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PEC de Transição finalmente vai ao plenário da Câmara

No Japão, banco central toma decisão monetária inesperada e derruba índices futuros.

Por Júlia Moura, Camila Barros
20 dez 2022, 09h15

Bom dia!

A tão discutida PEC de Transição deve ir ao plenário da Câmara nesta terça-feira. Em meio ao fim do orçamento secreto e a retirada do Bolsa Família do teto de gastos (ambos cortesia do STF), o projeto virou ainda mais um palco para queda de braços entre Lula e Arthur Lira. 

Em retaliação à inconstitucionalidade do orçamento secreto, o Centrão quer mudar o texto da PEC aprovado no Senado reduzindo o prazo do projeto de dois para um ano, forçando o governo a renegociar com o Congresso em 2023.

O PT, obviamente, articula para manter o prazo de dois anos e o valo de R$ 168 bilhões aprovado pelo Senado, mas esta se mostra uma tarefa quase impossível. Deputados veem dedos do presidente eleito nas decisões do Supremo e devem desidratar a PEC em resposta. Com os trunfos do STF na mão, o novo governo agora pode se dar ao luxo de não ter a PEC como inicialmente planejado. Para os petistas, porém, é importante liberar recursos para outros programas além do Bolsa Família, como o Minha Casa Minha Vida.

Ao que tudo indica, porém, a PEC da Transição deve ter um impacto fiscal menor do que o esperado, algo que agrada a Faria Lima. Resta saber quanto.

Juro japonês, PIB chinês

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Enquanto o compasso por aqui é de espera, no exterior as bolsas não reagem bem à decisão de política monetária do Japão. O banco central de lá (BoJ)  manteve sua taxa básica em -0,1%, mas expandiu a faixa de rentabilidade dos títulos do governo de 10 anos de  -0,25% a 0,25% para -0,50% a 0,50%. A medida fez o iene se valorizar ante o dólar, que cai cerca de 3,34% por lá, a 132,31 ienes. O presidente do BoJ negou que o banco esteja se movimentando para subir juro e disse que a mudança tem como objetivo melhorar o funcionamento do mercado. 

Se não bastasse o fantasma de juros mais altos, a Ásia penou com uma drástica redução na projeção do Banco Mundial para o PIB chinês deste ano, de 4,3% para 2,7%. Lembrando que a meta de crescimento do país estabelecida pelo governo é de cerca de 5,5%. Dada a situação, Pequim prometeu uma estabilização econômica em 2023.

Pelo menos 2022 está acabando!

Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,13%

Futuros Dow: 0,01%

Futuros Nasdaq: -0,30%

às 8h55

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market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Casino não quer se desfazer do Assaí

No final de novembro, o grupo francês Casino conseguiu levantar R$ 2,7 bilhões vendendo 10,4% do capital do Assaí (ASAI3). E a demanda pelas ações foi maior que isso. Segundo apurou o Estadão, o grupo conseguiria ter levantado R$ 3,6 bilhões, caso oferecesse um lote extra de ações no follow-on. Mas o Assaí é a jóia do conglomerado na América Latina – região que mais contribui para seu caixa. Por isso, o Casino, que vem se desfazendo de ativos para reduzir seu endividamento, vai tentar buscar alternativas antes de fazer novas ofertas de ações do atacarejo. Um caminho provável é a venda do Grupo Éxito, rede de supermercados colombiana. 

Época de vacas magras das startups

Na América Latina, o investimento de risco caiu 75% no 3º trimestre de 2022 em relação a um ano antes, de acordo com um levantamento da Associação para Investimento de Capital Privado na América Latina (LAVCA). A maior queda foi no financiamento de startups em estágio avançado, que caiu 92% no período.

O movimento segue uma tendência global de seca no investimento em startups, que se tornaram menos atrativas diante do cenário de juros altos. No Brasil, startups como Loft, Mercado Bitcoin e QuintoAndar anunciaram demissões ao longo do ano, como tentativa de aliviar o caixa. 

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Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brasil, 9h: Câmara vota a PEC da Transição.

EUA, 10h30: construções de moradias iniciadas em novembro

Zona do euro, 12h: índice de confiança do consumidor de dezembro

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,15%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,03%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,35%

Bolsa de Paris (CAC): -0,41%

*às 8h50

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,65%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -2,46%

Hong Kong (Hang Seng): -1,33%

Commodities

Brent*: 0,18%, a US$ 79,94

Minério de ferro: 1,44%, a US$ 109,30por tonelada em Singapura

*às 8h50

O fantasma de 2008

Para Michael Wilson, estrategista do Morgan Stanley, os lucros corporativos das empresas americanas devem encerrar 2022 com os piores números desde a crise financeira de 2008. Para ele, que costuma ter uma visão pessimista sobre renda variável, os investidores erram ao pensar que o mercado já precificou a desaceleração dos resultados. Esta matéria da Bloomberg, traduzida pelo Valor, esmiúça o que o analista disse em nota. 

Rebaixamento ESG

Uma nova lei regulatória da União Europeia fortaleceu as diretrizes do que pode ser considerado ESG mercado afora. Agora, os fundos de investimento só podem receber a designação “Artigo 9” (classificação mais alta em ESG) quando tiverem 100% de seus ativos ligados à sustentabilidade. Por isso, as gestoras entraram em um rali de reclassificação, rebaixando notas de fundos que antes eram considerados do alto escalão do ESG. A Bloomberg conta essa história aqui

 

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