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Na semana pós-eleição, Ibovespa sobe 3,16% e dólar despenca 4,5%

Alta do minério de ferro impulsionou VALE3 e ajudou na alta desta sexta-feira, enquanto PETR4 caiu 5% após MP pedir suspensão dos dividendos.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 4 nov 2022, 18h15 - Publicado em 4 nov 2022, 18h08
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Foram meses de espera, mas o período eleitoral, que costuma causar instabilidade e insegurança nos mercados, finalmente começa a ficar para trás.

Com a definição do pleito e a indicação de que a transição governamental será pacífica – os protestos golpistas perderam força e os atores políticos já seguem suas rodadas de negociação –, a ansiedade eleitoral já não amarga mais o clima dos investidores.

Na semana que segue o segundo turno das eleições, o Ibovespa acumulou alta de 3,16%. Só nesta sexta a valorização foi de 1,08%. O dólar, por sua vez, desabou 4,49% desde domingo.

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Se alguma vez uma eventual vitória de Lula assustou os mercados, com seus acenos à heterodoxia e à gastança, esses medos parecem ter ficado em off logo após a confirmação do resultado já previsto pelas pesquisas. Ainda que estatais, como PETR4 e BBAS3, tenham tido quedas fortes  – as chances de privatização são zero em uma gestão petista –, não houve uma sangria generalizada, como alguns previam. Pelo contrário.

O mercado parece ter comprado a ideia de um governo mais previsível e estável, depois de tantas crises institucionais entre os poderes acumuladas na gestão de Bolsonaro. Também o investidor estrangeiro não teme Lula. Pelo contrário: o petista tem uma política de preservação ambiental que agrada o dinheiro gringo, ao contrário do atual presidente – e a questão ambiental é determinante na hora de investir nos dias atuais.

Mais do que isso, o aceno de Lula ao centro ainda se mantém, com o vice-presidente Alckmin sendo o responsável pela transição e com diálogo aberto entre atores políticos de vários partidos. Por enquanto, não se desenha um governo inimigo da Faria Lima.

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É claro que ainda há questões em aberto – o nome à frente do Ministério da Fazenda não foi definido, por exemplo, e há discussões sobre o Orçamento para 2023 –, mas os primeiros passos já acalmam o mercado e permitem que o foco seja colocado em outros temas que não só a política. 

E, nesta semana, as notícias da China ajudaram a dar um empurrãozinho no Ibovespa também.

Vale e Petrobras

Na China, seguem os rumores sobre uma possível flexibilização das fortes medidas de restrição adotadas na pandemia – o país é o único a manter a política de “Covid zero”. Por enquanto, ainda não apenas boatos nas redes sociais, e o governo em pelo menos uma ocasião já negou parte dos rumores. 

Mesmo assim, só os rumores já fizeram o preço das commodities disparar, já que o país asiático é ávido consumidor destas. O minério de ferro teve alta de quase 5% nesta sexta-feira na bolsa de Dalian, enquanto o petróleo subiu 4%. 

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Nisso, ações de peso para o Ibovespa ligadas às commodities também saltaram. A mais relevante alta do dia foi da Vale (VALE3), que fechou em +7,59%. A mineiradora é o papel com maior peso na formação do índice da bolsa brasileira. Além dela, as maiores altas desta sexta foram todas de ações ligadas às commodities (veja abaixo).

A exceção clara foi a outra peso-pesado do Ibovespa, a Petrobras. Ontem a estatal anunciou ao mercado números muito acima dos esperados: alta de 48% no lucro na comparação anual. Também anunciou uma nova bolada de dividendos (R$ 3,3489 por ação).

Hoje, porém, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) pediu a suspensão do pagamento de dividendos pela Petrobras. O MP quer que a Corte apure se há “risco à sustentabilidade financeira e de esvaziamento da disponibilidade em caixa da estatal”. Os papéis da Petrobras fecharam em queda de mais de 5% com a notícia.

Em Wall Street

Hoje também teve payroll, o relatório oficial de empregos nos Estados Unidos. Ele mostrou dados contraditórios: ao mesmo tempo que o país criou 261 mil novos postos de trabalho em outubro, a taxa de desemprego por lá subiu mais do que o esperado: foi de 3,5% a 3,7%. 

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O dia nas bolsas americanas foi de verdadeira montanha-russa enquanto investidores tentavam digerir os números. No fim, o copo meio cheio venceu: S&P 500 fechou em alta de 1,36%. A ideia que predominiou é que um desemprego maior pode freiar o aumento de juros do Fed, talvez com uma alta mais leve (0,5 ponto percentual) em dezembro.

Mas o medo do banco central ainda não foi deixado para trás por lá, é claro. Na semana, o S&P 500 fecha em queda de 3,35%. E a novela está longe de acabar.

Bom final de semana.

Maiores altas

Usiminas (USIM5): 7,65%

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Vale (VALE3): 7,59%

3R Petroleum (RRRP3): 7,16%

CSN (CSNA3): 6,34%

Bradespar (BRAP4): 6,17%

Maiores baixas

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Alpargatas (ALPA4): -15,37%

Locaweb (LWSA3): -9,19%

Pão de Açúcar (PCAR3): -8,75%

Rumo (RAIL3): -6,23%

IRB Brasil (IRBR3): -5,88%

Ibovespa: 1,08%, aos 118.155 pontos

Em Nova York

S&P 500: 1,36%, aos 3.770 pontos

Nasdaq: 1,28%, aos 10.475 pontos

Dow Jones: 1,26%, aos 32.404 pontos

Dólar: -1,24%, a R$ 5,0622

Petróleo

Brent: 4,12%, a US$ 98,57

WTI: 5,04%, a US$ 92,61 

Minério de ferro: 4,91% cotado a US$ 91,3 por tonelada em Dalian (China)

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