Novela da meta fiscal entra em semana decisiva
Expectativa é que Brasília decida essa semana se abandona o alvo de déficit zero para 2024. Reforma tributária e economia chinesa também protagonizam a agenda do mercado.

Bom dia!
A semana começa com uma agenda importante em Brasília. O principal evento é a possível definição de uma mudança na meta fiscal, após uma espécie de guerra civil dentro do governo – Haddad defende há meses a manutenção do alvo de déficit zero para 2024, enquanto o próprio Lula é contrário.
A expectativa é que uma decisão seja tomada até na quinta-feira, depois do feriado (que fechará a B3). Ainda que a revisão da meta seja mais provável, dado o apoio do presidente, há discussões sobre qual seria o novo alvo para 2024 – um déficit de 0,5% do PIB é a aposta mais segura, mas há uma ala no governo que quer um número maior, como 0,75% ou 1%, o que poderia abalar ainda mais a confiança do mercado.
Por falar em Brasília, também volta ao foco a Reforma Tributária, que agora foi aprovada no Senado, mas volta à Câmara para ser analisada de novo porque houve mudanças. Uma das estratégias estudadas é dividir o texto, aprovando o que foi consenso entre as duas casas e deixando a discussão sobre as discordâncias para depois.
No radar internacional, uma bateria de dados econômicos da China – produção industrial, vendas no varejo, desemprego, crédito e investimentos – atualiza o cenário do país asiático para o mercado ao longo da semana. Nos EUA, também vem uma sequência de números importantes: inflação ao consumidor (CPI) na terça; vendas no varejo na quarta e produção industrial na quinta-feira.
Na terra do tio Sam, a semana passada fechou com a Moody’s mudando a perspectiva da sua nota dos EUA. A nota em si permaneceu a mesma – AAA –, mas a agência de classificação de risco alertou que a perspectiva agora é “negativa” e não mais “estável”. Entre os motivos, um déficit fiscal monstruoso e um aumento na polarização política que piora o cenário fiscal.
Por lá, a novela do “shutdown” volta em cena, já que a solução temporária conseguida pelo governo se aproxima do final. Os futuros americanos amanhecem em queda nesta segunda-feira.
Bons negócios.

Futuros do S&P 500: -0,17%
Futuros do Nasdaq: -0,01%
Futuros do Dow Jones: -0,19%
*às 8h13
R$ 98,2 bilhões saíram da poupança em 2023
Segundo dados do BC divulgados na sexta-feira (10), a caderneta registrou nova saída recorde de recursos em outubro. No mês, as retiradas superaram as aplicações em R$ 12,2 bilhões. Isso é mais que o saque líquido de outubro do ano passado, R$ 11,1 bi — pior resultado do mês na série histórica, que começa em 1995.
No acumulado do ano, R$ 98,2 bilhões já foram retirados. Só junho teve um resultado positivo (R$ 2,6 bi). Mas ainda não chegamos ao patamar de 2022, em que a aplicação registrou saídas líquidas de R$ 103,2 bi (fazendo do ano, no geral, ser o pior da série histórica).
Os saques recorrentes acontecem por causa do cenário de juros elevados, que reduzem a competitividade da poupança. Enquanto a Selic está em 12,25% no ano, o rendimento da aplicação nos últimos 12 meses está em 8,18%.
10h50 Lisa Cook, diretora do Fed, discursa em evento
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,64%
- Londres (FTSE 100): 0,68%
- Frankfurt (Dax): 0,37%
- Paris (CAC): 0,54%
*às 8h16
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,20%
- Hong Kong (Hang Seng): 1,30%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,05%
- Brent*: 0,20%, a US$ 81,59
- Minério de ferro: 1,68%, cotado a US$ 132,58 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
*às 8h02
R.I.P. home office
O número de dias da semana em home office caiu 40% no mundo, e quase 50% no Brasil, desde 2022. Entre as novas vagas, a imensa maioria é totalmente presencial. Enquanto o modelo remoto perde o gás, porém, outra ideia se levanta: a da semana de quatro dias. Leia mais sobre as novas formas de se pensar o trabalho na reportagem de capa da VCSA.
Brasil, depois do fechamento: JBS, BRF, Marfrig, CSN, CSN Mineração, Magalu, Marisa, Banrisul, Cosan, Eneva, Even, Itaúsa, Localiza, Positivo, Raízen, XP e Yduqs