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S&P 500 se prepara para 70º recorde do ano – com medo do tombo em 2022

No Brasil, investidores acompanham dados de desemprego e de custo do crédito para consumidores para decidir o humor do dia.

Por Tássia Kastner, Guilherme Jacques
28 dez 2021, 08h16

Bom dia!

Restam três dias de bolsa para a virada do ano – quatro, se você considerar que Wall Street abre na sexta para um pregão mais curtinho. E investidores vivem esse período com o otimismo que um réveillon pede: os principais índices americanos engatilharam uma nova alta nesta terça-feira. Se confirmada ao fim do dia, representará o 70º recorde do mais importante índice de Nova York, o S&P 500. A valorização no ano ronda os 30%.

Nisso, todos os dias pululam novas apostas de que o mercado, em breve, passará por uma turbulência capaz de tirá-lo das máximas. É do jogo, já que as bolsas sofrem de um fenômeno chamado de reversão à média. Afinal, diz o ditado que “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”. Vale para o contrário também, se você estiver pensando no Ibovespa e sua queda de 10% neste ano.

Existem motivos para se ser pessimista em 2022. O principal deles é a alta de juros nos países ricos, uma medida para conter a inflação. Isso aspira o dinheiro das bolsas e joga em investimentos mais seguros, como títulos públicos americanos.

Para o JP Morgan, porém, investidores estão exagerando no medo. O banco afirma que investidores já reduziram a fatia das suas carteiras com ações, o que limita o impulso de sair vendendo caso o mercado comece a cair. Ele diz ainda que empresas fizeram sólidos programas de recompras de ações, algo que ajuda a sustentar os preços. E arremata que, assim como dezembro, janeiro costuma ser um mês de alta nos mercados.

Quem sustenta a valorização das bolsas no começo do ano é o comportamento humano. Afinal, se você não for otimista em janeiro, o que restará para os 11 meses seguintes? (Um recado: nos últimos dois anos, o S&P 500 caiu, ainda que de leve, em janeiro).

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No Brasil, o cenário é ainda mais incerto. Dados preliminares mostram que o varejo patinou durante o Natal, e lojistas já temem por 2022. Faz sentido, já que a população segue com a renda apertada pela inflação, desemprego elevado e juro alto. Nesta terça, o IBGE atualiza a taxa de desocupação do país, enquanto o Banco Central mostra como vai o crédito e a inadimplência. Num dia calmo, é o que deve atrair a atenção da Faria Lima e dar o tom para o Ibovespa. Até amanhã.

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Humorômetro - dia com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,25%

Futuros Nasdaq: 0,50%

Futuros Dow: 0,23%

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*às 08h03

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,46%

Bolsa de Londres (FTSE 100): feriado

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,70%

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Bolsa de Paris (CAC): 0,47%

*às 08h03

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,74%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,37%

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Hong Kong (Hang Seng): 0,24%

Commodities

Brent: 1,18%, a US$ 79,53*

Minério de ferro: -3,04%, a US$ 119,44, no porto de Qingdao na China

*às 08h00

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Agenda

9h – IBGE divulga a taxa de desemprego do trimestre até outubro. A expectativa do mercado é de uma desaceleração, de 12,6% para 12,3%.

9h30 – O Banco Central divulga a nota de crédito de novembro, com dados de taxas de juros, empréstimos contratados e inadimplência.

market facts

De olho nos elétricos

A Vale pretende ampliar as vendas de níquel nos próximos anos, componente essencial na produção de baterias de carros elétricos. Ao Financial Times, a mineradora, cujo principal produto é o ferro, desenhou um plano ambicioso: quer subir seu market share de 5% para algo em torno de 40%. E o foco são as grandes montadoras como Tesla, Ford e GM. O movimento se alinha ao crescimento das vendas de carros elétricos e às perspectivas de aumento de demanda por parte das montadoras. Aqui fizemos um raio-x do setor de carros elétricos no mundo.

Para a aposentadoria

O Tesouro Nacional quer lançar em 2022 um título público sob medida para a aposentadoria, e que competirá de frente com planos de previdência privada. Hoje, quem investe em títulos públicos recebe a rentabilidade de duas maneiras: em juros semestrais ou no vencimento do título – isso se levar o papel até o prazo final. Na nova modalidade, quando o título vencer, o investidor não recebe a bolada de uma vez só, mas a prestações mensais, na forma de uma renda complementar que poderia durar entre 20 e 30 anos. Segundo o Tesouro, o rendimento do título deve seguir os moldes do já existente IPCA+, com uma taxa de juros fixada acima da inflação.

Vale a pena ler:

#OpenToWork

Nos últimos dois anos, trabalhadores perderam a vergonha de contar que estão desempregados e em busca de uma vaga. O fenômeno ganhou até um empurrão do LinkedIn, que criou uma moldura para a foto de perfil com a hashtag #OpenToWork. De acordo com a rede social, quem usou o recurso recebeu 40% mais mensagens de recrutadores e 20% mais de outros usuários. Só que recrutadores ainda enxergam o anúncio de desemprego com cautela. O The Wall Street Journal ouviu recrutadores e candidatos sobre o assunto. Leia a reportagem completa

Olha o golpe

Num dia, você acredita ter um investimento que rende até 5% todo santo mês  – impressionantes 80% ao ano. No outro, essa renda fixa deixa de pingar, e o dinheiro aplicado fica “congelado” sob a promessa de devolução em prestações a perder de vista. Esse é o pesadelo vivido pelos cerca de 4 mil clientes da MSK Invest, que vendia “assessoria em criptoativos”. A Você S/A teve acesso a um modelo de contrato, enviado a um potencial cliente, e conta a história da empresa que é suspeita de formar um esquema de pirâmide. Leia.

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