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Mercados tombam com recessão da indústria global

Índices PMI da China e da Europa apontam para contração. Futuros dos EUA operam em queda.

Por Alexandre Versignassi e Sofia Kercher
Atualizado em 15 ago 2023, 20h28 - Publicado em 1 ago 2023, 08h46

Bom dia!

O mercado global acordou com o pé esquerdo nesta terça, sob uma tempestade de números baixos do PMI (o Índice de Gerentes de Compra) mundo afora.

A escala de pontuação do PMI é tipo a do curling, o esporte olímpico de inverno – um tanto excêntrica. Mas resumível: acima de 50, indica contração da indústria; abaixo de 50, contração. E hoje é dia de anúncio do dado para vários países.  

O da China, pela medição da agência Caixin Global, veio abaixo: 49,2, antes uma previsão um tanto otimista de 50,3. Com isso, o índice CSI 300 fechou em baixa de 0,41%. O dado chinês que mais interessa por aqui, a cotação do minério de ferro, veio mista. Queda de 1,08% em Singapura; alta de 0,96% em Dalian.  

Na Europa, um festival de contrações no PMI. A ver:

O PMI da Alemanha, locomotiva da União Europeia, caiu a 38,8 pontos em julho – vindo de já recessivos 40,6 no mês anterior. É o pior resultado em 22 anos.

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O da zona do euro como um todo ficou em 42,7 – piorando mais um pouco ante os 43,4 de junho. Trata-se da pontuação mais baixa em 3 anos. 

O do Reino Unido, por fim, veio um pouco melhor: 45,3. Ainda assim, abaixo dos 46,5 pontos de junho. É o menor em sete meses. 

Os resultados continentais vieram dentro do que a média dos analistas apontava. O das ilhas britânicas, um pouco acima até. 

Mas analistas são uma coisa. O mercado para valer é outra. E quem investe não gostou do que viu. As bolsas europeias caem em bloco (veja abaixo).

Mais tarde, às 10h45, sai o PMI dos EUA (o do Brasil vem um pouco antes, às 10h). E os futuros do S&P não parecem esperar grandes resultados. Operavam em baixa de 0,2% nesta manhã. 

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Às 11h sai nos EUA o relatório Jolts de abertura de novas vagas de trabalho. Será mais um termômetro sobre a saúde da economia global.  

Por aqui, o Copom começa hoje sua reunião mais importante em anos, a que vai definir se a Selic entra ou não em rota de queda – pelas expectativas do mercado, na verdade, a decisão se resume à dimensão do primeiro corte: se ele será de 0,25 pp ou de 0,50 pp.

O ponto é que os PMIs fracos mundo afora podem inspirar um humor dovish no Copom – já que a recessão na indústria é um efeito colateral dos juros altos. Além disso, é a primeira reunião com o pomboso Gabriel Galípolo no time. O novo diretor de Política Monetária do BC e provável futuro presidente da autarquia dará um dos nove votos. Ele era o braço direito de Haddad na Fazenda. E Haddad quer ver um corte de pelo menos 0,50 pp.

Ailton Aquino, diretor de Fiscalização, é o outro dos mais novos no balão. Como também é indicação do governo, ao menos tende a votar por uma baixa relevante.

Bora fazer o bolão.

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E bons negócios!

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,18%

Futuros Nasdaq: -0,26%

Futuros Dow Jones: -0,12%

*às 8h27

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market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Reforma tributária causa rinha entre as aéreas

Quem já viajou de avião sabe que uma etapa crucial do processo é tomar chá de cadeira enquanto espera para embarcar – e que isso geralmente acontece com vista para a pista de pouso. Se olhar com cuidado, é possível perceber que os aviões da Azul costumam ser menores quando comparados aos modelos da Gol e da Latam. 

A Azul usa majoritariamente o Embraer 195, com capacidade para até 136 passageiros. A Latam, o Airbus A-320  (até 174 assentos). A Gol, o Boeing 737 (até 216).  

Essa diferença de tamanho pode beneficiar a Azul na reforma tributária. 

Tanto a Gol como a Latam estão preparando estudos para brigar no Senado contra um benefício da reforma, que afirma que somente a aviação regional desfrutará de uma alíquota diferenciada. O restante do setor ficará com a alíquota cheia (25%). 

Como a Azul é a aérea especializada em voos regionais, as demais argumentam que, com o subsídio, a Azul se veria livre para cobrar preços menores nas rotas mais mais concorridas – principalmente a Rio-São Paulo.

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Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

10h: PMI brasileiro de julho (apurado pela S&P)

EUA, 10h45: PMI americano de julho (S&P)

EUA, 11h: PMI americano pela ISM

EUA, 11h: Relatório Jolts (do ministério do Trabalho dos EUA), com a abertura de novas vagas em julho. 

12h: PMI Global (S&P)

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
    • Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,91%
    • Londres (FTSE 100): -0,13%
    • Frankfurt (Dax): -0,83%
    • Paris (CAC): -0,78%

    às 8h33

    Fechamento na Ásia

    • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,41%
    • Hong Kong (Hang Seng): -0,34%
    • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,92%
    Commodities
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
      • Brent: -0,34%, a US$ 85,14
      • Minério de ferro:  0,96% a US$ 117,01 por tonelada na bolsa de Dalian

      *às 8h36

      Vale a pena ler:
      (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

      Selic 101

      A reunião do Copom é obviamente o assunto da semana – já que vai definir o futuro da economia se der dali realmente ver o início a uma curva de baixa na Selic (mais ainda se o corte vier maior do que 0,25 pp. Mas, apesar de a taxa básica de juros estar no noticiário o tempo todo, pouco se divulga sobre como a taxa do BC realmente funciona. Entenda de uma vez aqui.

      -
      (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

      Antes da abertura de mercado: Klabin

      Após o fechamento: Cielo e Iguatemi

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