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Como a questão geracional vai influenciar o futuro do trabalho

O aumento da expectativa de vida dos brasileiros e as mudanças no mercado tornam urgente o debate sobre a inclusão etária

Por Ricardo Sales, colunista de VOCÊ S/A
Atualizado em 17 out 2024, 10h42 - Publicado em 15 out 2020, 08h00
Jovens: o destaque no começo de carreira é quase 100% ligado à atitude  (foto/Thinkstock)
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À medida que o debate sobre diversidade e inclusão amadurece, novos temas surgem na lista de preocupações do meio empresarial. Em 2020, devemos testemunhar o avanço de algumas pautas diretamente relacionadas aos desafios enfrentados por nossa sociedade: a questão geracional e
as discussões sobre o futuro do trabalho.

São ambos assuntos urgentes e que dialogam diretamente com as necessidades do país. Estão, porém, cada um a seu modo, cercados de desinformação e de um oba-oba pouco crítico, que dificulta o aprofundamento da conversa. Vejamos o exemplo do tópico “gerações”. Durante muito tempo, o mercado dizia ter interesse pela temática, mas, na verdade, demonstrava quase uma obsessão apenas pelos millennials. A geração que cresceu nos anos 2000 foi o xodó das empresas, que só agora começam a perceber a extensão do desafio que temos pela frente.

Numa ponta da pirâmide etária, pensando nos jovens entre 18 e 24 anos, o desemprego passa dos 24% e a precarização do trabalho avança. No outro extremo, entre aqueles com mais de 50, predomina o preconceito contra quem tem mais experiência — sem falar no aumento da expectativa
de vida e no impacto da reforma da Previdência sobre os planos dos mais velhos.

No meio disso tudo, está o ritmo acelerado de mudanças nos modelos de produção. Estudos apontam que um terço das ocupações poderá ser substituído por robôs até 2030. Otimistas dizem que, no lugar desses trabalhos, haverá outros mais qualificados — mas a realidade brasileira teima em confrontar essa visão.

Afinal, num país que patina nos rankings de educação e cujo governo parece incapaz de enfrentar os desafios estruturais nessa área, quem terá a qualificação necessária para os empregos que virão? Na prática, para ficar em apenas um exemplo, o que se observa é o aumento do desemprego entre pessoas que, por falta de opção, historicamente desempenharam funções operacionais e agora se veem substituídas pela automação. Futuro do trabalho para quem?

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Como se vê, são discussões importantes e que merecem mais atenção. Por isso, estamos lançando uma iniciativa institucional e sem fins lucrativos para endereçar esses e outros temas. Trata-se do Fórum de Gerações e Futuro do Trabalho, que vem sendo gestado há quase um ano e que ganhará as ruas no início de maio.

A iniciativa, pioneira na América Latina, nasce com o apoio de Itaú, Grupo Boticário, EDP, PwC e Chubb, mas pretende articular todo o meio empresarial brasileiro em torno de uma agenda que contemple encaminhamentos para alguns dos dilemas mencionados anteriormente. O Fórum de Gerações e Futuro do Trabalho pretende ser um espaço de produção de conhecimento, troca de experiências e protagonismo das empresas
para o debate sobre diversidade e inclusão. Quer trazer sua companhia para o grupo? Escreva para mim no e-mail abaixo, e terei prazer em compartilhar mais informações.


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