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Republicanos e democratas projetam acordo para elevar o teto da dívida americana – mercado comemora

Ibovespa acompanha Wall Street e sobe 1,17%; avanço do arcabouço fiscal e alta do minério ajudam índice a fechar no positivo. Aéreas disparam com esperança de redução no querosene.

Por Júlia Moura
17 Maio 2023, 17h40

Tudo indica que a dívida pública exorbitante dos EUA, em 124% do PIB, vai continuar crescendo sem maiores problemas. Pelo menos, é o que Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy indicam. Pelas falas dos dois, democratas e republicanos estão perto de um acordo que permite que o governo americano continue gastando bem mais do que arrecada, elevando o teto da dívida, de modo a evitar um calote – o que paralisaria basicamente toda a economia global.

O limite de US$ 31,4 trilhões foi ultrapassado em janeiro. Agora, a dívida soma US$ 31,788 trilhões.

A manobra é rotineira por lá, sendo feita 78 vezes desde 1960. Neste ano, porém, um acordo entre os dois partidos está mais complicado por exigências de cortes de gastos por parte dos republicanos. Tanto que Biden deve voltar mais cedo da reunião do G7 no Japão para participar das discussões finais pessoalmente.

“Apesar de tensas, as negociações seguem adiante”, disse McCarthy, que não vê o fechamento de um acordo ainda esta semana.

Apesar de nada muito concreto ter sido firmado, as falas de que os políticos assegurando que não vão permitir que os EUA dê calote pela primeira vez na história foram o suficiente para acalmar o mercado e provocar uma recuperação dos índices acionários. O S&P 500 fechou com ganhos de 1,19%.

O Ibovespa surfou a onda de otimismo e subiu 1,17%. Por aqui, a questão da dívida pública também vai se ajustando. Tudo indica que a urgência na votação do arcabouço fiscal será aprovada hoje, permitindo que a proposta vá ao Plenário na semana que vem. 

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Outro ponto positivo foi o crescimento de 0,8% nas vendas do varejo em março ante fevereiro, segundo dados do IBGE. O mercado esperava quase o oposto: queda de 0,5%. Para analistas, a leitura mostra a resiliência do mercado interno, apesar da Selic em 13,75%.

Além disso, a alta de 3,31% da Vale impulsionou os ganhos. Ações de mineradoras e siderúrgicas se deram bem na sessão após dados sobre novas moradias chinesas virem melhores do que o esperado. O alívio em relação ao setor de construção civil levou a uma alta de quase 3% do minério de ferro.

Falando em commodities, a Petrobras devolveu os ganhos de ontem, mesmo com o presidente Jean-Paul Prates dizendo que a companhia não vai vender seus combustíveis em um preço que a faça perder sua margem de lucro. 

Ontem, a Petro já anunciou cortes nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha. Agora existe a esperança de redução nos preços de outro derivado do suco de dinossauro: o querosene de aviação. Com isso, Azul e Gol dispararam: AZUL4, 14,89%; GOLL4, 9,02%.

Segundo Haddad, mais reduções devem vir em julho, para compensar a reoneração dos combustíveis. Se daqui até lá o preço do barril subir (levando junto o preço internacional dos combustíveis), a Petrobras terá problemas. A ver. 

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Até amanhã!

MAIORES ALTAS

Azul (AZUL4): 14,89%

Lojas Renner (LREN3): 9,66%

Gol (GOLL4): 9,02%

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BRF (BRFS3): 7,53%

Cogna (COGN3): 6,87%

MAIORES BAIXAS

IRB (IRBR3): -8,40%

Minerva (BEEF3): -2,88%

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Petrobras (PETR4): -2,43%

CPFL (CPFL3): -2,39%

Cemig (CMIG4): -1,97%

Ibovespa: 1,17%, aos 109.460 pontos

Em Nova York

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S&P 500: 1,19%, aos 4.159 pontos

Nasdaq: 1,28%, aos 12.501 pontos

Dow Jones: 1,24%, aos 33.421 pontos

Dólar: -0,17%, a R$ 4,9345

Petróleo

Brent: 2,74%, a US$ 76,96

WTI: 2,78%, a US$ 72,83

Minério de ferro: 2,96%, negociado a  a US$ 106,81 por tonelada no porto de Qingdao (China)

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