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Mercado global vira abruptamente e aponta para uma sexta-feira indefinida

Índices futuros dos EUA subiam com força na madrugada, mas o jogo mudou no início da manhã.

Por Alexandre Versignassi, Bruno Carbinatto
Atualizado em 16 dez 2024, 16h31 - Publicado em 19 nov 2021, 08h38
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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A nave global seguia suave. A renovação do recorde histórico no S&P 500 ontem contagiou boa parte do mercado na Ásia, e o índice CSI 300, das bolsas chinesas de Xangai e Shenzhen, fechou em alta de mais de 1%. A Europa também seguia no positivo, mas virou para o vermelho no início da manhã. Idem para os índices futuros dos EUA. O S&P 500 apontava para uma alta substancial de 0,40%, mas só até por volta das 7h, quando virou para o negativo: -0,11% às 7h40. O Dow Jones, índice mais seleto, com apenas 30 mega-empresas, apontava ainda mais para o sul: -0,37%. 

A notícia ruim, ao menos para os europeus, veio da Alemanha. O Índice de Preços ao Produtor (PPI, equivalente ao IGPM por lá) subiu 3,8% em outubro – bem mais que os 1,4% de setembro, e daquilo que o mercado projetava, 2,3%. 

No ano, o PPI alemão foi a 18,4%. Se já é difícil imaginar uma inflação dessas em reais, imagina em euros. De fato: é a maior alta no índice em 70 anos. Eles não viam nada assim desde 1951.  

Quem segura as pontas (e bem) é outro índice dos EUA, o Nasdaq 100, composto majoritariamente por empresas de tecnologia: alta firme de 0,38%, impulsionada por resultados fortes nesta temporada de balanços e pelo alívio no gargalo de produção de chips e semicondutores. 

Por aqui, quem manda na bolsa é outro mercado: o da troca de favores em Brasília, para a eventual aprovação no Senado da PEC dos precatórios, a ferramenta que o governo arrumou para furar o teto de gastos sem querer querendo. 

Resta saber se o mercado lerá com bons olhos as mudanças que os senadores pretendem colocar no texto, como a de tornar definitivo o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil. A proposta inicial era a de pagar isso só até dezembro de 2022, logo após as eleições – por motivos óbvios. Depois, o valor cairia para R$ 220. 

O aumento temporário para angariar votos não tem justificativa moral. Um aumento permanente não teria justificativa fiscal. O dinheiro para 2022 vem da pedalada nos precatórios, mas essas dívidas seguirão se acumulando. E o governo do futuro, seja ele qual for, terá de inventar novas artimanhas para sair do vermelho. De truque em truque o Brasil vai deixando para trás qualquer fiapo de seriedade que restava. O ibovespa, que fechou ontem em sua pior pontuação no ano, apenas reflete isso. 

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Boa sexta!

humorômetro: o dia começou sem tendência definida

Futuros S&P 500: -0,11%

Futuros Nasdaq: 0,38%

Futuros Dow: -0,37%

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*às 7h40

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,30%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,21%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,03%

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Bolsa de Paris (CAC): -0,18%

*às 7h45

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,08%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,50%

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Hong Kong (Hang Seng): 1,07%

Commodities

Brent: -1,87%, a US$ 79,72

Minério de ferro: 5,06%, a US$ 91,69 em Qingdao (China)

*às 7h35

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Agenda

Dia de agenda esvaziada.

market facts

Fintechs na mira

A Reuters noticiou ontem que o governo deverá apertar sua regulação sobre as fintechs nesta sexta-feira. A decisão foi tomada em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quinta-feira, segundo afirmaram três fontes à agência de notícias. 

No ano passado, o Banco Central fez uma consulta pública para discutir o tema. Os grandes bancos pressionam o governo para regulações mais rígidas para fintechs, que, segundo os bancões, são favorecidas pelas regras mais frouxas, apesar de muitas já terem atingido patamares maiores. 

É que, por serem consideradas Instituição de Pagamento, e não banco, as fintechs precisam seguir menos regras. A possível mudança vem enquanto o Nubank prepara seu IPO nos Estados Unidos – valendo US$ 50 bilhões, mais que os US$ 38 bilhões do Itaú, o maior banco brasileiro. 

O trono do Fed

Joe Biden disse que, até o fim desta semana, fará sua escolha para quem deverá comandar o Fed, o banco central americano, pelos próximos quatro anos. O mandato do atual presidente, Jerome Powell, vai até fevereiro do ano que vem – e ele é favorito para ser nomeado para um novo reinado. 

Mas nem todos estão felizes com essa possibilidade. A ala mais à esquerda do Partido Democrata prefere a nomeação de Lael Brainard, economista que também integra o Fed, porque ela se mostra favorável a regulações mais pesadas no sistema bancário, enquanto Powell é mais amigável com os bancões. Joe Biden já entrevistou os dois candidatos e sua decisão está cercada de mistérios. 

De qualquer forma, o nome deverá ser aprovado no Senado – e, como os democratas têm uma maioria bastante estreita, a novela deve ir longe.

Vale a pena ler:

Value investing

A técnica de Warren Buffett para escolher quais ações comprar pode ajudar você a formar um patrimônio mais resistente a intempéries. Aqui, na edição de novembro da VOCÊ/SA.

Amigas e rivais

Peter Rawlinson é o engenheiro por trás do Tesla Model S, lançado em 2012 e que ajudou a catapultar a empresa de Elon Musk – de uma companhia experimental para uma montadora de verdade. Peter saiu da Tesla e é, desde 2019, o CEO da Lucid Motors, uma das concorrentes que tenta desbancar a Tesla nas vendas de carros elétricos. Mas o caminho para Rawlinson  não é nada fácil. Leia essa história nesta reportagem do The New York Times, em inglês.

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