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Mercado opera de olho nos discursos do Copom e do Fed 

BC brasileiro deve sinalizar uma queda da Selic nas próximas reuniões, enquanto dirigentes do Fed discutem novas altas no juro americano.

Por Júlia Moura
21 jun 2023, 08h38

Bom dia!

Hoje não é bem uma super-quarta, mas está com cara. Apesar do Fed já ter decidido pela estabilidade nos juros na semana passada, alguns membros do Banco Central americano falam em público nesta quarta. Entre eles, o presidente Jerome Powell, que será sabatinado na Câmara e pode dar pistas dos próximos passos do Fed.

Por aqui, o Copom deve seguir o Fed na estabilidade da taxa básica de juros, em 13,75%, mas com um discurso no caminho contrário. É esperado que o BCB sinalize que a Selic vai começar a cair nos próximos meses. Com inflação, câmbio e risco fiscal em queda, um juro tão alto não se faz necessário. A dúvida, por enquanto, é se o primeiro corte de 0,25 ponto percentual vem em agosto ou em setembro.

A preocupação do BC é com a meta inflacionária, de 3,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Nos últimos 12 meses, o IPCA ficou dentro da tolerância, somando 3,94%.

O que se discute é uma mudança na meta ou na forma como ela é apurada. Na semana que vem, o CMN (Conselho Monetário Nacional) se reúne para tratar do tema. Segundo Fernando Haddad, um aumento da meta está descartado. O que deve mudar é a dissociação do ano-calendário, com a adoção da meta contínua de 3%, o que daria mais flexibilidade ao BC. Dependendo do tom do comunicado de hoje, flexibilidade pode ser necessária.

Bons negócios!

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,08%

Futuros Nasdaq: -0,14%

Futuros Dow Jones: -0,08%

*às 8h27

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

A festa das NTN-Bs

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O Copom de hoje pode marcar o começo da despedida da Selic a 13,75% ao ano, algo que os títulos públicos atrelados à inflação celebram há algum tempo, especialmente após a S&P voltar a sorrir para o Brasil. Isso porque a expectativa de uma taxa básica de juros menor impacta toda a cadeia de juros futuros, fechando a curva que se estende para além de 2030. 

Essas taxas estão diretamente ligadas ao retorno prefixado das NTN-Bs, aquele percentual fixo que acompanha a variação do IPCA. E, na precificação desses títulos, quanto menor o retorno, mais valioso fica o papel, em uma relação inversamente proporcional. 

Veja só: o IPCA+2035 subiu 13,6% nos últimos três meses. No mesmo período, a sua taxa caiu de 6,26% para 5,40%. Ainda no mesmo intervalo, o de vencimento em 2045 ficou 22,6% mais caro em seu valor de mercado, pois o retorno baixou de 6,48% para 5,63%. Quanto mais longo o prazo de vencimento, maior a oscilação.

No caso do Tesouro Renda+ 2065, que vence só em 2084 (entenda aqui direitinho como o Renda+ funciona), a valorização foi de 41,3%, passando a uma rentabilidade contratada de 6,27% para 5,59% nesses três meses.

A depender de quando você comprou esses títulos, a alta pode ser ainda mais expressiva. Vale checar e ponderar se é vantajoso realizar o lucro antes do vencimento do papel. Aqui, explicamos melhor a mágica do Tesouro IPCA+.

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Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

9h: CAE do Senado aprecia texto do arcabouço fiscal ;

9h45: Evento da CNI reúne em painel secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, coordenador do GT na Câmara, Reginaldo Lopes, e relator na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (9h45);

11h: Presidente do Fed, Jerome Powell, testemunha na Câmara dos Representantes dos EUA;

11h: Diretores do Fed Philip Jefferson e Lisa Cook testemunham no Comitê de Assuntos Bancários do Senado dos EUA, para confirmação dos cargos indicados pelo presidente Joe Biden;

10h30: Evento da CNI sobre reforma tributária reúne em painel ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e presidentes da Câmara, Arthur Lira, do Senado, Rodrigo Pacheco, e da CNI, Robson Braga de Andrade;

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13h25: Presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, responde perguntas em evento do The Wall Street Journal;

12h: Diretora do Fed, Michelle Bowman, e presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, participam do Policy Summit 2023;

17h30: estoques de petróleo nos EUA na semana até 16/06;

18h30: Copom anuncia decisão da Selic.

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
  • Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,09%
  • Londres (FTSE 100): -0,18%
  • Frankfurt (Dax): -0,12%
  • Paris (CAC): -0,31%

*às 8h14

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Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,53%
  • Hong Kong (Hang Seng): -1,98%
  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,56%
Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
  • Brent: -0,08%, a US$ 75,82 o barril*

*às 8h30

  • Minério de ferro: -0,99%, a US$ 110,94 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Beterraba com arroz? Dá pneu!

E não é só pneuzinho na barriga. As deliciosas fontes de carboidrato podem servir também para confeccionar pneus de automóveis. É o que faz a francesa Michelin para reduzir suas emissões de carbono e bater a meta de ter 100% de sua matéria-prima sustentável ou reciclável até 2050. Nesse processo, a empresa vem substituindo a sílica por um produto obtido da casca do arroz e o petroquímico butadieno por um derivado da beterraba, explica o presidente da Michelin América do Sul, Feliciano Almeida, em entrevista ao Valor Econômico.

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