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Recessão assombra, Nova York fecha no negativo e Ibov escapa com +0,04%

Bancos centrais ameaçam com juros ainda mais duros para controle da inflação, quando investidores esperavam uma trégua. PETR4 cai 4,10%.

Por Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h27 - Publicado em 23 jun 2023, 17h48
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 (Tamires Mazzo/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Mundo afora, a semana termina não na vibe ~sextou~, mas em clima de fim de festa, com os BCs cortando a música e acendendo as luzes de quem achou que as altas de juros teriam um fim próximo. 

A semana foi marcada por posicionamentos hawkish de bancos centrais. Nos EUA, Jerome Powell, o presidente do Fed, não deixou dúvidas de que mais altas nos juros virão em breve. Na quarta, ele disse que “quase todos os participantes do FOMC acreditam que será apropriado aumentar as taxas de juros um pouco mais até o final do ano”.

Sua fala foi endossada por outros dirigentes do Fed ao longo da semana. Hoje, Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco, disse à Reuters que mais duas altas neste ano são uma projeção “muito razoável”. 

Para a próxima reunião, que vai rolar no fim de julho, o mercado vem apostando numa alta de 0,25%, de acordo com dados do CME.

O problema é que, com mais altas à vista, o temor de recessão econômica voltou a assombrar os mercados. Medo apoiado por uma série de dados industriais fracos divulgados hoje pela empresa de informações financeiras S&P Global. 

O PMI composto (índice que mede o desempenho de indústria e serviços) dos EUA caiu de 54,3 em maio para 53 em junho, atingindo o menor nível em três meses. Já o PMI industrial foi de 48,4 para 46,3, pior desempenho em seis meses. Quando abaixo dos 50 pontos, o PMI indica contração do setor. 

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O balde de água fria desanimou as bolsas americanas: a Nasdaq fechou em queda de 1,01%.O resultado de hoje fez o índice fechar a semana em baixa pela primeira vez depois de um rali de oito semanas no verde – alimentado pelo entusiasmo pelas ações de tecnologia. Já o S&P caiu 0,76% na sessão de hoje, e também fechou a semana no vermelho. 

Na Europa, a história foi semelhante. Nesta semana, o Banco da Inglaterra decidiu elevar os juros em 0,50 p.p., depois de dados de renda e inflação maiores do que o esperado. Por lá, o PMI de junho recuou para 52,8, contra 54 em maio.

Na zona do euro, a alta nos juros, na semana passada, foi de 0,25 p.p. E o PMI veio a 50,3 em junho, ante 52,8 no mês anterior. 

A perspectiva de desaceleração global é má notícia para o petróleo, já que a demanda pela commodity cai quando os países passam a produzir menos. A cotação do brent fechou em queda de 0,46% no dia e 3,39% na semana. No ano, a baixa é de 13,85%. 

Mesmo com pessimismo lá de fora, o Ibovespa conseguiu sustentar uma recuperação pra fechar a semana. O índice registrou uma leve alta de 0,04% no dia. Na semana, nona seguida de alta, o saldo também é positivo: 0,18%.

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A alta veio apesar da nossa gigante do petróleo: as ações da Petrobras (que, sozinhas, correspondem a 12% do Ibovespa) despencaram na sessão. PETR4 fechou em queda de 4,10%; PETR3, -3,62%. As ações da companhia vem passando por um ciclo de altas depois de ter suas ações recomendadas por quatro bancões: JP Morgan, Morgan Stanley, Santander e Goldman Sachs. No acumulado de junho, PETR4 subiu 15%.

Mesmo com a queda da gigante, sobrou um espacinho para se recuperar do mau humor de ontem, quando a bolsa pesou sobre o comunicado do Copom divulgado na quarta à noite (um BC hawkish pra chamar de nosso). Das 86 ações do índice, 53 subiram e 33 caíram (eis algo para reforçar o estrago que a dupla Petrobras e Vale é capaz de fazer no Ibovespa – a mineradora recuou 1,01%).

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Dia das elétricas

O setor de energia elétrica foi o destaque azul do pregão, com a CPFL Energia liderando os ganhos (alta de 6,24%). Além dela, Energisa subiu 5,99% e Equatorial, 5%. Fora do Ibovespa, a Light, em recuperação judicial, também subiu 2,62%.

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Na noite de ontem, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou a abertura de uma consulta pública sobre as regras para a renovação das concessões de distribuição de energia elétrica. A consulta pública, que dura 30 dias, serve pra debater as diretrizes dos contratos com as elétricas. Depois disso, as sugestões vão para o Tribunal de Contas da União (TCU).

Na prática, significa um start nos processos de renovação das concessões – que o setor aguardava com certa ansiedade, já que alguns contratos já estão próximos de acabar. Caso da EDP no Espírito Santo e da Light no Rio de Janeiro, ambas com contratos acabando em 2025. 

Uma sinalização do MME, agora, ilumina (rs) a possibilidade de renovação desses contratos a tempo. 

Bom fim de semana!

 

MAIORES ALTAS

IRB (IRBR3): 7,29%

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Assaí (ASAI3): 7,04%

SLC Agrícola (SLCE3): 6,51%

CPFL Energia (CPFE3): 6,24%

Energisa (ENGI11): 5,99%

 

MAIORES BAIXAS

Yduqs (YDUQ3): -7,99%

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Via (VIIA3): -4,42%

Minerva (BEEF3): -4,41%

Petrobras PN (PETR4): -4,10%

Petrobras ON (PETR3): -3,39%

 

Ibovespa: 0,04%, a 118.977 pontos. Na semana, alta de 0,18%

 

Em Nova York: 

Dow Jones: -0,64%, a 33.729 pontos

S&P 500: -0,76%, a 4.348 pontos

Nasdaq: -1,01%, a 13.493 pontos

 

Dólar: 0,12%, a R$ 4,7779

 

Petróleo

Brent: -0,46%, a US$ 74,01

WTI: -0,50%, a US$ 69,16 por barril

 

Minério de ferro: -1,93%, a US$ 109,15 por tonelada na bolsa de Singapura

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