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Trabalhadores japoneses contratam “agências de demissão” para sair do emprego

Tentando evitar assédio e coerção para permanecer na empresa, funcionários terceirizam suas demissões para agências especializadas. Confira.

Por Sofia Kercher
5 set 2024, 12h00
Jovem empresário conversando em ambiente de trabalho.
"Momuri", o nome da consultoria, é japonês para "não aguento mais" (Michael H/Getty Images)
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edir demissão não é fácil pra ninguém. No Japão, contudo, o problema deu origem a um novo segmento de mercado: o de consultorias especializadas em auxiliar o profissional a pedir as contas. 

A questão aqui é que o receio não é irracional. No Japão, a cultura de trabalho é bastante rígida: é muito raro não extrapolar as 8h previstas de expediente, e praticamente impossível conseguir folgas, consideradas uma falta de respeito. 

No caso específico das demissões, há situações em que os chefes assediam e intimidam os funcionários, coagindo-os a continuar na empresa. Por lá, é comum que as pessoas passem décadas na mesma companhia; até a vida toda, na verdade.

Quem conta isso é uma jovem japonesa de 24 anos, em entrevista à CNN. A profissional, que preferiu se manter no anonimato, desenvolveu uma miríade de problemas psicológicos devido às demandas do trabalho. Conta ela: “minhas pernas tremiam e eu tinha problemas de estômago”.

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Ela explicou que o expediente normal era das 9h às 21h. Ainda, que costumava sair do trabalho por volta das 23h.

Para o problema, uma solução curiosa: a jovem contratou os serviços da Momuri (“não aguento mais”, em tradução do japonês). A consultoria, que existe desde 2021, é amplamente conhecida no Japão – no ano passado, eles tiveram mais de 10 mil pedidos.

Em linhas gerais, a agência é especializada em demissões. Eles entram em contato com a empresa em nome do funcionário, negociando diretamente com elas, garantindo seus direitos e oferecendo recomendações jurídicas em caso de disputas legais. O serviço custa 22 mil ienes (R$ 850), ou 12 mil (R$ 465) para quem trampa meio período.

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Shiori Kawamata, gerente de operações da Momuri, explicou à CNN que eles já receberam casos extremos – empregadores que rasgaram mais de uma vez pedidos de demissão de funcionários, inclusive depois de eles ajoelharem implorando para sair. 

“Às vezes recebemos ligações de pessoas chorando, nos perguntando se podem deixar seus empregos com base em XYZ. Dizemos a elas que está tudo bem, e que deixar seus empregos é um direito trabalhista”, finalizou a gerente.

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