador ou que quer atropelar os outros para subir na empresa, não dê trela para conversa. Assim você evita ser contaminado pelo vírus do mau comportamento e da negatividade.

EXPONHA O PROBLEMA
No melhor dos mundos, uma conversa franca com seu chefe resolveria muita coisa. Se você achar que isso só vai transformá-lo num alvo de perseguições, procure o RH. Também é uma oportunidade para questionar políticas da empresa que sufocam os colaboradores.

FOCO NO SEU BEM-ESTAR
Enquanto um pedido de demissão for carta fora do baralho, busque práticas de autocuidado para não adoecer de vez. Faça terapia, cuide dos efeitos colaterais do estresse (como gastrite, enxaqueca…) e se cerque de um grupo de apoio – amigos e familiares que vão lembrá-lo de que a vida não é só aquela droga de emprego.

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PREPARE-SE PARA O FIM DA RELAÇÃO
Talvez despedir-se do mundo dos holerites por causa de um trabalho tóxico seja temeroso diante da alta no desemprego. Mas, constatado que esse ambiente não tem conserto, invista em cursos de aprimoramento e empenhe-se em fazer mais contatos profissionais fora da empresa. Assim uma oportunidade de mudança de ares tende a acontecer naturalmente.

Comorbidades

Se um escritório infernal afeta as contas da companhia, os danos psicológicos (e físicos) para o profissional são ainda mais impressionantes. Autor do livro Morrendo por um $alário, Jeffrey Pfeffer, professor da Universidade de Stanford, aponta que pessoas sufocadas na empresa “têm maior probabilidade de fumar, beber mais, são mais propensas a comer em excesso, a se envolver no uso de drogas ilícitas e têm menos vontade de praticar exercícios”.

Entre as comorbidades relacionadas a um escritório hostil estão fadiga crônica, pressão alta, gastrite, enxaqueca, dermatite, alterações de peso, quadros de ansiedade generalizada, insônia e depressão. “O profissional exposto a esse ambiente chega a ter perdas cognitivas importantes”, acrescenta a professora Ana Cristina Limongi França, falando em nome da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT). “A pessoa vai perdendo a capacidade de fazer operações matemáticas ou dominar certas tecnologias, começa a ter falta de assertividade na comunicação, confunde metas… Tudo isso porque, naquele momento, seus mecanismos mentais estão focados numa coisa só: conseguir lidar com a dor e a quebra de autoestima que aquele ambiente provoca.”

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(Andressa Meissner/VOCÊ S/A)

Should I stay or…

E aí vem a grande questão: se está tudo tão ruim, por que não pedir as contas – ou negociar para ser demitido? Num país em situação de pleno emprego, essa parece a solução óbvia. Mas, você sabe, não é o que acontece no Brasil. Pelo contrário: estamos próximos à marca de 15 milhões de desempregados, e a pandemia é um desestímulo brutal a novas contratações – pelo menos se você não trabalha em setores como TI e e-commerce.
Dito isso – “vou ficar, não tem outro jeito por enquanto” –, é recomendável começar pela redução de danos. E o primeiro passo é reconhecer que o seu problema está no escritório. Fique atento aos sinais do seu corpo. Você sente ansiedade acima do normal no domingo à noite? Chega a ficar com tremedeira ao se aproximar da empresa? Começou a ter sonolência excessiva (chega em casa e só quer dormir, não pensar mais em nada)?

Outro distúrbio comum em casos de esgotamento por trabalhos tóxicos é a chamada alexitimia, uma dificuldade de expressar emoções diante dos horrores desse ambiente (ficar com cara de paisagem em reuniões, por exemplo), mesmo que por dentro você esteja tendo um colapso nervoso.
“O lado positivo é que é uma oportunidade de autoconhecimento”, explica Ana Cristina, da SBPOT. “O profissional percebe que tem de lidar com essas situações de forma diferente e começa a criar estratégias de proteção para quando vai entrar em contato com as pessoas hostis. Desenvolve ações de neutralização de lideranças e colegas tóxicos. São movimentos que dão certos desgastes, mas são bons paliativos. O ideal é fazer isso com a ajuda de especialistas, de preferência terapeutas.”

E dentro da empresa? Se for viável, o ideal é ter uma conversa franca com seu gestor. Mesmo que o problema seja ele. Às vezes, pode ser uma questão de encaixe na comunicação. Bons líderes sabem que cada colaborador responde melhor a um tipo diferente de interação: tem gente que gosta de pressão, tem os que paralisam com um tom de voz mais forte.

Se falar com o chefe não é uma opção, tente o RH. “Em empresas maiores, há um conjunto de recursos para o colaborador ir se fazendo ouvir antes que a situação chegue a um nível insuportável, como pesquisa de clima, avaliação de desempenho, reuniões de feedback, ouvidoria. Mas a proximidade do RH é fundamental”, diz Paulo Sardinha. “A empresa fala aos empregados por meio de dois mecanismos: o conjunto de suas políticas e o modelo de liderança. Já os colaboradores falam para a empresa por meio do RH. E precisam ter confiança absoluta nesse apoio.”

Nada resolveu? Então, cara leitora, amigo leitor, o jeito é ir se preparando para a despedida. Normalmente, passamos mais horas acordados com as pessoas com quem trabalhamos do que com nossas famílias – pandemia e home office à parte. Nenhum trabalho deve ser a medida de seu valor nem vir antes do seu bem-estar. Como é difícil mudar o comportamento de alguém além do seu, ainda mais de uma cultura organizacional, concentre-se em manter sua autoestima, não baixe a guarda do seu profissionalismo – se eles são ruins, você não precisa ser também – e tenha foco no compromisso com os seus objetivos de carreira.

Foi assim que Marco Marcelino conseguiu transformar aquela experiência traumática num gatilho para o que seria seu futuro profissional. “Aquela situação de ficar procurando anunciante em lista telefônica me deu um insight que mudou minha vida”, ele conta. “Constatei que muitas empresas ali não anunciavam nas revistas porque a editora não estava mirando nos alvos certos. Comecei então a procurar quais eram os maiores clientes em potencial de cada segmento, e isso foi uma coisa que levei para a minha vida inteira: a paixão por dados qualificados.”

Hoje Marco é uma autoridade em inteligência de mercado, presta consultoria para ensinar companhias a tirar melhor proveito de dados estratégicos e está lançando um app que sugere potenciais clientes para as empresas – com base em inteligência artificial. Não sucumbiu diante do ar insalubre daquele escritório – e hoje acredita que sair de lá, sem olhar para trás, foi a melhor decisão que já tomou. Afinal, seja qual for seu emprego, ele não define a pessoa que você é. It’s just a job! Só cabe ponderar os prós e contras de sair ou lutar por um dia a dia mais saudável e produtivo – para você e para quem paga o seu salário.

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(Andressa Meissner/VOCÊ S/A)

PARA A EMPRESA FAZER UM DETOX

PREVENIR EM VEZ DE REMEDIAR
“Nenhum diretor de empresa quer ter um gerente que trate mal os funcionários”, diz Paulo Sardinha, da ABRH, “porque ele não vai poder dizer que não sabia ou que não concordava. Ele se torna cúmplice. Nesse sentido, o RH pode construir, antes que o problema aconteça, um modelo de governança que já impeça essas situações”.

FALAR SOBRE GENTE
Em reuniões entre lideranças, além dos assuntos associados a processos de trabalho, inclua temas a respeito de gestão de pessoas. Refinar as relações pode fazer a diferença entre reter talentos e ter de buscar reposição no mercado.

ANALISAR OS DADOS
Pesquisa de clima não pode ser só uma formalidade da empresa. Estude as respostas. E dê outros caminhos para que os colaboradores se expressem. Ali podem estar as pistas que vão levar à origem de uma insatisfação generalizada.

INVESTIR EM CAPACITAÇÃO
Mais do que nunca, as habilidades comportamentais dos gestores influenciam num bom ambiente de trabalho. Nem todo mundo domina essas soft skills, mas o que não falta no mercado são boas consultorias para promover treinamentos focados nessas competências.

GERAR QUALIDADE DE VIDA
A maioria das pessoas quer ser feliz no trabalho. A empresa pode fazer sua parte sendo transparente, sabendo dosar as demandas, estabelecendo metas viáveis, abrindo canais de escuta e dando reconhecimento às conquistas individuais e coletivas. Construir uma cultura de inteligência emocional é um antídoto poderoso contra maçãs podres e ambientes hostis.

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