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Inflação americana em 2022 já supera a brasileira em 1 ponto percentual

O placar de janeiro a agosto: EUA 5,38% X 4,39% Brasil. Agora, Fed pode aumentar os juros em 1 pp. NY tem o pior pregão em dois anos. E Ibovespa derrete no vácuo.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 13 set 2022, 17h37 - Publicado em 13 set 2022, 17h37
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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A inflação americana tinha fechado julho em 8,5% nos últimos 12 meses até então. Esperava-se uma redução para 8,1%. Não rolou. O CPI (IPCA deles) fechou agosto em alta de 0,1%. Com isso, a desaceleração do índice veio mais tênue do que as apostas do mercado. 

Pior: foi um mês que a gasolina caiu 10% por lá e o diesel (junto de outros combustíveis pesados), 5,9% – por conta das baixas no barril. E nem assim a inflação ficou no negativo. Os alimentos, por exemplo, tiveram sua maior alta desde maio: 0,8%; o setor de serviços, a maior desde junho: 0,6%. 

A tale of two inflations

Por aqui, para comparar, a inflação em 12 meses está em 8,7%. Mas um índice em especial dá uma ideia melhor de o quanto a inflação americana está grave. Se contabilizarmos só os últimos 8 meses, ou seja, o ano de 2022, a inflação deles já é 1 ponto percentual maior do que a nossa: 5,38% lá, versus 4,39% aqui. 

Isso deixa claro que o patamar atual dos juros americanos (atualmente em tímidos 2,50%) está baixo demais. Até a semana passada, o “temor” era o de que o Fed subisse a taxa em 0,75 ponto percentual na reunião da semana que vem. Agora já há quem aposte em mais. O Nomura Bank, do Japão, prevê uma alta de 1,00 pp.

Se for isso mesmo, seria a maior alta em 42 anos – desde dezembro de 1980, quando o Fed tascou uma de 2 pp. Não deixaria de ter sua elegância lógica: maior alta em quatro décadas para combater a maior inflação em quatro décadas. 

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NY: maior queda em dois anos

Diante dessa perspectiva, não há bolsa que aguente. O S&P 500 tombou 4,33%; a Nasdaq, 5,16%. Foram as maiores quedas nos dois índices desde junho de 2020. 

E o Ibovespa foi no vácuo: -2,30% – afinal, altas nos juros americanos deixam todos os mercados de renda variável do mundo com menos dinheiro à disposição.

Outro efeito colateral é nos juros daqui. Viés de alta na “Selic” deles vira viés de alta na nossa. Natural: juros maiores lá fora pressionam o dólar para cima (alta de 1,77% só hoje, a R$ 5,18).      

E viés de alta para a nossa é uma má notícia para os títulos públicos de inflação (os mais populares hoje). Eles passam a pagar taxas maiores. O IPCA+2035 pagava 5,80% anuais em juro real na última sexta. Já quem comprasse hoje, fecharia a 5,90%. Bom para quem esperou. Ruim para quem carrega o título na carteira. 

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Quanto maior a taxa, afinal, menor fica o valor de face do título. Na sexta, ele estava em R$ 1.940. Nesta segunda, em R$ 1.922. Queda de 1% em um dia útil – muito, muito mesmo, para essa modalidade de investimento.  

Por fim, um índice que revela melhor a gravidade da coisa toda. Das 92 ações que compõem o Ibovespa, só duas fecharam o dia em alta. 

Uma felicidade – para quem opera vendido. 

Até amanhã.

 

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Maiores altas

MRV (MRVE3): 0,90%

BB Seguridade (BBSE3): 0,67%

Maiores baixas

Hapvida (HAPV3): -6,71%

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Narura (NTCO3): -6,49%

Qualicorp (QUAL3): -6,15%

BRF (BRFS3): -5,77%

Dexco (DXCO3): -5,56%

Ibovespa:  -2,30%, a 110.793 pontos

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Em NY:

S&P 500: -4,33%, a 3.908 pontos

Nasdaq: -5,16%, a 11.633 pontos

Dow Jones: -3,94%, a 31.104 pontos

 

Dólar: 1,77%, a R$ 5,18

 

Petróleo

Brent: – 0,88%, a US$ 93,17 o barril

WTI: – 0,53%, a US$ 87,31 o barril

 

Minério de ferro: –0,10%, a US$ 102,20 a tonelada, na bolsa de Cingapura

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