IPCA menor do que o esperado faz o mercado vislumbrar corte na Selic

Canadá assusta Wall Street com aumento inesperado de juros e as apostas de manutenção no juro americano enfraquecem.

Por Júlia Moura
Atualizado em 7 jun 2023, 17h36 - Publicado em 7 jun 2023, 17h36

Finalmente a inflação está indo embora. Em maio, o IPCA subiu 0,23%, bem menos que o 0,61% do mês anterior e abaixo do 0,33% previsto pelo mercado. Em 12 meses, o índice agora acumula 3,94% e fica cada vez mais próximo da meta de 3,25% do Banco Central, que tem um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Tão perto que o mercado já começa a falar em corte na Selic em agosto.

Essa é a previsão do BofA e do Credit Suisse, que antes achava que uma redução no juros viria só em setembro. O Bradesco também considera que o início dos cortes pode ser antecipado. Já o UBS espera uma redução de 0,5 ponto percentual em setembro.

Tudo isso soou como música aos ouvidos dos investidores e o Ibovespa subiu 0,77% na véspera do feriado de Corpus Christi. A festa só não foi maior porque lá nos Estados Unidos a discussão é sobre aumento de juros.

O mercado já dava como certa uma manutenção da taxa Selic deles em 5,25% na semana que vem. Mas o Canadá deixou Wall Street ressabiado. E não foi pela fumaça de incêndios em suas florestas.

O BC do Canadá fez o que ninguém esperava e subiu o juro do país em 0,25 ponto percentual, para 4,75% ao ano —o maior patamar em 22 anos, acredite se quiser. Por lá, a inflação está em 4,4%, depois de bater 8,1% no ano passado. Mesmo assim, o BC canadense está preocupado com a força do núcleo inflacionário, que não considera alimentos e energia.

A surpresa vinda do Norte levou as apostas de manutenção na taxa dos EUA na semana que vem a caírem para 69%, de 77%. E aí não teve jeito, o S&P 500 refletiu a desconfiança e recuou 0,38%.

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Será que, neste caso, onde há fumaça, há fogo?

Até sexta e bom feriado 🙂

MAIORES ALTAS

Eneva (ENEV3): 4,57%

Yduqs (YDUQ3): 3,91%

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Carrefour (CRFB3): 3,46%

Via (VIIA3): 3,32%

Petrobras (PETR4): 3,11%

MAIORES BAIXAS

IRB Brasil (IRBR3): -6,24%