Bom dia!
Em 2019, uma média de 220 mil pessoas por semana entravam com novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estado Unidos. Aí veio a pandemia e esse número chegou a bater mais de seis milhões em uma única semana.
Hoje, o Departamento do Trabalho dos EUA libera o número de novas solicitações do benefício referentes a semana passada. O mercado espera que ele venha em torno 200 mil pedidos de auxílio-desemprego.
Se as previsões forem confirmadas, o dado estará no patamar pré-pandêmico ou abaixo dele por um mês inteirinho. Isso significa um mercado de trabalho forte – tão forte quanto antes da crise bater. Não é exatamente uma novidade. Na semana passada, o desemprego dos EUA caiu a 3,9%, próximo dos 3,5% de antes da pandemia (o menor da história americana, diga-se).
Um mercado de trabalho sólido é ótimo para a economia, é claro, mas investidores não analisam esses números de perto somente para saber o desempenho do país. O tamanho do desemprego é uma das métricas usadas para tentar prever os próximos passos do BC americano na retirada de estímulos à economia, agora que ela já voltou aos níveis pré-pandêmicos e a inflação assombra os mercados americanos.
Ontem foi dia de analisar metade dessa equação: a inflação veio alta, a mais alta em 40 anos, mas ainda dentro do esperado, o que garantiu ganhos nas bolsas lá em Nova York e também ajudou o Ibovespa. Hoje, Wall Street espera para saber o quanto o emprego está bombando por lá. Se a resposta for “muito”, pode ser que o banco central americano seja mais pressionado ainda para agir rapidamente, o que costuma azedar o humor.
É que o Fed já anunciou há algum tempo que a mamata acabou – a inflação precisa ser combatida e a economia americana já anda com os próprios pés. Mas ainda há debate sobre o quão rápida e agressiva será a mudança de política do órgão. Três altas nos juros esse ano, por exemplo, já estão encomendadas, mas há quem aposte em quatro. E não há consenso sobre quando o Fed abrirá o ralo para começar a drenar os dólares da economia americana (explicamos melhor aqui). Jerome Powell, o presidente do órgão, disse que isso deve demorar – mas a posição não é consenso entre os dirigentes.
Tanto que os contratos futuros dos principais índices americanos amanheceram quase na estabilidade nesta quinta-feira, à espera pelo dado de desemprego para definir o humor. As bolsas europeias também andam de lado. Além do número de seguro-desemprego, investidores devem ouvir de perto o testemunho de Lael Brainard, indicada para ser vice do Fed, no Senado americano, em busca de pistas dos próximos passos do banco central.
Boa quinta.
Futuros S&P 500: 0,08%
Futuros Nasdaq: 0,17%
Futuros Dow: 0,05%
*às 7h45
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,03%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,06%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,04%
Bolsa de Paris (CAC): -0,33%
*às 7h55
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,64%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,96%
Hong Kong (Hang Seng): 0,11%
Brent: 0,08%, a US$ 84,74
Minério de ferro: -2,85%, a US$ 129,87
*às 7h51
9h IBGE divulga o volume de serviços de novembro; expectativa é de avanço de 0,1%
10h30 Departamento do Trabalho dos EUA divulga o número de novos pedidos de auxílio-desemprego no país
12h Dirigente do Fed Lael Brainard participa de audiência de nomeação no Senado americano
Paralisação de servidores
19 categorias de servidores públicos do Executivo e 27 categorias de servidores federais do Judiciário e Legislativo vão paralisar suas atividades na próxima terça-feira (18) para protestar por um reajuste salarial. As informações são do Valor Econômico. Segundo Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), a pauta principal é uma correção salarial de 27%, equivalente à inflação acumulada nos últimos anos. Caso a demanda não seja atendida, a entidade pode convocar uma greve geral em fevereiro.
Os planos econômicos dos presidenciáveis
A corrida presidencial já começou – e os maiores nomes da disputa se preparam para o debate de pautas econômicas em um ano de alta inflação e desemprego. Veja as principais propostas já divulgadas pelos pré-candidatos nesta reportagem do O Globo.
Congressistas fora do mercado financeiro
Um novo projeto de lei apresentado no Senado dos EUA propõe que senadores e deputados americanos (e também seus cônjuges e filhos) sejam proibidos de comprar e vender ações e outros ativos no mercado financeiro enquanto atuam como membros do Congresso. A ideia é que políticos recebem informações privilegiadas e isso geraria conflito de interesses. A proposta é apoiada por 76% dos americanos, mas deve encontrar resistência, por motivos óbvios, de uma parte considerável dos congressistas – dos dois partidos, diga-se. Uma das pessoas contra a proibição, por exemplo, é a democrata Nancy Pelosi, atual presidente da Câmara dos Deputados. O Business Insider conta essa história em detalhes nesta reportagem (em inglês).