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Novela da meta fiscal entra em semana decisiva

Expectativa é que Brasília decida essa semana se abandona o alvo de déficit zero para 2024. Reforma tributária e economia chinesa também protagonizam a agenda do mercado.

Por Bruno Carbinatto e Sofia Kercher
13 nov 2023, 08h24

Bom dia!

A semana começa com uma agenda importante em Brasília. O principal evento é a possível definição de uma mudança na meta fiscal, após uma espécie de guerra civil dentro do governo – Haddad defende há meses a manutenção do alvo de déficit zero para 2024, enquanto o próprio Lula é contrário. 

A expectativa é que uma decisão seja tomada até na quinta-feira, depois do feriado (que fechará a B3). Ainda que a revisão da meta seja mais provável, dado o apoio do presidente, há discussões sobre qual seria o novo alvo para 2024 – um déficit de 0,5% do PIB é a aposta mais segura, mas há uma ala no governo que quer um número maior, como 0,75% ou 1%, o que poderia abalar ainda mais a confiança do mercado.

Por falar em Brasília, também volta ao foco a Reforma Tributária, que agora foi aprovada no Senado, mas volta à Câmara para ser analisada de novo porque houve mudanças. Uma das estratégias estudadas é dividir o texto, aprovando o que foi consenso entre as duas casas e deixando a discussão sobre as discordâncias para depois.

No radar internacional, uma bateria de dados econômicos da China –  produção industrial, vendas no varejo, desemprego, crédito e investimentos – atualiza o cenário do país asiático para o mercado ao longo da semana. Nos EUA, também vem uma sequência de números importantes: inflação ao consumidor (CPI) na terça; vendas no varejo na quarta e produção industrial na quinta-feira.

Na terra do tio Sam, a semana passada fechou com a Moody’s mudando a perspectiva da sua nota dos EUA. A nota em si permaneceu a mesma – AAA –, mas a agência de classificação de risco alertou que a perspectiva agora é “negativa” e não mais “estável”. Entre os motivos, um déficit fiscal monstruoso e um aumento na polarização política que piora o cenário fiscal. 

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Por lá, a novela do “shutdown” volta em cena, já que a solução temporária conseguida pelo governo se aproxima do final. Os futuros americanos amanhecem em queda nesta segunda-feira.

Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros do S&P 500:  -0,17%

Futuros do Nasdaq: -0,01%

Futuros do Dow Jones: -0,19%

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*às 8h13

market facts

R$ 98,2 bilhões saíram da poupança em 2023

Segundo dados do BC divulgados na sexta-feira (10), a caderneta registrou nova saída recorde de recursos em outubro. No mês, as retiradas superaram as aplicações em R$ 12,2 bilhões. Isso é mais que o saque líquido de outubro do ano passado, R$ 11,1 bi — pior resultado do mês na série histórica, que começa em 1995.

No acumulado do ano, R$ 98,2 bilhões já foram retirados. Só junho teve um resultado positivo (R$ 2,6 bi). Mas ainda não chegamos ao patamar de 2022, em que a aplicação registrou saídas líquidas de R$ 103,2 bi (fazendo do ano, no geral, ser o pior da série histórica). 

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Os saques recorrentes acontecem por causa do cenário de juros elevados, que reduzem a competitividade da poupança. Enquanto a Selic está em 12,25% no ano,  o rendimento da aplicação nos últimos 12 meses está em 8,18%.

Agenda

10h50 Lisa Cook, diretora do Fed, discursa em evento

Europa

        • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,64%
        • Londres (FTSE 100): 0,68%
        • Frankfurt (Dax): 0,37%
        • Paris (CAC): 0,54%

        *às 8h16

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        Fechamento na Ásia

        • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,20%
        • Hong Kong (Hang Seng): 1,30%
        • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,05%

        Commodities

                          • Brent*: 0,20%, a US$ 81,59
                          • Minério de ferro: 1,68%, cotado a US$ 132,58 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

                          *às 8h02

                          Vale a pena ler:

                          R.I.P. home office 

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                          O número de dias da semana em home office caiu 40% no mundo, e quase 50% no Brasil, desde 2022. Entre as novas vagas, a imensa maioria é totalmente presencial. Enquanto o modelo remoto perde o gás, porém, outra ideia se levanta: a da semana de quatro dias. Leia mais sobre as novas formas de se pensar o trabalho na reportagem de capa da VCSA.

                          -

                          Brasil, depois do fechamento: JBS, BRF, Marfrig, CSN, CSN Mineração, Magalu, Marisa, Banrisul, Cosan, Eneva, Even, Itaúsa, Localiza, Positivo, Raízen, XP e Yduqs

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