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Petrobras (PETR4) salta 5,26% após nova política de dividendos; entenda o porquê

Antes temida, a mudança foi bem recebida pelo mercado. Apoiado na estatal, Ibovespa sobe 1,46%; em julho, índice acumula alta de 3,27%.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 31 jul 2023, 19h52 - Publicado em 31 jul 2023, 18h04
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 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Na sexta-feira à noite, a Petrobras anunciou a tão esperada (e temida) mudança na sua política de dividendos. No pregão de hoje, as ações da estatal (PETR4) saltaram 4,54%, figurando entre as maiores altas do dia. O que explica o otimismo?

Primeiro, um resumo. Como explicamos em mais detalhes neste texto, a Petrobras passará a distribuir aos acionistas 45% do seu fluxo de caixa livre no trimestre, abaixo dos 60% fixados anteriormente. A estatal também estabeleceu um mínimo de US$ 4 bilhões de distribuição anual caso o barril de petróleo Brent fique acima dos US$ 40 (hoje, ele fechou em US$ 85,56). Por fim, incluiu a possibilidade de programas de recompra de ações – algo que também funciona como uma remuneração, já que diminui a base dos acionistas, aumentando a fatia de dividendos que cada um recebe.

No saldo geral, o dinheiro que pinga na conta dos acionistas em forma de dividendos deve diminuir. Por que as ações sobem, então? O ponto central é este: todo mundo já sabia disso. Era algo anunciado pelo governo há muito tempo, inclusive. A ideia da gestão petista é preservar o dinheiro da companhia para turbinar os investimentos.

O xis da questão é que a mudança foi bem mais branda do que o mercado esperava. Analistas previam, por exemplo, que os 45% do fluxo de caixa livre fixados pela companhia seria ainda menor, de 40%. A surpresa, então, foi positiva.

A visão que prevalece é que, apesar das mudanças, a Petro seguirá como uma boa pagadora de dividendos, num patamar inclusive próximo das suas concorrentes internacionais. Vale lembrar que a Petrobras já era considerada uma das maiores pagadoras de dividendos do mundo (foram R$ 194 bilhões só ano passado, mais do que todas as outras empresas da bolsa brasileira juntas), então uma certa diminuição leve, como foi o caso, não é apocalipse.

No fim, o que era temido se mostrou um movimento bem mais pé no chão, e isso explica as ações retomarem o fôlego: investidores respirando aliviados.

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A alta das ações da Petro nesta segunda ajudou a turbinar o Ibovespa, que subiu 1,46%, beirando os 122k. E a fechar o mês no azul, mais uma vez.

Julho: +3,27%

Após um junho glorioso, em que o Ibovespa subiu 9%, julho foi marcado por uma continuidade do otimismo com a bolsa brasileira. No mês, o índice sobe 3,27%; no ano, acumula alta de 11,13%.

O movimento é fruto de uma série de revisões – para patamares mais otimistas – da economia brasileira, em especial de métricas como inflação, PIB e juros no final de 2023. Hoje, o Boletim Focus, bola de cristal do mercado financeiro publicada semanalmente, reforçou essas expectativas. No documento, a previsão do IPCA no fim do ano cai dos anteriores  4,90% para 4,84%. Já a previsão da cotação do dólar caiu de R$ 4,97 para R$ 4,91.

A grande notícia do mês, que sustenta boa parte do otimismo do mercado, foi que a agência de classificação de risco Fitch elevou a nota do Brasil, de BB- para BB. Em junho, a S&P, outra grande agência de classificação, já tinha dado um spoiler: mudando a perspectiva da nota brasileira de “estável” para “positiva” (ainda que ela tenha permanecido em BB-). Ambos os episódios ilustram uma trajetória de retomada da confiança nos rumos do Brasil.

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As atenções agora se concentram, naturalmente, na decisão do Copom, que sai nesta quarta-feira. Todo mundo – incluindo aqui toda a Faria Lima – espera que seja anunciado um corte nos juros, o primeiro em três anos. Manter a Selic no atual patamar, de 13,75%, parece uma posição já indefensável.

Mas há ainda grande debate ainda sobre a magnitude do corte: será de 0,25 ou meio ponto percentual? Roberto Campos Neto, nos últimos tempos, tem mantido uma postura mais hawkish, o que pode dar spoilers de um corte menor. Mas a constante melhora da economia – e, principalmente, da inflação – dão gás aos palpites de que a Selic poderá cair já 0,5 p.p. O governo, é claro, também pressiona por um corte maior. 

Gabriel Galípolo, indicado do governo ao BC, votará pela primeira vez. Há chances da decisão do órgão não ser unânime, o que é incomum. Cenas dos próximos capítulos.

Até amanhã.

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MAIORES ALTAS

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Carrefour (CRFB3): 8,29%

Dexco (DXCO3): 6,76%

BRF (BRFS3): 6,20%

Magazine Luiza (MGLU3): 5,68%

Petrobras (PETR4): 5,26%

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MAIORES BAIXAS

Hypera (HYPE3): -1,68%

CVC (CVCB3): -1,65%

Rede D’Or (RDOR3): -1,10%

Multiplan (MULT3): -1,09%

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Equatorial (EQTL3): -1,03%

Ibovespa:  1,46%, aos 121.942 pontos

Em Nova York

S&P500: 0,15%, aos 4.589 pontos

Nasdaq: 0,21%, aos 14.346 pontos

Dow Jones: 0,28%, aos 35.560 pontos

Dólar: -0,03%, a R$ 4,7295

Petróleo

Brent: 0,67%, a US$ 85,56

WTI: 1,51%, a US$ 81,80

Minério de ferro: 0,54% a US$ 117,72 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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