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Opep+ anuncia corte na produção de petróleo e incendeia expectativas de inflação

Brent sobe mais de 5% e puxa ação da Petrobras, que vai na contramão do resto do mercado.

Por Tássia Kastner e Bruno Vaiano
3 abr 2023, 07h42
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

A Opep+, cartel dos países exportadores de petróleo, anunciou na noite de domingo um corte na oferta da commodity. O plano é fornecer um milhão de barris a menos por dia. A Arábia Saudita afirmou, na sequência, que se responsabiliza sozinha por metade do corte. 

O objetivo, claro, era fazer os preços voltarem a subir. Na sexta, o Brent havia fechado abaixo dos US$ 80 por barril. Desde novembro do ano passado, o preço se mantém abaixo dos US$ 90. 

Trata-se de um choque quando comparado com 2022, quando o início da guerra na Ucrânia fez a matéria-prima escalar para acima dos US$ 120 por barril.

Acontece que o custo maior com combustível turbinou a inflação global e acelerou o ciclo de alta de juros nas principais economias do mundo. O juro mais alto tem o objetivo de desacelerar a demanda, o que significa, claro, menos demanda por derivados de petróleo. Vira um jogo de gato e rato. Após o anúncio da Opep, analistas afirmaram que o Brent poderia voltar a ser negociado no patamar de US$ 100, uma alta de 25% na comparação com os atuais patamares.

Pode até doer no bolso, mas investidores da Petrobras tiraram a manhã para comemorar: os recibos de ações da estatal negociados em Nova York subiam mais de 3%. Isso enquanto o ETF que replica o Ibovespa recuava 0,47%.

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É a mesma lógica seguida pelos futuros dos principais índices americanos. O Dow Jones, índice em que as petroleiras americanas têm maior peso, avança. S&P 500 e Nasdaq, benchmarks mais abrangentes e que sofrem com os juros altos necessários para conter a inflação, cedem.

Isso que chamamos de começar um mês com emoção. Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros do S&P 500: -0,01%

Futuros do Dow Jones: 0,41%

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Futuros do Nasdaq: -0,54%

*às 7h35

market facts

Abril, o mês dos dividendos

De tempos em tempos, empresas listadas na bolsa anunciam quando pagarão dividendos a seus investidores. Mas nem todo mundo que detêm ações nesses dias tem direito a receber uns trocados: só quem já tinha comprado os papéis antes, até uma certa data limite, conhecida como “data com”, ou “data de custódia”. O dia útil seguinte à data de custódia, quando todo mundo fica na saudade, ganha o nome de “data ex”.

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Um levantamento do Santander analisou 148 empresas com capital aberto na B3 e descobriu que abril é o mês com mais datas com e ex. Ou seja: em média, é o momento do ano em que mais há oportunidades de comprar ações em cima da hora para receber proventos algum tempo depois. 

 

Agenda

8h25: Boletim Focus

15h: Balança comercial brasileira de março

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,26%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,70%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,11%

Bolsa de Paris (CAC): 0,50%

*às 7h31

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,98%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,52%

Hong Kong (Hang Seng): 0,04%

Commodities

Brent: 5,12%, a US$ 83,98

Minério de ferro: -2,04%, a US$ 129,26 na bolsa de Dalian

às 7h30

Vale a pena ler:

Dólares de férias na China

Crises são momentos em que o dinheiro muda de mãos e cofres: os investidores trocam ações por ativos mais seguros, como títulos públicos, e fogem de países com juros em alta, inflação preocupante ou pouca perspectiva de crescimento econômico. Após um evento traumático como a quebra do SVB ou a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, até a segurança da grana depositada em bancos vira uma incógnita. E nesse Deus-nos-acuda, alguns recantos improváveis emergem como portos-seguros. 

É o caso da China, que passou incólume pelo surto de inflação que assola os EUA e a zona do euro, e volta lentamente a crescer no pós-covid. A Economist explica por que americanos e europeus que antes não chegariam perto do tigrão asiático estão superando preconceitos e aproveitando o fato de que o país de Xi Jinping está em um momento econômico diferente do Ocidente – um momento, quiçá, melhor para as finanças.

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