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Ibovespa ganha mais 1,80% ao som de heavy metal

Vale e a turma do metal sobem em bloco com nova alta do minério. Nos EUA, Payroll inspira mais alguma alta nos juros. Mesmo assim, o S&P 500 sobe 1,45%.

Por Camila Barros, Alexandre Versignassi
2 jun 2023, 17h43
fechamento de mercado
 (Juliana Briani/Fotos: Getty Images/Você S/A)
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A semana começou com três dias de queda no Ibovespa. Mas ontem e hoje o índice levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima: alta de 1,80% nesta sexta, depois de já ter subido 2,06% ontem. E o cômputo da semana fechou em verdes 1,52%. 

Mérito do minério de ferro. A commodity metálica disparou 8,7% em dois dias (na bolsa de Dalian, China) e puxou a turma de mineradoras/siderúrgicas da bolsa. Além, claro, da Vale, que responde sozinha por um naco de 13,5% do índice, e marcou 4,27% neste pregão. No mês de junho, um bebê com apenas dois dias de vida, a alta acumulada é de 6,56%.   

A alta da commodity vem na esteira dos dados positivos do PMI da China, divulgados na noite de quarta-feira. O documento, publicado pela empresa de análise S&P Global, mede o desempenho da indústria no país. O de maio veio acima dos 50 pontos, o que indica crescimento na produção industrial (abaixo dessa linha, como aconteceu em abril, é sinal de contração).

O dado afasta, ao menos por enquanto, o temor de uma China mais fraca no pós-pandemia, e sinaliza que a maior compradora de minério de ferro do mundo deve manter seu apetite aberto. 

Logo, as empresas do setor subiram em bloco. Além da Vale, tivemos CMIN3 com 4,47%; CSNA3, 4,91%; GGBR4, 3,25%; GOAU4, 3,17% e USIM5 com 3,07%.   

 

Cosan: +7,90%

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A gigante do açúcar, do etanol, do gás, da logística, além de dona dos postos Shell e das lojas ô-qui-sô, ficou com a medalha de ouro do dia. 

CSAN3 subiu 7,90%, catapultada por um relatório do BTG Pactual que colocou o preço alvo das ações em R$ 30. Haja otimismo: é quase o dobro de seu valor no fechamento de hoje (R$ 16,53).

Os analistas do BTG argumentam: em caso de queda da taxa de juros neste ano, a empresa deve conseguir reduzir sua alavancagem. A relação dívida/Ebitda da emrpesa está em não muito saudáveis 2,4x. O BTG acredita que um combo de boa gestão e de Selic em queda devem diminuir essa proporção para 1,9 no final do ano. E para tranquilos 1,6x em 2024.    

Em números mais palpáveis: a dívida da Cosan está em R$ 33 bilhões, contra R$ 17 bi em 2020. O crédito serviu para aumentar os investimentos em outras empresas, incluindo a compra de uma fatia de 4,9% da Vale – ou seja, a alta do minério também ajudou no desempenho de CSAN3 hoje. 

O BTG acredita que o preço atual de Cosan é compatível com uma relação dívida PIB de 2,7x. Como a expectativa deles é a de uma redução drástica nesse parâmetro, o preço-alvo foi recalibrado para a estratosfera.   

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Na outra ponta, as ações da Via e da Magalu registraram as maiores baixas do índice. Também por causa de um relatório: o JP Morgan melou as recomendações de ambas as companhias, dizendo não enxergar boas perspectivas para o varejo até 2024. O banco rebaixou a Magalu de compra para neutra, e recomendou a venda das ações da Via.

Muitos investidores obedeceram: VIIA3 caiu 10,36%. MGLU3, -4,68%

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EUA: mercado de trabalho forte e dívida sem teto

Hoje foi dia de divulgação do payroll nos EUA, o documento mensal que mostra o desempenho do mercado de trabalho americano.

As informações ali deram sinais mistos. Em maio, foram criados 339 mil novos postos de trabalho no país em maio – mais que o dobro da expectativa do mercado, que previa 190 mil. Só que, ao mesmo tempo, a taxa de desemprego aumentou levemente, de 3,4% em abril para 3,7% em maio. 

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O mercado de trabalho tem sido o tendão de Aquiles do Fed durante sua cruzada contra a inflação. Com mais pessoas empregadas e recebendo mais, fica difícil reduzir o consumo e esfriar a economia – que é o objetivo quando se aumenta a taxa de juros. 

Por isso, os dados de hoje esfriaram um pouco as expectativas de que o Fed pause a alta nos juros na próxima reunião. Agora, 70% dos investidores apostam na manutenção dos juros este mês, contra 30% que preveem alta de 0,25p.p. (veja aqui). Ontem, eram 80% vs. 20%, respectivamente. 

Mesmo assim, S&P 500 e Nasdaq fecharam em alta: 1,45% para um e 1,07% para o outro. Por dois motivos. Um que os dados afastam eventuais temores de recessão, que atrapalham o tráfego das bolsas já há uns bons meses. Dois que a treta da dívida pública chegou ao fim. 

O novo acordo para aumento do teto foi aprovado pelo Senado na noite de quinta, e agora segue para a assinatura de Biden. Ficou combinada a suspensão do teto da dívida até 2025. E o fantasma do calote entra de novo em hibernação. Pela 78ª vez desde 1960.

Bom fim de semana 😉 

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Maiores altas

Cosan (CSAN3): 7,90%

Assaí (ASAI3): 4,81% 

CSN (CSNA3): 4,75%

CSN Mineração (CMIN3): 4,47%

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Vale (VALE3): 4,27%

 

Maiores baixas

Via (VIIA3): -9,96% 

Magalu (MGLU3): -4,68%

Totvs (TOTS3): -4,19% 

Raia Drogasil (RADL3): -4,05%

Cogna (COGN3): -3,32%

 

Ibovespa: 1,80%, a 112.588 pontos. Na semana, alta de 1,52%. 

 

Em NY:

S&P 500: 1,45%, a 4.282 pontos

Nasdaq: 1,07%, a 13.240 pontos

Dow Jones: 2,12%, a 33.762 pontos

 

Dólar: -1,07%, a R$ 4,95. Na semana, queda de 0,72%. 

 

Petróleo

Brent: 2,49%, a  US$ 76,13 o barril. Na semana, -1.10% 

WTI: 1,17%, a  US$ 72,67 o barril. Na semana, -1,28% 

 

Minério de ferro: 2,90%, a US$ 105,60 a tonelada na bolsa de Dalian

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