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Nova crise imobiliária na China ameaça recuperação do Ibovespa

Após não honrar com pagamentos, a construtora Country Garden ameaça quebrar e causar um efeito dominó, num episódio que lembra a crise da Evergrande.

Por Bruno Carbinatto e Sofia Kercher
Atualizado em 15 ago 2023, 21h13 - Publicado em 14 ago 2023, 08h31

Bom dia!

O Ibovespa está em busca de um milagre. Depois de nove quedas seguidas – a pior sequência de tombos em 25 anos –, a bolsa brasileira ainda não viu o território de alta em agosto, o mês do desgosto.

O problema maior? A semana já começa com notícias negativas vindas do exterior, que podem dificultar uma recuperação do índice no pregão de hoje. Novamente é a China quem preocupa os investidores.

A crise imobiliária no país, que nunca teve um final de fato, voltou a piorar. Dessa vez, a protagonista é a Country Garden, uma das maiores construtoras da China, com forte atuação principalmente em cidades pequenas e médias. Após um primeiro semestre marcado por perdas bilionárias, a empresa passa por uma forte crise de liquidez, num episódio que lembra a derrocada da Evergrande, há dois anos.

Acontece que a Country Garden não pagou os juros dos seus empréstimos – os pagamentos venceram na semana passada. Isso porque, no primeiro semestre, a empresa teve prejuízos enormes. Agora, a construtora tem um período de carência de 30 dias para honrar os pagamentos. Se não conseguir, pode falir de vez.

Ao mesmo tempo, a incorporadora busca estender o prazo de pagamento de uma dívida de US$ 537 milhões, com vencimento em 2 de setembro. Mais: inesperadamente, a Country Garden anunciou a suspensão da negociação de onze de seus títulos nas bolsas de Xangai e Shenzhen. As ações da empresa derreteram mais de 18% no pregão após o combo de notícias ruins que colocam em xeque a saúde financeira da companhia.

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Uma eventual quebra da Country Garden seria mais desastrosa que a da própria Evergrande, já que a Bloomberg calcula que ela tenha quatro vezes mais projetos em andamento. O efeito dominó no mercado imobiliário – e na economia chinesa como um todo – seria catastrófico, já que o setor representa quase ¼ do PIB chinês. Até por isso mesmo a probabilidade dela quebrar de vez é baixa, já que o governo chinês está de olho e dificilmente permitiria um efeito contágio tão grande. Mesmo assim, o pânico no mercado continua.

As bolsas asiáticas fecharam no vermelho de olho na crise. Por outro lado, os futuros americanos apontam para cima nesta segunda-feira, o que pode trazer algum alívio para o Ibovespa. Por aqui, investidores também seguem de olho na temporada de divulgação de balanços, que segue agitada: Magazine Luiza, Raízen, Natura e Marfrig são algumas das companhias que mostram seus resultados hoje (veja mais no final deste texto).

Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,27%

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Futuros Nasdaq: 0,39%

Futuros Dow Jones: 0,23%

*às 8h10

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Petrobras pode subir preços

Segundo a coluna de Lauro Jardim (O Globo), a ANP estaria preocupada com os preços dos combustíveis, visto que há uma defasagem em relação aos preços internacionais já que a estatal está segurando os reajustes. A agência procurou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, neste fim de semana para questioná-lo sobre aumentos, e a informação é de que a diretoria está discutindo reajustes “em breve”. As apostas são de que isso deve acontecer ainda nesta semana.

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Agenda

9h BC divulga IBC-Br, considerado a “prévia do PIB”

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
    • Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,40%
    • Londres (FTSE 100): -0,24%
    • Frankfurt (Dax): 0,39% 
    • Paris (CAC): 0,22%

    *às 8h17

    Fechamento na Ásia

    • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,73%
    • Hong Kong (Hang Seng): -1,97%  
    • Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,21%   
    Commodities
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
    • Brent: -0,23%, a US$ 86,61
    • Minério de ferro: 0,41% a US$ 99,87 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

    *às 8h03

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    Vale a pena ler:
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    A retomada da bolsa: como surfar essa onda

    Mesmo antes da queda da Selic no começo do mês, um conjunto de fatores —  como aprovação do arcabouço fiscal, reforma tributária, melhora na classificação de risco do Brasil — sopram na Faria Lima um vento de otimismo.

    Nos sete primeiros meses do ano, a valorização do Ibovespa foi de 10,7%, para 122 mil pontos.Do buraco que batemos em 23 de março, quando o Ibov foi a 97 mil pontos, a subida é de 24% — entrando num bull market. Semana passada veio uma queda dura, com nove baixas consecutivas. Mas o fato é que, nos últimos 10 ciclos de cortes nos juros, em oito o Ibovespa viveu altas durante os 24 meses seguintes (contando do primeiro corte).

    Esta reportagem da Você S/A examina as entranhas da bolsa brasileira, para mostrar quais setores têm mais a ganhar numa eventual retomada (e detalha também as boas oportunidades que restam na renda fixa). 

    -
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Antes da abertura: Inter e Embraer

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    Depois do fechamento: JBS, BRF, Marfrig, Itaúsa, Natura, Magazine Luiza, Qualicorp, Localiza, Raízen, Vibra, Copel, Cosan, Gafisa, JHSF e IRB

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