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NY começa a semana afundado em ansiedade por Super Quarta e balanços das big techs

EWZ, o ETF da bolsa brasileira nos EUA, recua 1% no pré-mercado, ignorando petróleo estável e minério em alta.

Por Tássia Kastner, Bruno Carbinatto
30 jan 2023, 08h10

Bom dia!

Hoje é daquelas segundas-feiras que começam com a ressaca do final de semana. A agenda do dia é fraca, mas serve para organizar a semana, que será agitada. Vamos aos principais acontecimentos que nos aguardam.

Na quarta, o Fed (BC dos EUA) anuncia a nova taxa de juros do país, sob a ampla expectativa de que o aumento da “Selic” deles será de modestos 0,25 ponto percentual. Modestos porque o Fed fez quatro aumentos de 0,75 p.p. ao longo do ano passado, e depois tascou, na última reunião do ano, um reajuste de 0,50 p.p. O movimento elevou a taxa de juros americana para 4,5%, patamar que não era visto desde 2007, quando a crise financeira bateu à porta.

Lá, o foco ainda é conter a inflação que persiste acima dos 6%, enquanto a meta é de 2%.

Trata-se de uma Super-Quarta. Além da decisão do Fed, o Banco Central brasileiro também se reúne nesta semana. Por aqui, a coisa anda menos emocionante. O Copom tem a tarefa de reduzir a inflação para 3,25%, e sustenta a Selic em 13,75% há meses. Um corte na taxa de juros é algo para o segundo semestre, de acordo com as expectativas de economistas. 

Em reuniões assim, a emoção fica por conta do comunicado, publicado no dia, e da ata da reunião, que sai dias depois. A expectativa é por recados ao governo Lula, que chegou brigando com a meta de inflação, considerada agressiva demais.

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Para arrematar, na quinta o Banco Central Europeu também decide o rumo que dará à taxa de juros do bloco.

A semana será marcada ainda pela temporada de balanços. Depois que o mês virar, Apple, Amazon, Google, Facebook e cia divulgam os resultados do quarto trimestre. Os números da Microsoft saíram na semana passada.

Hoje, as big techs são as chefonas da bolsa americana. Uma desaceleração no crescimento dessas empresas significa, de alguma forma, a desaceleração da economia dos EUA (e global). E há sinais de que isso esteja acontecendo, dada a onda de demissões rolando nas techs.

A desaceleração global é o grande bicho-papão dos investidores hoje. E tem tudo a ver com a alta de juros, o remédio amargo que vem sendo aplicado para domar a inflação covidiana.

Falando em economia fraca, a Alemanha divulgou nesta segunda que o PIB do país encolheu 0,2% no quarto trimestre, enquanto o mercado apostava em estabilidade. Na comparação anual, o crescimento foi de 1,1%. 

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O Brasil poderia passar ao largo desse começo de semana azedo. A China voltou do feriado de Ano-Novo Lunar com alta nos preços do minério de ferro, uma boa notícia para a Vale. E o petróleo opera estável, outro indicativo de que o Ibovespa poderia fingir que a ansiedade gringa não atravessa o Atlântico.

Ainda assim, o EWZ, o ETF da bolsa brasileira em Nova York, começou a semana pessimista, queda de 1,07% no pré-mercado. Trata-se daquele dia que o investidor preferiria ter esquecido de colocar o despertador para tocar.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros do S&P 500: -0,84%

Futuros do Dow Jones: -0,57%

Futuros do Nasdaq: -1,20%

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*às 8h02

market facts

Fim da desoneração dos combustíveis

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), afirmou que o governo não discute ampliar a atual desoneração de impostos sobre combustíveis mais uma vez. A medida, instituída ainda no governo Bolsonaro, foi estendida em uma das primeiras Medidas Provisórias da gestão petista. Com isso, a isenção dos tributos deverá acabar de vez no final de fevereiro. O ministro também reiterou que o governo está em contato próximo com os governadores para discutir a recomposição do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – a principal reclamação dos governadores na reunião que tiveram com Lula, já que a medida do governo anterior, com caráter eleitoreiro, diminuiu a receita dos estados significativamente.

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Sem horário: Presidente Lula encontra o chanceler alemão Olaf Scholz

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8h: IGP-M de janeiro. Expectativa é de alta de 0,23, após 0,45% em dezembro

8h: Centrais sindicais se reúnem com os ministros do Trabalho, Luiz Marinho (8h), e da Previdência, Carlos Lupi (11h)

8h25: Boletim Focus

9h30: Banco Central publica resultado do setor público consolidado de dezembro, com expectativa de déficit primário de R$ 11,950 bilhões

22h30: FMI publica relatório Perspectiva Econômica Mundial

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Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,90%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,05%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,65%

Bolsa de Paris (CAC): -0,59%

*às 8h01

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,47%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,19%

Hong Kong (Hang Seng): -2,73%

Commodities

Brent*: 0,07%, a US$ 86,72

Minério de ferro: 1,98%, a US$ 129,50 por tonelada na bolsa de Dalian

*às 8h02

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Crise entre influencers

A Me Poupe, empresa da influenciadora de finanças Nathalia Arcuri, demitiu cerca de 70 pessoas na última sexta-feira – metade de seus funcionários. Fundada em 2015, a empresa surfou no crescimento do interesse dos brasileiros em gestão financeira e investimentos e fez Arcuri acumular mais de sete milhões de inscritos no seu canal do YouTube. Agora, porém, passa por uma crise. Não é exclusividade: o Grupo Primo, de Thiago Nigro (Primo Rico), tem uma trajetória parecida. O Estadão conta essa história aqui.

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