Petróleo divide holofotes com decisão de juros nesta Super Quarta
Mercado teme que desaceleração da economia afete a demanda pela commodity. No final da tarde, Fed e BC divulgam taxas de juros pela última vez no ano.
Bom dia!
Hoje, às 16h, o Fed anunciará sua última decisão de juros do ano. Um pouco mais tarde, por volta das 18h30, é hora do BC brasileiro bater o martelo.
Em ambos os casos, o resultado não é bem um mistério. Nos EUA, é consenso que o Fed deve manter sua taxa de juros estacionada em 5,50% aa. Segundo dados do CME, 98% dos agentes do mercado acreditam nesta possibilidade.
Ontem, o CPI dentro das expectativas ajudou a alimentar essa certeza. A inflação em 12 meses ficou em 3,1% em novembro – contra 3,2% em outubro. O núcleo (que exclui preços de alimentos e energia, mais voláteis) ficou estável a 4%. Sinal de que os juros elevados têm feito seu papel de controlar os preços.
A dúvida, agora, é quando a instituição começará seu ciclo de afrouxamento. Parte do mercado (40%, segundo o CME) acredita que os juros começarão a baixar em março de 2024, aos 5,25% aa. Uma parcela maior (49%) os enxerga neste patamar em maio.
A fala de Jerome Powell pós-reunião ajudará a calibrar essas expectativas. Qualquer indício de posicionamento hawkish, no entanto, pode drenar o otimismo das bolsas de NY. Antes da abertura, elas acordaram em leve alta (veja abaixo).
Por aqui, o Copom também não deve trazer novas surpresas. Desde o primeiro corte de 0,50pp, em setembro, Campos Neto e sua turma indicaram cortes de igual magnitude pelo resto do ano. A Selic deve terminar 2023, então, no patamar de 11,75%.
Divulgado ontem, o IPCA em linha com as expectativas também ajudou a consolidar esse cenário por aqui. A inflação brasileira veio em alta de 0,28% em novembro e 4,68% em 12 meses – uma queda em relação aos 4,82% anuais de outubro.
Commodities
Hoje sai o relatório mensal da Opep, que descreve o cenário de oferta e de demanda no mercado de petróleo. Sai também o documento do Departamento de Energia (DoE) americano que elenca o número de barris em estoque nos EUA durante a semana.
Os dados vêm num momento em que o mercado global teme que a oferta da commodity se torne maior do que a demanda, o que desvaloriza seu preço. O receio causou a queda de 3,67% no brent ontem. Caso os números divulgados hoje confirmem essa tese, dá para esperar novas baixas.
Já o minério de ferro operou em forte queda durante a madrugada. Depois de subir 1,52% ontem, caiu 1,35% hoje. Má notícia para a Vale e suas colegas de setor – e para o Ibovespa como um todo, já que a mineradora tem peso de não-triviais 14% no índice.
Bons negócios!
Futuros S&P 500: 0,12%
Futuros Nasdaq: 0,16%
Futuros Dow Jones: 0,12%
*às 8h08
09h: Haddad e Lula vão a reunião do G20 no Itamaraty
12h30: DoE divulga estoques de petróleo da semana até 08/12
16h: decisão de juros do Fed, seguida de coletiva do presidente Jerome Powell
Após 18h30: anúncio da decisão da Selic
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,24%
- Londres (FTSE 100): 0,30%
- Frankfurt (Dax): 0,09%
- Paris (CAC): 0,29%
*às 8h07
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,67%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,89%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,25%
- Brent*: 0,08%, a US$ 73,30
- Minério de ferro: -1,35%, cotada a US$ 133,27 na bolsa de Dalian, na China
*às 8h05
Ressaca dos IPOs na B3
Entre 2020 a 2021, a bolsa brasileira abriu a porta para 71 novas empresas. Hoje, apenas 13 delas operam no azul. Entenda por que tantas novatas afundaram nesta reportagem da VCSA – e como o mau desempenho desses negócios levou a dois anos sem novas ofertas de ações.