Mercados tombam com recessão da indústria global
Índices PMI da China e da Europa apontam para contração. Futuros dos EUA operam em queda.
Bom dia!
O mercado global acordou com o pé esquerdo nesta terça, sob uma tempestade de números baixos do PMI (o Índice de Gerentes de Compra) mundo afora.
A escala de pontuação do PMI é tipo a do curling, o esporte olímpico de inverno – um tanto excêntrica. Mas resumível: acima de 50, indica contração da indústria; abaixo de 50, contração. E hoje é dia de anúncio do dado para vários países.
O da China, pela medição da agência Caixin Global, veio abaixo: 49,2, antes uma previsão um tanto otimista de 50,3. Com isso, o índice CSI 300 fechou em baixa de 0,41%. O dado chinês que mais interessa por aqui, a cotação do minério de ferro, veio mista. Queda de 1,08% em Singapura; alta de 0,96% em Dalian.
Na Europa, um festival de contrações no PMI. A ver:
O PMI da Alemanha, locomotiva da União Europeia, caiu a 38,8 pontos em julho – vindo de já recessivos 40,6 no mês anterior. É o pior resultado em 22 anos.
O da zona do euro como um todo ficou em 42,7 – piorando mais um pouco ante os 43,4 de junho. Trata-se da pontuação mais baixa em 3 anos.
O do Reino Unido, por fim, veio um pouco melhor: 45,3. Ainda assim, abaixo dos 46,5 pontos de junho. É o menor em sete meses.
Os resultados continentais vieram dentro do que a média dos analistas apontava. O das ilhas britânicas, um pouco acima até.
Mas analistas são uma coisa. O mercado para valer é outra. E quem investe não gostou do que viu. As bolsas europeias caem em bloco (veja abaixo).
Mais tarde, às 10h45, sai o PMI dos EUA (o do Brasil vem um pouco antes, às 10h). E os futuros do S&P não parecem esperar grandes resultados. Operavam em baixa de 0,2% nesta manhã.
Às 11h sai nos EUA o relatório Jolts de abertura de novas vagas de trabalho. Será mais um termômetro sobre a saúde da economia global.
Por aqui, o Copom começa hoje sua reunião mais importante em anos, a que vai definir se a Selic entra ou não em rota de queda – pelas expectativas do mercado, na verdade, a decisão se resume à dimensão do primeiro corte: se ele será de 0,25 pp ou de 0,50 pp.
O ponto é que os PMIs fracos mundo afora podem inspirar um humor dovish no Copom – já que a recessão na indústria é um efeito colateral dos juros altos. Além disso, é a primeira reunião com o pomboso Gabriel Galípolo no time. O novo diretor de Política Monetária do BC e provável futuro presidente da autarquia dará um dos nove votos. Ele era o braço direito de Haddad na Fazenda. E Haddad quer ver um corte de pelo menos 0,50 pp.
Ailton Aquino, diretor de Fiscalização, é o outro dos mais novos no balão. Como também é indicação do governo, ao menos tende a votar por uma baixa relevante.
Bora fazer o bolão.
E bons negócios!
Futuros S&P 500: -0,18%
Futuros Nasdaq: -0,26%
Futuros Dow Jones: -0,12%
*às 8h27
Reforma tributária causa rinha entre as aéreas
Quem já viajou de avião sabe que uma etapa crucial do processo é tomar chá de cadeira enquanto espera para embarcar – e que isso geralmente acontece com vista para a pista de pouso. Se olhar com cuidado, é possível perceber que os aviões da Azul costumam ser menores quando comparados aos modelos da Gol e da Latam.
A Azul usa majoritariamente o Embraer 195, com capacidade para até 136 passageiros. A Latam, o Airbus A-320 (até 174 assentos). A Gol, o Boeing 737 (até 216).
Essa diferença de tamanho pode beneficiar a Azul na reforma tributária.
Tanto a Gol como a Latam estão preparando estudos para brigar no Senado contra um benefício da reforma, que afirma que somente a aviação regional desfrutará de uma alíquota diferenciada. O restante do setor ficará com a alíquota cheia (25%).
Como a Azul é a aérea especializada em voos regionais, as demais argumentam que, com o subsídio, a Azul se veria livre para cobrar preços menores nas rotas mais mais concorridas – principalmente a Rio-São Paulo.
10h: PMI brasileiro de julho (apurado pela S&P)
EUA, 10h45: PMI americano de julho (S&P)
EUA, 11h: PMI americano pela ISM
EUA, 11h: Relatório Jolts (do ministério do Trabalho dos EUA), com a abertura de novas vagas em julho.
12h: PMI Global (S&P)
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,91%
- Londres (FTSE 100): -0,13%
- Frankfurt (Dax): -0,83%
- Paris (CAC): -0,78%
às 8h33
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,41%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,34%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,92%
- Brent: -0,34%, a US$ 85,14
- Minério de ferro: 0,96% a US$ 117,01 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 8h36
Selic 101
A reunião do Copom é obviamente o assunto da semana – já que vai definir o futuro da economia se der dali realmente ver o início a uma curva de baixa na Selic (mais ainda se o corte vier maior do que 0,25 pp. Mas, apesar de a taxa básica de juros estar no noticiário o tempo todo, pouco se divulga sobre como a taxa do BC realmente funciona. Entenda de uma vez aqui.
Antes da abertura de mercado: Klabin
Após o fechamento: Cielo e Iguatemi