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Minério amanhece feliz com expectativa de estímulos na China

Alta é de 2,3%. De resto, mercado fica à espera da ata do Fed, que sai às 15h.

Por Alexandre Versignassi
25 Maio 2022, 08h15

As bolsas de Xangai, Shenzhen e Hong Kong fecharam em leve alta, apostando em novos estímulos econômicos do governo. Como a Covid só começou a proliferar de fato pela China agora, o país vive um filme que o resto do mundo viu nos últimos anos: lockdowns freando a economia e o Estado dando um jeito de destravá-la distribuindo dinheiro (na forma de baixa nos juros). 

Isso tem dado uma força para o minério de ferro, já que a China é o grande cliente global da commodity. A alta hoje é de 2,3%. Bom para as siderúrgicas/mineradoras daqui.

Leve alta também na Europa, que viu com algum alívio os números do PIB da Alemanha. O índice do país tinha encerrado o quarto trimestre de 2021 em baixa de 0,3%. Isso colocava o país à beira de uma recessão (definida pela queda do PIB por dois trimestres seguidos). Mas não foi desta vez. O PIB alemão fechou em alta de 0,2%. A expectativa, porém, é que as rusgas com a Rússia e com a China tragam resultados piores mais adiante.

De resto, o mercado espera sentado pela ata da última reunião do Fed – que rolou no da 04 de maio, elevando os juros em 0,50 ponto porcentual. A expectativa, como sempre, é investigar as entrelinhas da ata para entender se o Fed pretende ou não elevar o ritmo das altas. A próxima reunião para definir os juros acontece dia 15 de junho.  

Boa quarta

humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: 0,04%

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Futuros Nasdaq: 0,16%

Futuros Dow: -0,03%

*às 7h40

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,39%

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Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,61%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,32%

Bolsa de Paris (CAC): 0,28%

*às 7h33

Fechamento na Ásia

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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,61%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,26%

Hong Kong (Hang Seng): 0,29%

Commodities

Brent: 1,29%, a US$ 115,03  

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Minério de ferro: 2,30%, a US$ 131,45  por tonelada, em Singapura

*às 7h38

Agenda

11h30 EUA divulgam seus estoques de petróleo na semana. Se vierem baixos, podem pressionar para cima o preço do barril.

15h Fed divulga a ata da última reunião do comitê de política monetária dos EUA, que aumentou os juros em 0,5 ponto percentual. 

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Ao longo do dia Câmara vota o projeto de lei que limita a cobrança de ICMS sobre combustíveis em 17%.

market facts

Selic: de volta aos 14%?

A prévia da inflação caiu para 0,59% nos primeiros 15 dias de maio, ante assombrosos 1,73% em abril. Boa parte da redução fica por conta de São Pedro: as chuvas pesadas nos primeiros quatro meses do ano deram uma folga para as hidrelétricas e acabaram com a “bandeira de escassez hídrica”, que engordava as contas de luz em R$ 14,20 a cada 100 kWh. 

Ou seja: a baixa, pelo menos por ora, não foi obra da alta nos juros. Sem a deflação da luz, o IPCA-15 teria sido de 1,28% – o segundo maior dos últimos 12 meses, fora abril. Ou seja: como a luz não vai seguir baixando de preço, o Banco Central provavelmente terá de repensar a ideia de encerrar o ciclo de alta em junho – quando os juros devem chegar a 13,25%. Talvez haja mesmo terreno para voltarmos à casa dos 14%, vista pela última vez lá em 2016.

 

Vale a pena ler:

Brasil, o Pelé da inflação

“O Brasil talvez tenha vivido o período mais longo de inflação contínua registrado em qualquer país”, escreveu o economista americano Donald Paarlberg. De fato. Tivemos taxas de pelo menos dois dígitos em todos os anos entre 1953 e 1995. 

Como o raio multiplicador dos juros compostos também se aplica a taxas de inflação, o acumulado nesses 42 anos foi de 19.509.846.374.237.060% – 19 milhões de bilhões por cento. Veja mais sobre as altas de preços, esse esporte nacional, na edição de maio da Você S/A.

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