A importância de planejar seu onboarding pessoal

Seu maior erro ao ocupar um novo cargo pode ser achar que sabe de tudo. Entenda.

Por Deborah Gouveia Abi-Saber*, em colaboração especial com a Você S/A
1 nov 2024, 17h00
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 (Paloma Rincon Studio/Getty Images)
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omeçar a trabalhar em uma nova empresa traz um misto de sentimentos. O desejo de acertar e de causar impacto pode nos levar a cometer equívocos que, se não forem observados, podem dificultar a adaptação. Apesar de toda a vontade de fazer o melhor, é fácil cair em algumas armadilhas nos primeiros 90 dias. Por isso, é muito importante planejar o seu onboarding pessoal para este período, buscando uma jornada que esteja alinhada com os seus propósitos e aquilo que se deve entregar.

Recentemente, complementei o meu primeiro mês na maior plataforma de moradia do Brasil, e é incrível como já sinto que este é o lugar onde eu deveria estar. Há algo especial em perceber que encontrei o ambiente que tanto busquei. No entanto, essa fase inicial, tão cheia de descobertas e expectativas, também pode ser marcada por erros comuns – especialmente quando estamos ansiosos para mostrar o nosso valor em um novo desafio profissional.

Para aqueles que estão iniciando uma nova jornada profissional, compartilho, por meio da minha experiência própria, os principais erros que devemos evitar:

  • Ficar preso ao que já se sabe: é natural confiar no conhecimento que trazemos de experiências anteriores. Mas cada empresa tem sua cultura, suas demandas e seus códigos. O que funcionou em outro lugar pode não ser aplicável no novo cenário;
  • Ir direto para a ação: o ímpeto de querer mostrar resultados imediatos pode fazer com que pulemos etapas importantes, como a compreensão do ambiente e o tempo necessário para absorver o contexto;
  • Criar expectativas irreais: é fundamental ter consciência das limitações iniciais e alinhar expectativas com o time e a liderança. Nem tudo acontece de forma rápida, e reconhecer isso pode evitar frustrações;
  • Tentar fazer tudo ao mesmo tempo: com tantas frentes para explorar, o risco de se sobrecarregar é grande. O foco e a priorização são aliados indispensáveis nesse momento;
  • Achar que tem a resposta para tudo: a humildade de admitir que não sabemos tudo é essencial para abrir espaço para o aprendizado contínuo e colaborativo;
  • Aprender apenas parte do que é preciso: muitas vezes, focamos no que parece mais importante, mas deixamos lacunas no conhecimento que, posteriormente, se tornam gargalos
  • Não criar relacionamentos: investir em conexões humanas desde o início é crucial. O apoio do time, da liderança e dos pares ajuda a construir uma base sólida para o sucesso a longo prazo.
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Lembro que quando entrei em uma das principais Fintechs do mundo em 2018, eu vinha de uma trajetória bem-sucedida, e cheia de confiança, pensei: “Eu sei como fazer isso!”. No entanto, descobri logo nos primeiros meses que o ambiente era diferente, e minhas experiências anteriores não seriam transferíveis. Foi uma época difícil. Queria entregar resultados, mas me sentia perdida. O que faltava? Humildade para respeitar o processo, a cultura e as pessoas que já estavam ali.

Esse choque de realidade foi um aprendizado valioso. Com o tempo, percebi que precisava me dar o direito de aprender e entender aquela estrutura antes de tentar causar impacto. Quando mudei a mentalidade, as coisas começaram a fluir de maneira mais natural e, enfim, consegui agregar valor de maneira significativa.

Hoje, faço questão de aprender com essa experiência e alinhar as expectativas logo no início. Nos meus primeiros 90 dias, tenho conversado abertamente com o time, a liderança e meus pares sobre o que podem esperar de mim nesse período. Essa dinâmica me ajuda a gerenciar não só as expectativas dos outros, mas também as minhas. Além disso, adotei a prática de criar um documento para registrar metas, reflexões e prioridades. É uma forma de manter o foco e a clareza, evitando ser levada pelo fluxo do dia a dia, sem questionar o que realmente importa.

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Um dos livros que mais me ajudou nesse processo foi ‘Os Primeiros 90 Dias’, que recomendo fortemente, especialmente para líderes em transição de carreira. Ele reforça a importância de preparar o terreno para o sucesso a longo prazo, com estratégias práticas para navegar nesse período desafiador. Já ouvi muitas histórias de pessoas que disseram: “Eu tentei, mas não deu certo”. Minha pergunta para elas sempre é: “O que você fez para dar certo?”.

Conversar abertamente no início de um novo cargo ajuda a alinhar não somente as suas expectativas, mas também as do time em relação a você

Esse é um convite à reflexão: ao iniciar uma nova jornada, estamos dispostos a aprender, a nos adaptar e a respeitar o tempo necessário para crescer? Esses primeiros 90 dias são uma oportunidade valiosa para construir uma base sólida e, a partir dela, causar o impacto que tanto almejamos.

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*Deborah Gouveia Abi-Saber é vice-presidente de RH no Grupo Quinto Andar.

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