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Interpretação da ata do Fed domina a atenção dos investidores

Mercado busca entender qual o trajeto dos juros americanos.

Por Júlia Moura
Atualizado em 18 ago 2022, 08h54 - Publicado em 18 ago 2022, 08h44
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 (Arte/VOCÊ S/A)
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A ata do Fed divulgada ontem deixou investidores um tanto quanto desnorteados. O documento que retrata a última reunião de política monetária do BC americano deixou em aberto quais passos a autoridade pretende tomar para frear a inflação sem causar um dano tão grande na economia.

No fim de julho, o Fed subiu a Selic dos americanos em 75 pontos percentuais, levando-a para a faixa de 2,25% a 2,50% ao ano. A próxima decisão virá apenas no fim de setembro e o mercado espera mais 0,5 pp ou 0,75 pp de aumento.

Ao mesmo tempo que a ata não grava o caminho dos juros em pedra, foi sinalizado que  taxas mais altas vão prevalecer por “algum tempo”, mas a frequência de altas de juros não deve ser tão intensa, levando em conta este outro trecho: 

“Os integrantes [do Fed] avaliaram que, conforme a política monetária fica mais apertada, provavelmente se tornará apropriado em algum momento reduzir o ritmo de alta de juros, enquanto eles avaliam os efeitos dos ajustes cumulativos da política monetária sobre a atividade econômica e a inflação”.

Uma coisa é clara: o Fed demonstrou uma preocupação maior com a inflação do que com a desaceleração da economia de fato. Também, pudera: o país ostenta um pleno emprego e a queda do PIB não tem se mostrado tão assustadora: -1,6% no primeiro trimestre e -0,9% no segundo. Duas quedas seguidas configuram recessão técnica, o que é rechaçado por parte dos economistas, que apontam resiliência de outros indicadores econômicos, como a taxa de desemprego de apenas 3,6%.

Enquanto isso, o CPI (o “IPCA” dos EUA) soma um avanço anual de 8,5% em julho e o PCE (semelhante ao CPI, mas com peso maior a bens e serviços) subiu 6,8% em junho. As taxas são assustadoras para o país, que não via uma inflação tão grande desde os anos 1980.

Com tantas variáveis na mesa, resta ao mercado buscar alento em falas dos membros do comitê de política monetária do Fed até o mês que vem. Hoje, dois deles dão o ar da graça: Esther George e Neel Kashkari. Qualquer pista está valendo.

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Bons negócios!

humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,06%

Futuros Nasdaq: 0,01%

Futuros Dow: 0,05%

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*às 8h01

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,41%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,07%

Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,74%

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Bolsa de Paris (CAC): +0,36%

*às 08h01

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,87%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,96%

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Hong Kong (Hang Seng): -0,80%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: 1,54%, a US$  95,09 

Minério de ferro: 0,44%, a US$ 102,00 a tonelada na bolsa de Cingapura

*às 7h05

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market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Gás de cozinha: novo vilão do orçamento 

Em 12 meses, o gás encanado disparou 26,29%, e o gás de botijão 21,36%. Para ambos, o aumento representa mais que o dobro do IPCA de julho, que ficou em 10,07%. O gás de cozinha conseguiu destronar a energia elétrica do posto de vilão do orçamento doméstico. No ano passado, em meio à pior crise hídrica do país em 90 anos, as contas de luz disparam. Este ano, com o aumento das chuvas e o empurrãozinho da redução de ICMS sobre combustíveis e energia elétrica, as contas de luz passaram a cair. Em um ano, a energia elétrica residencial caiu 10,77%. 

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Quintou: a jornada de trabalho de quatro dias 

Dois terços das empresas consideram mais fácil atrair e reter talentos com semanas de 32 horas. E a produtividade de algumas companhias que testaram o sistema cresceu mesmo com a carga menor. Será a redução de jornada o futuro do trabalho? A gente te conta aqui

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

9h30: pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA até 13/08

9h30: PIB do Chile no segundo trimestre de 2022

11h: vendas de moradias usadas nos EUA em julho

14h20: presidente do Fed de Kansas City, Esther George, discursa sobre perspectiva econômica

14h45: presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, participa de sessão de perguntas e respostas na ONG YPO (Young Presidents Organization)

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(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Após o fechamento do mercado: Arco Educação e Stone

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