Inadimplência pega de novo o Santander (SANB11) e lucro cai 47,7% no 1tri23

Bolsas começam o dia em queda à espera de resultados da Microsoft e da dona do Google.

Por Tássia Kastner, Bruno Carbinatto
Atualizado em 21 out 2024, 10h33 - Publicado em 25 abr 2023, 08h21
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

O Santander é sempre o banco a abrir a temporada de balanços do Brasil. Uma ou outra empresa pode divulgar seus números antes, mas quando o banco espanhol anuncia seus resultados é que a bola começa a rolar. E foi já recuando para a defesa.

O bancão registrou uma queda de 47,7% no lucro líquido do primeiro trimestre, ante os primeiros três meses de 2022. O resultado foi de R$ 2,06 bilhões. Na comparação com o quarto trimestre de 2022, houve um crescimento de 28%, mas trata-se de um avanço pouco alentador. Os resultados do fim do ano passado incluíam o rombo deixado pelo escândalo da Americanas.

Um dos motivos para que o lucro continue caindo é a necessidade de continuar reservando dinheiro para cobrir eventuais calotes de clientes. O banco reservou mais R$ 11 bilhões em provisões no primeiro trimestre do ano, uma alta de 139% em relação ao primeiro tri de 2022. A inadimplência acima de 90 dias subiu marginalmente para 3,2%. O problema é que os atrasos dos clientes pessoa física continuam acima de 4,5%.

Nisso, o retorno sobre o patrimônio líquido, o número que mostra a capacidade do banco que gerar lucro com o dinheiro do acionista (SANB11), fechou esse começo de ano em 10,19%, praticamente a metade dos 19,9% do primeiro trimestre de 2022. 

No fundo, o que os números do Santander mostram é que a economia brasileira está de fato desacelerando com a alta de juros promovida pelo BC para o combate à inflação.

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Nos EUA, investidores também querem entender o impacto da alta de juros sobre a economia. E vão tentar encontrar essa resposta nos balanços de Microsoft e Alphabet, a dona do Google. Até agora, os resultados das big techs se mostraram resilientes, mas demissões em massa promovidas pelas empresas do setor fazem investidores desconfiar que a desaceleração econômica dos EUA é real. Os futuros das bolsas americanas começam a manhã em baixa.

Outros indicadores ajudam na análise. Petróleo e minério de ferro recuam novamente nesta terça, com sinais de que a economia global como um todo está menos robusta. No fundo, a expectativa sobre os balanços, neste momento, nada mais é do que a caça pelas empresas menos vulneráveis à crise. 

Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Futuros do S&P 500: -0,50%

Futuros do Dow Jones: -0,41%

Futuros do Nasdaq: -0,38%

*às 7h59

market facts

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Planos de saúde têm pior resultado operacional da história

As operadoras de planos de saúde amargaram um prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões em 2022, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (24/04) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. É o pior número da série histórica, iniciada em 2001. No resultado financeiro, porém, o setor como um todo terminou no que a ANS chama de “zero a zero”: lucro líquido de R$ 2,5 milhões – cifra que representa só 0,001% das receitas de operações de saúde.

O lucro líquido não foi por conta do bom desempenho dos negócios – como escancara o enorme prejuízo operacional. O que compensou os problemas e fechou a conta no azul foi o bom resultado financeiro das empresas, já que o aumento dos juros no período turbinou os rendimentos das aplicações das operadoras.

O setor em si passa por uma crise porque a sinistralidade – taxa que mede a porcentagem das receitas com mensalidades gasta para cobrir as despesas médicas dos segurados – está muito alta, já que todos os procedimentos eletivos que foram adiados na pandemia se concentraram em 2022 e 2023. Sem conseguir repassar o aumento dos custos para os consumidores, muitas operadoras operam no prejuízo.

Agenda

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8h30: BC divulga estatísticas do setor externo

9h: Vendas do varejo, pelo IBGE

9h: O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado

10h30: Receita Federal anuncia arrecadação de março, com estimativa de R$ 172,368 bilhões.

Europa

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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,59%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,32%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,12%

Bolsa de Paris (CAC): -0,62%

*às 7h58

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,50%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,09%

Hong Kong (Hang Seng): -1,71%

Commodities

Brent*: -0,57%, a US$ 82,26

Minério de ferro: -1,86%, a US$ 102,79 na bolsa de Dalian

*às 7h57

Vale a pena ler:

A ascensão da LVMH…

A LVMH – dona da Louis Vuitton – tornou-se a primeira empresa europeia a ter um valor de mercado acima dos US$ 500 bilhões. O marco veio após uma alta expressiva das ações da holding francesa seguindo a divulgação do balanço, que mostrou fortes vendas no primeiro trimestre (+17%). O destaque positivo veio da China, onde os ricaços voltaram às compras de artigos de luxo após a reabertura do país. Boas notícias para Bernard Arnault, CEO que desbancou Elon Musk do posto de homem mais rico do mundo. A disputa entre os dois vai além: Tesla, em queda, e LVMH, em alta, agora têm tamanhos parecidos e disputam um lugar no top 10 de maiores empresas do mundo. A Bloomberg conta essa história em mais detalhes aqui e aqui.

… e do dragão chinês

Por falar em reabertura chinesa, a volta do gigante asiático à normalidade após três anos de lockdown não é boa notícia só para a grife francesa: também é ótima para o Brasil. A China compra dois terços de toda a soja, a carne e o minério de ferro que exportamos, e 2023 tem tudo para turbinar ainda mais esse comércio. Mesmo assim, o otimismo é limitado por uma crise imobiliária persistente. Entenda o cenário nesta reportagem da VC S/A.

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Antes da abertura: Santander, 3M, General Electric, General Motors, McDonald’s, PepsiCo. e Verizon

Após o fechamento: Alphabet, Microsoft e Visa

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