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Quanto demora para abrir uma empresa no Brasil? Segundo novos dados, 51 dias.

São 410 horas no total, o equivalente a completar quase 60 maratonas. E mesmo assim, por incrível que pareça, o Brasil ficou no top 3 dos países mais ágeis quando o assunto é burocracia. Entenda.

Por Sofia Kercher
Atualizado em 22 abr 2024, 18h10 - Publicado em 22 abr 2024, 18h09
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uem quer abrir um negócio no Brasil precisa reservar 51 dias na agenda só pra burocracia. É isso que mostra o Índice de Burocracia Ibero-Americano 2023, medido pelo centro de pesquisa econômica da Universidade Internacional da Flórida (FIU).

São 51 dias de trabalho (8h cada), ou 410 horas no total. Com esse tempo, seria possível completar, confortavelmente, quase 60 maratonas. Ou ainda, aos empreendedores cinéfilos, ver a trilogia do Poderoso Chefão 45 vezes.

É. Nessa perspectiva, essas horas podem parecer… intensas. Especialmente porque, segundo o governo federal, o tempo médio de abertura de empresas por aqui teoricamente leva de uma a duas horas.

Essa discrepância rola porque o governo só mede o tempo de processamento do lado da máquina pública. Segundo Mariana Abreu, professora de Economia do Ibmec, instituto que ajudou a levantar os dados por aqui, o índice americano considera o tempo que empreendedores e contadores levam para colher e preparar informações que serão adicionadas ao sistema público (tanto para abertura quanto para o funcionamento anual dos negócios).

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Assim, a pesquisa conseguiu medir os números de modo mais detalhado. A etapa de identificação e registro foi a mais demorada, consumindo 250 horas. Nesse balaio, 30% do esforço é destinado para que o empreendedor consiga cumprir obrigações tributárias exigidas pelo governo.

Já a etapa de requerimento de serviços fundamentais (luz, água, telefone e internet), consome cerca de 130 horas no total.

Paraguai é o menos burocrático entre os latino-americanos

O mais surpreendente é que, comparado com os outros 16 países latino-americanos analisados e com a Espanha, o Brasil está em terceiro lugar no ranking de agilidade na abertura de empresas. Ele perde só para o Paraguai (378 h) e Peru (387 h).

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Para referência: na Espanha, a última do ranking, esse processo tende a levar 18 meses – corridos.

Wagner Lenhart, diretor executivo do Instituto Millenium, organização brasileira que coordenou o estudo, afirmou que a pesquisa mostra a urgência de emplacar políticas públicas que avancem esse processo. Ainda sim, não nega avanços, citando a Lei de Liberdade Econômica e a maior digitalização pelo Gov܂Br como fatores cruciais para explicar o desempenho do país no índice.

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