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Ibovespa tem dia instável com Wall Street indecisa e decisão do BCE

No dia da morte da rainha, investidores digeriram alta nos juros da Europa e falas do Fed; MGLU3 liderou altas.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 8 set 2022, 18h12 - Publicado em 8 set 2022, 18h04

Os jornais de todo o mundo só bateram em uma tecla: a morte da rainha Elizabeth II, a mais longeva monarca da história do Reino Unido. Pudera: foram 70 anos no trono, que transformaram a rainha em uma das figuras mais conhecidas do mundo.

O noticiário econômico, porém, nem tem como reclamar da competição: a quinta-feira foi marcada por um quase vazio de grandes novidades, que levaram as bolsas a passarem o dia numa corda bamba. Na volta do feriado, o Ibovespa alternou entre ganhos e perdas várias vezes, fechando por pouco no azul (0,14%) com a melhora dos indicadores americanos no fim do pregão.

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A principal notícia para o mercado também veio da Europa: a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de aumentar os juros em 0,75 p.p. O dado foi visto como um movimento agressivo do órgão – conhecido por sua cautela com sua taxa de juros –, ainda que fosse esperado por muitos já que a inflação lá acumula os 9,1%. 

Mesmo assim, impressionou a mudança de discurso de Christine Lagarde, líder do BCE, que prometeu colocar a luta contra a inflação em primeiro lugar, se alinhando finalmente aos planos de outros BCs mundo afora, como o Fed.

O risco disso, é claro, é colocar a economia do bloco à beira da recessão. As bolsas europeias reagiram inicialmente em queda; ao longo do dia, porém, o humor se ajustou e o Euro Stoxx 50 fechou em alta de 0,29%.

O segundo evento do dia também foi a fala de um banqueiro central. Jerome Powell, presidente do Fed, voltou a repetir o duro discurso que adoto já algum tempo: os juros vão continuar subindo, e vão ficar altos por um tempo considerável, pelo menos até que a inflação volte a rondar os 2%.

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Não é novidade, mas investidores ainda ouvem os discursos de Powell esperando palavras doces e afagos ao mercado – algo que era comum do banqueiro há não muito tempo atrás.

O que está em jogo, agora, é saber qual será o aumento de juros promovido pelo Fed na sua reunião de setembro. Será que virá um novo salto de 0,75 p.p. ou um movimento mais suave, de 0,5 p.p., sinalizando o início da suavização da trajetória? A maioria ainda aposta na primeira opção, mas há quem se apegue aos dados mais fracos da economia americana para chutar um aumento mais suave.

Nessa incerteza, e com falas duras dos banqueiros, as bolsas passaram o dia alternando entre o vermelho e o azul (Ibovespa incluso). A melhora definitiva no humor americano veio só no final do pregão, com o S&P 500 avançando 0,66% e o Nasdaq, 0,60%.

Por aqui, os destaques positivos ficaram justamente para as ações que mais sangraram no pregão do pré-feriado, após sinalização de (adivinha?) mais um aumento de juros também em terras brasileiras, algo que machuca especialmente os setores de varejo e tecnologia. 

Magalu (MGLU3) liderou os ganhos e subiu 7,25% (havia caído 6,87% na terça); MRV Engenharia (MRVE3) que sangrou 8% no último pregão, subiu 5% hoje, e Via (VIIA3) saltou 5,54%, após queda de 7,35% na terça.

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Os papéis da Petrobras caíram 1% hoje, reagindo com atraso à queda de 5,6% no petróleo ontem, no feriado. Outras empresas do setor desabaram ainda mais, figurando entre as maiores baixas do dia: 3R Petroleum -4,01%, Petrorio -4,07%.

Já a Vale subiu 1,32% na esteira da valorização de 3% do minério de ferro em Cingapura – foi isso, aliás, que colocou o Ibov de vez no azul, já que a mineradora tem 14% de participação no índice.

Até amanhã!

Maiores altas

Magazine Luiza (MGLU3): 7,25%

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Azul (AZUL4): 6,46%

Via (VIIA3): 5,54%

Gol (GOLL4): 5,36%

MRV (MRVE3): 5,06%

Maiores baixas

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Marfrig (MRFG3): -5,84%

JBS (JBSS3): -4,99%

Petrorio (PRIO3): -4,07%

3R Petroleum (RRRP3): -4,01%

Braskem (BRKM5): -4,00%

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Ibovespa: 0,14%, aos 109.915

Em Nova York

S&P 500: 0,66% aos 4.006 pontos

Nasdaq: 0,60%, aos 11.862 pontos

Dow Jones: 0,61%, aos 31.773 pontos

Dólar: -0,61%, a R$ 5,2062

Petróleo

Brent: 1,31%, a US$ 89,15

WTI: 1,95%, a US$ 83,54 

Minério de ferro: 3,09%, cotado a US$ 99,95 por tonelada em Cingapura

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