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PEC da Transição preocupa mercado financeiro, enquanto Lula volta a defender fim do teto

Futuros americanos abrem em baixa à espera de falas de diretores do Fed.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 17 nov 2022, 08h46 - Publicado em 17 nov 2022, 08h41

A PEC da Transição, já apelidada de PEC do Bolsa Família, deve continuar a fazer estragos no pregão desta quinta. O projeto, entregue na noite de ontem por Alckmin ao Congresso, prevê não só a saída do Bolsa Família do teto de gastos de forma permanente, mas também as receitas próprias obtidas por universidades federais e doações para o meio ambiente e a educação.

Outra proposta da PEC é retirar do teto de 2023 o excedente de arrecadação do ano anterior, com o limite de 6,5%, ou seja, R$ 23 bilhões. O valor deve ser destinado a investimentos.

A estimativa é que as medidas somem R$ 198 bilhões de gastos da União fora do teto. Sem o anúncio de medidas para aumentar a arrecadação, ou a liberação de recursos de outras formas, o Estado tende a ficar mais endividado num primeiro momento. E isso pode gerar desconfiança nos investidores, especialmente estrangeiros. 

É a previsão de uma dívida pública maior que elevou os juros futuros e o dólar e fez o Ibovespa cair 2,58% ontem.

Para piorar a leitura fiscal, Lula voltou a defender o fim do teto de gastos. “Se não resolvermos a situação social, não vale a pena governar o país. Vai aumentar o dólar, cair a bolsa? Paciência”, afirmou em reunião da COP27, no Egito, nesta manhã.

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Nos Estados Unidos, os índices futuros de ações operam em queda. Por lá, reina a apreensão em torno dos resultados da rede de lojas de departamento Macy’s logo mais, já que é um importante termômetro da economia do país. O JPMorgan prevê uma leve recessão na segunda metade de 2023.

Além disso, seis diretores do Fed (banco central americano) discursam ao longo desta quinta. Qualquer sinal de aumento na velocidade do aperto monetário por lá deve acentuar as perdas nas bolsas do mundo todo.

Bom, “paciência”.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -0,63%

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Futuros Nasdaq: -0,66%

Futuros Dow: -0,57%

*às 8h35

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,34%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,56%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,01%

Bolsa de Paris (CAC): -0,76%

*às 8h18

Fechamento na Ásia
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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,41%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,35%

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Hong Kong (Hang Seng): -1,15%

Commodities
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Brent: -1,25%, a US$ 91,70

Minério de ferro: – 0,87%, a US$ 96,85 por tonelada, na bolsa de Cingapura

*às 8h28

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Twitter: Whiplash do Vale do Silício

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Musk deu aos funcionários do Twitter até 17h de hoje para decidir se querem continuar trabalhando na companhia ou não. Com um detalhe: quem escolher ficar, segundo o empresário, vai estar sujeito a um ambiente de trabalho “extremamente duro” e ter que aceitar “trabalhar longas horas em alta intensidade”. Quem achar que não se encaixa na nova cultura Whiplashiana da empresa será desligado, com direito a receber uma indenização equivalente a três meses de salário. 

Dessa vez, pelo menos, Musk pediu com jeitinho. Desde que assumiu o Twitter, há três semanas, o empresário já demitiu 7,5 mil funcionários – entre eles, alguns dos maiores cargos da companhia.

Vale a pena ler:
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O novo impasse do trabalho remoto

Desde que as medidas de contenção da pandemia arrefeceram, o trabalho remoto virou cabo de guerra dentro dos escritórios. De um lado, funcionários que não viam sentido em se deslocar todos os dias para realizarem tarefas que poderiam ser feitas de casa. Do outro, chefes incentivando (ou obrigando) o retorno ao escritório em nome da produtividade. Na Europa, a crise energética bagunçou esse jogo. Os chefes agora estão aconselhando seus funcionários a trabalharem de casa para reduzir a conta de energia do escritório. E os trabalhadores não estão gostando – afinal, a conta de luz do período trabalhado de casa cai toda no colo deles. O WSF conta essa história aqui

Economia da ‘floresta em pé’

Bioeconomia é o termo bonitinho que inventaram, na década de 1970, pra dizer que a gente precisava de um modelo energético que substituísse os combustíveis fósseis e parasse de desmatar as florestas. Foi essa a palavra que norteou os debates da Brazil Climate Action Hub, espaço que reúne ambientalistas brasileiros na COP27. A BBC conta o que foi discutido pelo grupo, e mostra projetos que têm a floresta como aliada, não rival. 

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brasil, 10h: Lula participa do Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática na COP27.

EUA, 10h30: pedidos de auxílio-desemprego da semana até 12/11;

EUA, 10h30: construções de moradias iniciadas em outubro.

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