Papai Noel deixa seu presente na B3: alta de 2%

IPCA- 15 camarada ajuda a bolsa e baixa os juros dos títulos de inflação. Escalada do petróleo impulsiona PETR4 e RRRP3.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 18 out 2024, 14h01 - Publicado em 23 dez 2022, 19h03
-
 (Juliana Krauss/Fotos: Getty Images/Você S/A)
Continua após publicidade

Papai Noel já começou suas entregas. E a primeira escala do laponiano foi na Rua Quinze de Novembro, 275, centro de São Paulo, endereço da B3. Neste pregão natalino o Ibovespa registrou alta de 2,00% cravados, aos 109.627 pontos – perto da máxima do dia (109.994).

O petróleo ajudou. Putin já tinha ameaçado cortar até 7% da produção russa no início de 2023, em retaliação ao “teto de preço” imposto pelo Ocidente ao petróleo do país. As nações do G7 mais União Europeia e a Austrália estipularam, no dia 2 de dezembro, um limite de US$ 60 por barril para importações de óleo russo – 30% abaixo da cotação daquele dia (US$ 85,57).

Hoje, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, afirmou que o país vai reduzir mesmo sua produção. Resultado: o Brent subiu 3,63%. Bom para a Petrobras, que representa gordos 9% da carteira do Ibovespa. Alta de 4,71%. 3R Petroleum pegou o bonde (8,76%). PetroRio, não (0,65%)

Mas não foi só isso, claro. O IPCA-15 relativamente manso também teve seu papel. Vamos a ele.   

IPCA-15 e alívio nos juros futuros

A prévia da inflação de dezembro veio um pouco abaixo da expectativa do mercado: 0,52%, versus 0,55% (e praticamente igual ao de novembro, que tinha ficado em 0,53%. Com isso, o índice fecha 2022 em 5,90% – bem abaixo dos 10,42% de 2021. Uma amostra de que a sequência de altas na Selic iniciada no ano passado e sua manutenção no elevado patamar de 13,75% desde agosto surtiram efeito.

Isso alivia a pressão para novos aumentos da Selic, que o mercado passou a dar como quase certa após a aprovação da PEC da… (chame como quiser: da Transição, da Gastança, da Zoeira, do Amor, da Ascensão dos Economistas Partidários da Teoria Monetária Moderna, Aquela que Defende Gastos Meio Que Sem Limite do Estado). 

Continua após a publicidade

Há de se notar, porém, que o governo bolsonaro gastou R$ 794,9 bilhões acima do teto em seus quatro anos de governo – de acordo com os cálculos dos economista Bráulio Borges, da FGV, feitos a pedido da BBC Brasil. Veja ano a ano: 

2019: R$ 53,6 bilhões

2020: R$ 507,9 bilhões (pandemia) 

2021: R$ 117,2 bilhões (mais pandemia)

2022: R$ 116,2 bilhões (Auxílio Brasil de R$ 600 e outras medidas que visavam a reeleição)

Continua após a publicidade

Nada disso torna os R$ 168 bilhões da PEC palatáveis. Mas o fato de que mesmo assim a inflação voltou para mais perto do teto da meta (5%) ajuda a enxergar melhor o risco real de uma inflação fora do controle no ano que vem – e ele é relativamente baixo (contanto que o Banco Central se mantenha alerta, como tem se mantido).   

O IPCA-15 também tirou força dos juros futuros. O DI para janeiro de 2025 caiu relevantes 22 pontos-base (0,22 pp), a 12,78%. Como os juros futuros são os grandes agentes que determinam as taxas dos títulos prefixados e de inflação, tivemos quedas aí também:

  • IPCA+2026:  recuo de 6,35% para 6,24%.
  • IPCA+2035: de 6,29% para 6,20%.

Ufa. Na sexta passada, para dar uma ideia, o 2035 estava em 6,33%; o 2026, em 6,53% (seu recorde histórico).

Baixa na inflação americana, e no dólar 

Hoje saiu “o outro” índice de inflacão dos EUA, o PCE – o preferido do Fed, em detrimento do CPI, que é o principal, o IPCA deles. A alta em novembro foi de tímidos 0,1%, ante 0,2% em outubro. 

Continua após a publicidade

Com isso, o índice em 12 meses caiu para 5,5%. É o menor desde outubro de 2022. Isso ajudou a baixar mais um pouco o dólar, que caiu 0,38%, a 5,16%. Na semana, a moeda americana cedeu firmes 2,42% – em parte também por conta da redução do prazo de validade da PEC, de dois para um ano. 

A queda do dólar prejudicou as gigantes do papel (já que a celulose é cotada em dólar). Suzano e Klabin ficaram entre as maiores baixa do dia, tombando mais de 2% (veja mais abaixo)  

BlackRock dobra a aposta em QUAL3

Entre as altas do dia, destaque para a Qualicorp (7,14%). Ela já tinha dado uma decolada de 14% na segunda-feira, quando o Cade oficializou que não obrigaria a Rede D’Or a vender sua participação de 30% na operadora de planos de saúde (entenda do caso aqui). E hoje QUAL3 ganhou mais uma carga de nitro. 

A BlackRock anunciou ter elevado sua participação na companhia para 10%, ante os 6,46% que possuía. Agora, a Qualicorp se junta à Cemig e à Cogna no rol de empresas brasileiras nas quais a maior gestora de fundos do mundo tem uma participação dessa grandeza. 

Com US$ 10 trilhões em ativos, a BlackRock tem papéis de 30 companhias do Ibovespa (um terço das companhias que compõem o índice). A maior participação em volume financeiro está na Vale. Os 6,33% que ela detém da mineradora valem US$ 25 bilhões – para comparar, a fatia na Qualicorp vale módicos US$ 170 milhões. A BlackRock também está entre as maiores acionistas de Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet e Tesla – as cinco companhias mais valiosas dos EUA. 

Continua após a publicidade

Essa aí não precisa de Papai Noel. 

Feliz Natal!!!

Compartilhe essa matéria via:

Maiores altas

3R Petroleum (RRRP3): 8,76%

Continua após a publicidade

B3 (B3SA3): 8,57%

Positivo (POSI3): 8,11%

CVC (CVCB3): 7,53%

Banco Pan (BPAN4): 7,53%

 

Maiores baixas

IRB (IRBR3): -4,21%

Gerdau (GGBR4): -3,88%

Metalúrgica Gerdau (GOAU4): -3,65%

Suzano (SUZB3): -2,70

Klabin (KLBN11): -2,33%

 

Ibovespa: 2,00%, aos 109.627 pontos 

 

Em NY:

S&P 500: 0,59%, a 3.844 pontos

Nasdaq: 0,21%, a 10.497 pontos

Dow Jones: 0,54%, a 33.204 pontos

 

Dólar: -0,38%, a R$ 5,16. Na semana, -2,42%

 

Petróleo

Brent: 3,63%, a US$ 83,92. Na semana, 6,2%.

WTI: 2,67%, a US$ 79,56. Na semana, 6,8%

 

Minério de ferro: -0,18%, a US$ 118,03 a tonelada na bolsa de Dalian.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.