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Onda de calor ferve commodities e impulsiona Ibovespa: +2,13%

AMER3 lidera altas pelo segundo dia, uma cortesia na fé que investidores têm em Sergio Rial.

Por Tássia Kastner
23 ago 2022, 17h47

 

Nesta terça o petróleo subiu 3,74% e voltou a ser negociado acima de US$ 100. O minério de ferro também galgou digno 1,81% lá na China. O milho avançou mais de 4%, e soja e trigo também não fizeram feio com suas altas na faixa de 1%. 

Foi o dia das commodities, e aí fica fácil de entender porque o Ibovespa garantiu uma subida firme de 2,13% enquanto Nova York bambeava – como símbolo, o Nasdaq terminou no zero a zero. Não só nosso amado Ibov se deu bem, o real também garantiu sua alta ante o dólar.

Legal. Mas por que as commodities subiram? Difícil cravar. No caso do petróleo, circulou uma notícia de que os países da Opep+ (o cartel dos exportadores do suco de dino) poderiam dar uma cortada na produção, alegando que o mercado real encolheu dadas as ameaças de recessão. 

Uma aposta mais firme é colocar a culpa no verão. As ondas de calor e a falta de chuvas no hemisfério norte criaram uma camada extra na já grave crise desencadeada pela guerra na Ucrânia.

Os preços de energia na Europa batem recorde dia sim, outro também. A Espanha terminará o verão com suas barragens no menor nível em anos. Na França, dependente de usinas nucleares, a fase de manutenção das unidades faz com que seja preciso importar combustíveis de outros países, como a Alemanha. E a própria Alemanha está se digladiando com sua disparada de preços.

Isso é falando de energia. A seca também causa uma queda de produção agrícola no continente. Segundo dados da Comissão Europeia, dois terços do continente são afetados pela seca. E aí, claro, os preços dos alimentos tendem a subir. Isso um dia depois de o mundo descobrir que a China enfrenta a maior onda de calor já registrada no país. A crise foi tão grave que forçou a parada de indústrias, como siderúrgicas, reativando o pânico de desabastecimento global de produtos.

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Parece apocalipse. 

Mas antes de disseminar o pânico, é importante colocar o momento atual em contexto. O petróleo pode ter subido, mas US$ 100 parecem bem pagáveis quando comparado ao pico de quase US$ 130 por barril atingido em março. A mesma coisa para milho, soja e cia., que viveram seus picos no primeiro semestre. A subida é brusca, mas está bem longe do pico recente.

O milho, por exemplo, é negociado 19% abaixo do pico de abril na bolsa de Chicago.

Os que vendem lenços

A Vale, o guindaste do Ibovespa, subiu 6% nesta festa de commodities e puxou junto as siderúrgicas – duas delas no top 5 do dia. 

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A Petrobras (PETR4), a segunda maior força da B3, ganhou outros 3%. Isso é o que se chama de festa de commodities. A SLC Agrícola ganhou mais de 4%.

E para não dizer que ignoramos o varejo, a Americanas liderou a fila das maiores altas pelo segundo pregão consecutivo. Investidores ainda comemoram a indicação de Sergio Rial – ex-Santander – para o comando da varejista.

Rial ficou conhecido como salvador da pátria: reergueu a Marfrig de Molina e transformou o Santander no banco mais rentável do Brasil. As apostas são de que ele repetirá o feito na AMER3. Isso somado ao virtual fim do ciclo de alta de juros no país ajudam no otimismo. Aí só tem um jeito: esperar para ver. Até amanhã.

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Maiores altas

Americanas (AMER3) 15,91%

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Usiminas (USIM5) 9,72%

Méliuz (CASH3) 9,32%

CSN (CSNA3) 9,29%

Magazine Luiza (MGLU3) 8,64%

Maiores baixas

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Multiplan (MULT3) -2,56%

CCR (CCRO3) -1,62%

JBS (JBSS3) -1,29%

Cielo (CIEL3) -1,08%

Iguatemi (IGTI11) -1,35%

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Ibovespa: 2,13%, a 112.857 pontos

Nova York

Dow Jones: -0,47%, a 32.909 pontos

S&P 500: -0,22%, a 4.129 pontos

Nasdaq: estável a 12.381 pontos

Dólar: -1,31%, a R$ 5,0990

Petróleo

Brent: 3,88%, a US$ 100,22

WTI: 3,74%, a US$ 93,74

Minério de ferro: 1,81%, a US$ 102,18 por tonelada

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