Petrobras no radar da privatização (de novo)
Mercado não vem levando a sério ameaças de desestatização em meio ao aumento dos combustíveis. Seria dessa vez diferente?
Bom dia!
Já era noite quando o Ministério de Minas e Energia (MME) informou que oficializou o pedido de inclusão da Petrobras no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), no que seria o primeiríssimo passo de um longo e complexo processo para desestatizar a empresa.
Isso significa que o Ministério, juntamente com o da Economia de Paulo Guedes, fará uma série de estudos sobre a possibilidade de privatização da empresa.
O mercado já perdeu as contas de quantas vezes ouviu de Bolsonaro sobre o desejo de privatizar a Petrobras. Em todas elas, a informação entrou por um ouvido e saiu pelo outro – ninguém nunca acreditou muito nessa possibilidade. Seria, dessa vez, diferente? Ou será novamente lido como mais uma cortina de fumaça?
A pauta, que já era reivindicada pelo governo há muito tempo, ganhou força com a troca do comando do MME, com Adolfo Sachsida entrando no lugar de Bento Albuquerque – e ele já entrou antecipando que faria tais estudos para a privatização.
Esse assunto é especialmente relevante para Bolsonaro porque o aumento dos preços dos combustíveis é um dos fatores que mais prejudica sua imagem e dificulta a reeleição.
O mercado financeiro, porém, vê com ceticismo as chances da privatização sair, ainda mais no fim do mandato e sem maioria no Congresso, onde a medida precisa de votos de 308 dos 513 deputados e de 49 dos 81 senadores.
O movimento é visto, na verdade, como mais uma tentativa de tentar desvincular o governo do aumento dos preços dos combustíveis, já que uma intervenção direta não é possível, ainda que Bolsonaro tenha ameaçado essa via diversas vezes ao criticar a política de preços da Petro.
Blefe ou não, a oficialização do primeiríssimo passo para a privatização da Petrobras deve ser o assunto do dia no mercado. Ontem, a queda nas ações da estatal protagonizou o pregão em dia de feriado nos EUA. Em ano eleitoral, a independência da estatal vem sendo atacada por todos os lados.
A notícia da Petro vem também justamente quando o preço do petróleo dispara no mercado internacional para cima dos US$ 120, reacendendo o medo da inflação. Hoje, o embargo da UE leva o Brent para cima (mais sobre isso no Market facts abaixo) é a nova preocupação do dia. E pode afetar também os papéis da estatal brasileira.
Nos EUA, índices futuros apontam para baixo justamente por causa do medo da inflação. De uma forma ou de outra, o petróleo parece ser o assunto central do dia.
Bons negócios.
Futuros S&P 500: -0,39%
Futuros Nasdaq: -0,40%
Futuros Dow: -0,09%
*às 8h02
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,58%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,58%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,58%
Bolsa de Paris (CAC): -0,73%
*às 8h03
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,55%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,33%
Hong Kong (Hang Seng): 1,38%
Brent*: 2,11%, a US$ 123,78
Minério de ferro: -1,15%, cotado a US$ 133,25 por tonelada em Cingapura
*às 7h42
9h IBGE divulga Pnad Contínua do trimestre até abril
14h Roberto Campos Neto participa de audiência pública sobre inflação e aumento das taxas de juros na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados
Embargo
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Ele perdeu milhões em crash de criptomoedas – e ainda foi preso
O crash da Terra USD, no começo de março, chacoalhou o mundo cripto, e fez muita gente perder dinheiro. Alguns viram suas fortunas evaporarem do dia para a noite. Foi o caso do streamer coreano conhecido como Chancers. Ele perdeu US$ 2,4 milhões nessa jogada. Revoltado, foi confrontar o criador da Terra – pessoalmente, na casa dele. A polícia foi chamada, e o homem acabou preso. A BBC Brasil conta essa história aqui.