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A pergunta preferida (e difícil) deste bilionário em processos seletivos

O bilionário Marcel Telles tem uma pergunta preferida para candidatos e ela é desconcertante para muitos deles

Por Camila Pati
Atualizado em 6 ago 2020, 12h24 - Publicado em 6 ago 2020, 11h30

A fase mais impactante de um dos processos seletivos de bolsas de estudo mais rigorosos do Brasil, o da Fundação Estudar – organização criada pelo trio de empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira – é estar cara a cara com alguns dos mais importantes empresários e executivos do Brasil.

Com 40 mil inscritos e 24 aprovados, a taxa de aprovação dessa edição foi de 0,05% e os selecionados recebem apoio financeiro para cursos de graduação e pós nas melhores universidades do mundo

 O conselho de administração da Fundação tem como presidente, Florian Bartunek, um dos principais gestores do Brasil, e membros do calibre de André Street, co-fundador da Stone, Antônio Bonchristiano, da Submarino.com e Bernando Paixa, ex CEO da Ambev. A última etapa do processo é sempre com alguns dos membros do conselho. Entre os fundadores, sempre um do trio de bilionários participa, eles são os conselheiros vitalícios.

A nova turma de líderes, um seleto grupo de apostas da elite empresarial brasileira para a transformação do país, foi apresentada com exclusividade pela VOCÊ S/A, na semana passada.

Na lista de ex-bolsistas fundação, que também participam ativamente do processo de seleção estão a deputada Tabata Amaral, o empreendedor Hugo Barra e os mais jovens fundadores de unicórnio do planeta: Henrique Dubugras e Pedro Franceschi. Aos 23 anos, criaram a BREX, companhia de cartões de crédito avaliada em US$ 2,6 bilhões.

Neste ano, do trio de bilionários, quem fez perguntas aos candidatos na última etapa foi Marcel Telles, que, de Nova York, participou da seleção, fuso mais amigável do que o da Suíça, local escolhido por Jorge Paulo Lemann para morar durante a pandemia.

Segundo a diretora executiva da Fundação, Anamaíra Spaggiari, Marcel tem uma pergunta preferida para esse momento final com os candidatos às bolsas e não raro costuma fazê-la:

“Se você tivesse que eliminar um candidato quem você eliminaria e por quê?”

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Muitos candidatos ficam bem desconcertados com a pergunta. “ Tentam sair pela tangente para não entrar em conflito com ninguém”, conta Anamaíra.

Mas a pergunta não tem o objetivo de constranger ninguém, e, sim, medir uma qualidade das mais importantes de liderança, o mote da seleção dos bolsistas do programa.

“O objetivo da pergunta é perceber se aquele jovem ouve os outros participantes. Porque muitas vezes o candidato está tão focado no seu desempenho e na sua história de vida que se esquece de prestar atenção ao seu redor”, diz Anamaíra. Escuta é um fator crítico para a liderança.

Como mostra a edição 266 da VOCÊ S/A deste mês, o tipo de líder de que precisamos passa longe daquele estilo sabe-tudo. Delphine Gibassier, professora especializada em sustentabilidade na universidade francesa Audencia Business School, as transformações só poderão ser conduzidas por gestores diferentes dos tradicionais. “As características dos líderes de que precisamos agora são distintas daquelas que nos foram apresentadas no passado. É preciso demonstrar ânimo e ter paixão; ter coragem e resiliência, mas também humanidade e humildade.”

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