Inverno: Assine Digital Completo por 1,99

O dia em que o Ibovespa subiu (quase) sozinho

Bolsa brasileira avançou 1,33%. S&P 500 correu atrás do prejuízo no finalzinho do pregão, e fechou quase estável. Europa e Ásia caíram.

Por Tássia Kastner
14 jan 2022, 18h33
-
 (Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

O Ibovespa viveu uma sexta-feira de exceção. É que a bolsa brasileira foi uma das únicas na categoria de elite (e na série B do mercado financeiro) a subir. Enquanto o mundo mergulhava em pessimismo, o principal índice brasileiro galgava uma alta de 1,33% para o maior patamar de fechamento em um mês: 106.928 pontos.

O empurrão veio da Petrobras. Pela manhã, a estatal informou ter batido a meta de produção de petróleo em 2021, fechando em 2,77 milhões de barris de óleo equivalente (boed) por dia. A expectativa era de extrair 2,72 milhões. E o lance é que esse petróleo vendo sendo vendido a preço de ouro – como você pode conferir toda vez que passa por um posto de combustíveis.

Nesta sexta, por sinal, o petróleo subiu ainda mais. O barril do tipo brent, a referência internacional da commodity e que serve de base para a Petrobras, saltou 1,88%, a US$ 86 por barril. O patamar está em linha com as máximas registradas em outubro do ano passado.

Nisso, a expectativa é que a estatal continue a ganhar dinheiro como nunca e a pagar dividendos generosos a investidores. A Economatica estima que o dividend yield da Petrobras ficará em 19,87% neste ano, mais que o dobro da Selic atual. Resultado: as ações subiram 4,06%, a R$ 31,05.

Nessa surra de notícias positivas, investidores se deram ao luxo de ignorar a redução do preço-alvo das ações fixado pelo Bank of America. O banco americano disse estimar que a estatal terminará o ano em R$ 40,50, abaixo dos R$ 43,50 estimados anteriormente. A revisão foi atribuída ao maior risco trazido pelas eleições – e a desaceleração natural do programa de venda de ativos durante 2022. O banco também teme questionamentos à política de preços da companhia durante as eleições – não que isso seja surpresa, já que até o presidente Bolsonaro critica a alta dos combustíveis e os lucros superlativos da companhia registrados no ano passado.

O mercado financeiro também viu com bons olhos o resultado das vendas do comércio de novembro, que cresceram 0,6%, enquanto economistas esperavam estagnação. Quem ajudou a tirar o setor da lama foram as promoções de comida na Black Friday, o que mostra que o setor não está tão pujante quanto desejado. 

Continua após a publicidade

Isso criou, inclusive, uma espécie de distorção nas ações. Empresas ligadas a vestuário, como Renner e Alpargatas, ficaram entre as maiores baixas do dia. Grandes varejistas, tipo Magazine Luiza, Americanas e Lojas Americanas, subiram.

Só que o grande destaque de alta foi o Banco Inter. Desde o pico, em julho do ano passado, BIDI11 sofreu uma queda vertiginosa de 72%. Foi um tombo tão feio que um fundo, o carioca Ponta Sul, teria colocado mais um lote de ações hoje à venda, em uma estratégia chamada de stop loss, nada mais que estancar a sangria que ter Inter na carteira vinha causando. A venda em leilão na bolsa movimentou R$ 700 milhões, a R$ 23,51, segundo o Broadcast. Com a operação, o fundo teria reduzido sua participação a 5% no banco digital.

No fim do dia, os papéis subiram 7,92%, a R$ 23,68, contrariando um pouco a lógica. Se alguém se desfaz de ações com tanta pressa, a tendência é que o mercado caia. Mas hoje investidores decidiram desafiá-la. Segundo a Nord Research, os papéis caíram de uma maneira muito abrupta e estão baratos em comparação com as perspectivas para a companhia, que vem entregando os resultados esperados.

Compartilhe essa matéria via:

Lá fora

Enquanto aqui os dados surpreenderam para cima, lá nos EUA foi o contrário. As vendas no varejo americano caíram 1,9% em dezembro, enquanto economistas esperavam uma baixa de modestos 0,1%. 

Continua após a publicidade

Além disso, os bancos JP Morgan e Citi abriram a temporada de balanços nos EUA com números aquém do esperado. Agora, investidores começam a avaliar se a inflação elevada não começou a afetar a economia americana. 

O dia foi de tanto pessimismo, que na Europa a queda foi disseminada – o índice europeu EuroStoxx50 tombou 1%. Na Ásia, todo mundo foi para o negativo.

E essa parecia ser a sina de Nova York para esta sexta. Os três principais índices (S&P 500, Dow Jones e Nasdaq) passaram boa parte do dia no negativo. O Nasdaq começou a reagir no meio da tarde e conseguiu uma alta sólida, de 0,59%. Só que a reação mal apaga as perdas do ano, que superam os 5%. O S&P 500 virou na última volta do relógio, mas só para ficar ali perto do zero a zero (+0,08%), enquanto o Dow Jones continuou no negativo (-0,56%).

Não é sempre que acontece, mas hoje a Faria Lima tem mais motivos para sextar que a turma lá de Wall Street. Até segunda.

Maiores altas

Inter (BIDI11) 7,92%

Continua após a publicidade

BR Malls (BRML3) 7,01%

Banco Pan (BPAN4) 6,13%

Weg (WEGE3) 6,04%

B3 (B3SA3) 5,44%

Maiores baixas

Locaweb (LWSA3) -4,11%

Continua após a publicidade

Positivo (POSI3) -3,87%

Alpargatas (ALPA4) -3,31%

Lojas Renner (LREN3) -3,19%

CVC (CVCB3) -2,01%

Ibovespa: 1,33%, a 106.928 pontos.

Continua após a publicidade

Nova York

Dow Jones: -0,56%, a 35.911 pontos

S&P 500: 0,08%, a 4.663 pontos

Nasdaq: 0,59%, a 14.894 pontos

Dólar: -0,29%, a R$ 5,5132

Petróleo

Brent: 1,88%, a US$ 86,06

WTI: 2,07%, a US$ 83,82

Minério de ferro: -1,43%, a US$ 128 a tonelada no porto de Qingdao, na China

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

ECONOMIZE ATÉ 65% OFF

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.