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Vale sobe 2,59% com programa turbinado de recompra de ações

Nova York tem maior alta em 7 semanas à espera de resultados de Apple e Amazon – deu ruim para a varejista

Por Tássia Kastner
28 abr 2022, 17h35

 

Fosse só pelo resultado do primeiro trimestre, dificilmente as ações da Vale teriam subido nesta quinta-feira. A mineradora registrou uma queda de 19,6% no lucro no período, quando comparado com os três primeiros trimestres do ano passado.

Os números vieram em linha com o esperado pelo mercado, já que os dados operacionais da companhia sinalizaram uma queda de produção e os preços do minério estavam em patamares mais “acomodados” que um ano antes. Portanto, não dava para apostar nisso como um catalisador das ações.

O que rolou é que a empresa anunciou uma nova rodada de recompra de ações, e está disposta a tirar 500 milhões de papéis de circulação – equivale a 10% das ações. Um programa de recompra é uma espécie de recado que a companhia tenta dar aos investidores: vocês não estão avaliando direito a companhia. Tanto é verdade que não existe investimento melhor para o dinheiro em caixa que comprar ainda mais ações da empresa.

O efeito prático é enxugar os papéis em circulação, o que ajuda a elevar o preço. E foi o que aconteceu hoje. As ações subiram 2,59% e fecharam a R$ 84,30.

O último programa de recompra da Vale havia sido anunciado em outubro, para enxugar 200 milhões de ações em 18 meses. Foram cerca de 160 milhões em menos de seis.

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Só que isso, de alguma maneira, pode inflar “artificialmente” o preço da companhia. Itaú e Goldman Sachs não se animaram, e mantiveram a recomendação neutra para o papel – nem comprar, nem vender. O UBS sugere venda, enquanto o BTG, compra.

O efeito do programa de recompra de ações foi tão forte que permitiu que investidores ignorassem uma ação da SEC (a CVM americana). O órgão afirma que a companhia enganou investidores sobre a segurança das barragens no caso Brumadinho. ESG mandou um abraço.

Ibov

Com quase 15% de peso no Ibovespa, a Vale bem que tentou, mas não conseguiu manter o Ibov acima dos 110 mil pontos nesta quinta. A alta foi de ​​0,52%, a 109.919 pontos.

A maior alta do dia foi a Embraer, também na esteira da divulgação de resultados (veja abaixo). O curioso é que, assim como a mineradora, eles não foram de encher os olhos. Acontece que investidores decidiram cantar Roberto Carlos e acreditar que, daqui para frente, tudo vai ser diferente. O motivo é a aposta na empresa de “carros voadores”.

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Em Nova York não foi tão diferente assim: investidores comemoraram o desempenho aparentemente apenas OK da Meta com uma alta de 17% nas ações. Isso pavimentou o mercado para a maior alta em 7 semanas, enquanto investidores aguardavam os números da Apple e da Amazon, que sairiam após o fechamento do mercado. 

A Amazon registrou prejuízo de US$ 3,8 bilhões de janeiro a março, ante lucro de R$ 8,1 bilhões um ano antes. Resultado: as ações tombam 10% no after market. Arrisca a maré virar novamente na sexta-feira. Até amanhã.

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Maiores altas

Embraer (EMBR3) 6,97%

Cielo (CIEL3) 5,52%

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Locaweb (LWSA3) 4,50%

Gol (GOLL4) 4,08%

Usiminas (USIM5) 4,07%

Maiores baixas

Marfrig (MRFG3) -2,16%

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Grupo Soma (SOMA3) -2,13%

Assaí (ASAI3) -2,08%

Hapvida (HAPV3) -2,03%

Fleury (FLRY3) -1,87%

Ibovespa: 0,52%, a 109.919 pontos

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Nova York

​​Dow Jones: 1,85%, a 33.917 pontos

S&P 500: 2,48%, a 4.288 pontos

Nasdaq: 3,06%, a 12.872 pontos

Dólar: -0,55%, a R$ 4,9399

Petróleo

Brent: 2,20%, a US$ 107,26

WTI: 3,27%, a US$ 105,36

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