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O (rali de) Natal vem vindo?

Faltam quatro semanas para as festas de final de ano. E investidores esperam por um presente antecipado do Papai Noel para reduzir o tombo do Ibovespa em 2021.

Por Guilherme Jacques, Tássia Kastner
Atualizado em 18 out 2024, 09h21 - Publicado em 22 nov 2021, 08h26
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

Talvez você ainda não tenha se dado conta, mas estamos a um mês do Natal. E nessa época do ano, investidores contam com um presente antecipado do bom velhinho, que convencionou-se chamar de rali de Natal. É um período em que os mercados decidem se comportar bem e sobem, independentemente de como eles estavam no ano até aqui.

A segunda-feira começou positiva na Ásia e na Europa, com as bolsas aproveitando a queda abrupta do petróleo para abaixo dos US$ 80 o barril. Neste começo de semana a commodity até ensaia uma recuperação, mas o fato é que ela continua no menor patamar de preços desde outubro.

Isso ajuda a diminuir uma parte da pressão inflacionária global e deixa investidores um pouco mais otimistas com o futuro da economia. Aí pouco importa se a Europa está no meio de uma quarta onda da pandemia, com países decidindo por medidas de restrição à circulação. A essência do rali de Natal é ignorar o que existe de problemas assombrando o mundo e se agarrar às notícias boas. Em 2022, a gente vê como resolver.

Em 2020, o índice europeu Euro Stock 50 subiu coisa de 2% em um mês até o Natal. O S&P 500, ao redor de 4%. Já nosso querido Ibovespa registrou uma disparada na casa dos 9%. Isso é o que se chama de rali. Veja bem, se o Ibovespa subir 9% daqui até o dia 23 de dezembro, terá voltado para a marca de 112 mil pontos – o patamar que vimos pela última vez em outubro. Pior, a bolsa ainda estará no negativo em 2021 – e não custa lembrar que entramos em 2021 com expectativas de que o índice terminaria o ano entre 130 mil e até 150 mil pontos.

No fim, só um rali de Natal para investidores brasileiros terminarem o ano um pouco menos deprimidos. Porque se depender do noticiário doméstico, as coisas não têm nenhuma perspectiva de melhora. Seguimos enredados no debate da PEC dos Precatórios enquanto Jair Bolsonaro tenta arrumar dinheiro para financiar sua agenda populista em 2022.

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O Natal vem vindo, vem vindo o Natal…

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,33%

Futuros Nasdaq: 0,36%

Futuros Dow: 0,36%

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*às 7h46

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,01%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,31%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,02%

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Bolsa de Paris (CAC): 0,15%

*às 7h45

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Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,46%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,09%

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Hong Kong (Hang Seng): -0,39%

Commodities

Brent: 0,19%, a US$ 79,08*

Minério de ferro: 4,30%, a US$ 95,63, no porto de Qingdao na China

*às 7h45

Agenda

10h30 – O Fed, o banco central americano, divulga o índice de atividade nacional de outubro, que mede a atividade econômica global.

market facts

Lanterninha

De acordo com um levantamento do Estadão, baseado em dados do Fundo Monetário Internacional, a economia brasileira terá o pior desempenho entre os principais países emergentes em 2022. Estaremos atrás, por exemplo, de Índia, China, África do Sul e Rússia, considerando um crescimento de 1,5% previsto pelo FMI. O lance é que essa estimativa do FMI já é otimista demais. As expectativas de economistas no relatório Focus, do BC, são de 0,93% para o PIB. Porém, o Itaú vai além e já aponta uma retração de -0,5% no próximo ano.

Nada de gastos na Black Friday

Mesmo com a Black Friday pedindo passagem, os brasileiros não pretendem abrir a carteira para comprar neste mês. A intenção de consumo das famílias caiu 0,9% de outubro para novembro, segundo cálculo da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Foi a primeira queda desde maio.

Vale a pena ler:

Perto da estabilidade

O nó logístico que se formou com as paralisações em fábricas e portos por causa da pandemia pode estar dando sinais de alívio. Tanto fabricantes asiáticas, que enfrentaram dificuldades de produção e transporte nos últimos dois anos, quanto varejistas americanas, que são os maiores importadores de produtos, parecem estar sentindo sinais de diminuição dos gargalos. As taxas de frete marítimo diminuíram e o número de navios esperando para desembarcar nos portos de Los Angeles (o maior americano) caiu – antes da pandemia não havia essa fila. Nada impressionante, mas é a primeira notícia positiva dessa linha. 

Nesta reportagem do The Wall Street Journal, especialistas apontam que, para o quadro continuar melhorando, é preciso que trabalhadores voltem a procurar emprego, a Covid-19 siga controlada e ainda que o clima colabore. Se tudo contribuir, o fim desse estrangulamento na cadeia ajudaria a frear a inflação que pressiona o planeta inteiro. Leia aqui.

Cuidado com o impulso

Virou trend na China. Depois de meses de lockdown em várias regiões – um dos mais rigorosos já adotados no mundo –, os consumidores saíram às compras em abril de 2020 para comemorar a reabertura do país. É que, depois de tanto tempo numa contenção de gastos forçada, quem conseguiu poupar usa o cartão de forma frenética. Cortesia do nosso cérebro, que não consegue controlar os impulsos muito bem. Na Você S/A desse mês, explicamos o que são estes “gastos de vingança”. Aqui.

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