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Nvidia (NVDC34) é aclamada líder da geração ChatGPT e ação dispara 24% 

Valor de mercado da fabricante de chips beira o US$ 1 trilhão, e P/L bate 220. Entenda o frenesi com o papel e se vale a pena investir no BDR.

Por Tássia Kastner
25 Maio 2023, 17h36

A fabricante de chips Nvidia conseguiu distrair até o mais pessimista dos investidores de Wall Street e fabricou um milagre nesta quinta-feira: suas ações dispararam 24,37%, levando a companhia a flertar com o valor de mercado de US$ 1 trilhão. Ela fechou o dia em US$ 939,3 bilhões.

Tudo por causa de um guidance, uma previsão de desempenho que é dada por empresas ao mercado. A Nvidia afirmou que sua receita do segundo trimestre, que se encerrará em julho, deve alcançar a marca de US$ 11 bilhões, um salto de 53% na comparação com o primeiro trimestre (que, por sua vez, havia sido 19% maior que o tri anterior). É o legítimo crescimento-foguetinho.

Por trás da ascensão estão os investimentos na chamada inteligência artificial generativa, aquilo que hoje já chamamos simplesmente de ChatGPT (ainda que ele não seja o único). Por enquanto, o mercado entende que a Nvidia é uma das únicas companhias capazes de produzir de forma satisfatória os processadores que a tecnologia precisa para rodar.

Não é de hoje. Explicamos o fenômeno da nova fronteira tech nesta reportagem, e listamos outras empresas que também surfam nessa onda. E, apesar do “surto” de valorização registrado neste pregão, também não é novo o movimento do papel. Só no acumulado de 2023, a ação já havia mais que dobrado de valor na Nasdaq. Agora, a alta acumulada é de 165%.

O que coloca o papel em uma encruzilhada, claro. A disparada levou o P/L da Nvidia (a divisão do valor de todas as ações pelo lucro anual) para 218. Significa que seriam necessários dois séculos e mais 18 anos para recuperar, na forma de lucro, o valor pago pela ação. 

Como comparação, o P/L médio do S&P 500 nos anos de pandemia, quando as ações dispararam, era de 30. Dito em outras palavras, Warren Buffett não embarcaria, não agora.

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O outro lado da moeda, de quem aposta em P/Ls explosivos, é a crença de que o lucro da empresa vá disparar ainda mais que o valor da ação na bolsa. Adivinhe: ninguém tem a resposta para isso. Mas, na dúvida, relembre o caso da Tesla. Ela parecia nadar sozinha no mar de carros elétricos, mas quando começou a ganhar escala e dar os resultados esperados, tinha competidores robustos.

O problema, agora, é o FOMO (fear of missing out, ou medo de ficar de fora). O BDR da Nvidia (NVCD34) subiu 28,55%, a R$ 39,80 (cortesia do dólar, que avançou 1,65%). O volume financeiro ficou em R$ 43 milhões, condizente com os movimentos de ações do Ibovespa e dez vezes superior aos negócios da véspera.

Falando em Ibov, nosso amado índice pegou carona na trégua de Nova York e fechou em alta de 1,15%, a 110.054 pontos. O S&P 500 subiu 0,88%, e o Nasdaq, 1,71%.

Como essa história vai se desenrolar é um mistério. E é difícil acreditar que a euforia poderá persistir com a crise da dívida americana. Mas, por hoje, investidores tiveram razões para acreditar. Nos vemos amanhã.

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Maiores altas

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Hapvida (HAPV3): 10,99%

MRV (MRVE3): 10,44%

Via (VIIA3): 7,76%

Locaweb (LWSA3): 7,20%

Lojas Renner (LREN3): 6,74%

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Maiores baixas

CVC (CVCB3): -4,63%

Braskem (BRKM5): -3,12%

3R (RRRP3): -2,50%

Pão de Açúcar (PCAR3): -2,11%

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CSN (CSNA3): -2,06%

Ibovespa: 1,15%, a 110.054 pontos

Nova York

Dow Jones: -0,11%, a 32.765 pontos

S&P 500: 0,88%, a 4.151 pontos

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Nasdaq: 1,71%, a 12.698 pontos

Dólar: 1,65%, a R$ 5,0355

Petróleo

Brent: -2,68%, a US$ 76,26

WTI: -3,38%, a US$ 71,83

Minério de ferro: 2,23%, a US$ 96,37 por tonelada na bolsa de Dalian

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