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Minério e petróleo trazem Ibovespa de volta aos 100K

Seis altas nos últimos sete pregões dão um respiro para a bolsa. Dólar cai a R$ 5,36 e juros futuros recuam. A questão é: a onda de otimismo tem como durar? 

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 25 jul 2022, 17h46 - Publicado em 25 jul 2022, 17h34
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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No dia 17 de junho, o Ibovespa perdeu o patamar dos 100 mil pontos pela primeira vez desde 2020. E seguiu tropeçando: a pior marca do ano chegaria quase um mês depois – 96.121 pontos no dia 14 de julho. Desde lá, porém, os ventos deram uma mudada. Foram seis pregões de alta e só um de baixa; com destaque para o de hoje. O índice fechou em  1,36%, e voltou ao patamar de seis dígitos, que não revisitava desde o início do mês: 100.508 pontos.

Agradeça à China. O país passa por uma crise imobiliária. O setor endividou-se demais. Muitas construtoras se viram sem fundos, e paralisaram seus projetos. Quem comprou está na mão: segue pagando os financiamentos, sem saber quando (e se) vai receber seus apartamentos. Isso gerou uma crise de confiança: boa parte dos chineses só concorda agora em financiar apartamentos prontos, o que retroalimenta o problema, e freia o crescimento do PIB. 

O governo, então, anunciou hoje que pretende criar um fundo de US$ 44 bilhões para tirar as construtoras endividadas do buraco – e fazer com que elas retomem seus projetos. A medida bastou para acelerar a cotação de uma commodity fundamental para a construção civil: o minério de ferro – alta de 7,1% na bolsa de Dalian. 

Minério feliz, Ibov feliz. A Vale, que responde por quase 15% da variação do índice, fechou no azul, 1,85%, recuperando-se um pouco da queda no mês (ainda em grossos 7,9%). 

As altas mais relevantes, porém, foram das petroleiras: Petrobras e Prio cravaram as maiores altas do dia (veja abaixo). É que, depois de três dias de baixa, o petróleo voltou a subir (1,84%). 

A questão é que o mundo passa por um cabo de guerra nesse quesito. De um lado, os sempre presentes temores de recessão abalam a cotação da commodity, já que uma eventual economia em retração derrubaria a demanda. Do outro lado, o também onipresente temor de falta de oferta, com os estoques globais em baixa e o fluxo de petróleo russo enroscado pelas sanções. 

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Hoje o lado da falta de oferta venceu o cabo de guerra. Bom para o Ibovespa.

Nos EUA

Nesta quarta, o Fed vai anunciar sua nova alta nos juros. O consenso aponta para uma forte alta de 0,75 ponto percentual, o que elevaria a “Selic” deles de 1,75% para 2,50%. A princípio, isso fortalece o dólar. Mas não foi o que aconteceu hoje. A moeda americana perdeu valor diante da maior parte das outras – incluindo o real: queda de 2,35% hoje, para R$ 5,36.

Não há uma razão óbvia. “O dólar segue forte, mas recuou: investidores que apostaram na alta estão colhendo um pouco dos seus lucros, o que é perfeitamente normal”, palpitou Joseph Trevisani, analista da FXStreet.com, à Reuters. O fato é que a queda de hoje tem mais cara mesmo de uma flutuação normal no mercado do que de uma tendência para o longo prazo, pois nada indica que o Fed vá pegar leve com os juros.

De resto, a bolsa americana fica na expectativa para as divulgações de balanço da semana. Quarta sai o resultado do segundo trimestre da da Meta (dona do Facebook). Quinta, Apple e Amazon mostram seus números. 

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Por aqui, a espera é pelo IPCA-15, que sai amanhã. Espera-se uma baixa substancial em relação ao índice de junho (0,83%), por conta da redução do ICMS sobre os combustíveis. Com menos pressão inflacionária, os juros futuros baixam, e isso reduz as taxas dos títulos públicos. O IPCA+2035, por exemplo, chegou a um pico de 6,26% na semana passada (taxa que não era vista desde 2016). Hoje, recuou a 6,17% (o que diminui as perdas financeiras de quem comprou os títulos a taxas mais baixas que as de hoje). 

E é isso. No fim das contas, um dia bom para a bolsa, para a renda fixa e para o real. Se dias assim vão mesmo se repetir com mais frequência, porém, é outra história.

Até amanhã.  

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Maiores altas 

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Petrobras PN (PETR4): 4,67%

Petrobras ON (PETR3): 4,32%

Prio (PRIO3): 4,15%

Engie (ENGI11): 3,35%

JBS (JBSS3): 3,00%

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Maiores baixas

Pão de Açúcar (PCAR3): -7,04%

IRB Brasil (IRBR3): -5,50%

Petz (PETZ3): -5,07%

Banco Pan (BPAN4): -4,12%

Locaweb (LWSA3): -4,10%

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Ibovespa: 1,36%, a 100.269 pontos

Em NY:

S&P 500: 0,13%, a 3.966

Nasdaq: -0,43%, a 11.782

Dow Jones: 0,28%, a 31.990 

Dólar: -2,35%, a R$ 5,36

Petróleo

Brent: 1,84%, a US$ 105,09

WTI: 2,11%, a US$ 96,70

Minério de ferro: 7,1%, na bolsa de Dalian (China)

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