Ibovespa fecha em queda de 0,40% com cautela pré-juros

Investidores esperam a Super Quarta em buscas de pistas dos próximos passos dos bancos centrais brasileiro e americano. Petróleo segue em trajetória de alta.

Por Bruno Carbinatto
18 set 2023, 17h57
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 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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A semana na  bolsa começou morna, como uma introdução lenta de um filme de ação. O clímax, ansiosamente aguardado por uma plateia de investidores, só vem na quarta-feira, quando o banco central brasileiro e o Fed, seu primo americano, se reúnem para decidir o futuro dos juros em seus respectivos países. Além da dupla, Japão, Inglaterra e China também anunciam decisões monetárias nesta semana.

Até lá, o mercado optou pela cautela, uma postura comum diante esse cenário de incerteza. As bolsas americanas fecharam quase no zero a zero (S&P 500 0,07%, Nasdaq 0,01%); por aqui, o Ibovespa até abriu em alta e passou o dia na corda bamba, mas firmou queda o fim do pregão e terminou o dia em -0,40%.

O dólar, por sua vez, caiu 0,31% frente ao real, a R$ 4,8561.

O suspense pré-juros não se trata tanto das decisões que serão divulgadas na quarta-feira. Ambas já são amplamente esperadas pelo mercado: por aqui, o Copom deve voltar a reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, como já deixou anunciado na última reunião. Já nos EUA, é forte a expectativa de que, por ora, os juros fiquem inalterados por lá, na faixa atual de 5,25%-5,5%.

O mais esperado mesmo são as sinalizações para os próximos passos, principalmente nos EUA. Lá, ainda há a chance de um novo aumento de 0,25 ponto percentual até o final do ano, caso a inflação volte a assustar. Para a reunião de dezembro, por exemplo, 37% apostam numa nova alta, segundo a CME FedWatch Tool, da bolsa de Chicago. A maioria, porém, ainda espera uma manutenção. O humor do mercado vai depender de novos dados e, claro, das palavras dos integrantes do Fomc, em especial de Powell, que chefia o BC mais importante do mundo.

Por aqui, surpresas positivas com os números da inflação levaram a uma parcela dos mais otimistas a apostarem que um corte ainda mais forte, de 0,75 p.p., poderia rolar nas próximas reuniões do Copom. Mas são minoria: ainda que, de fato, os dados econômicos brasileiros (incluindo aqui o IPCA e também o PIB) tenham vindo melhor do que o esperado pelo mercado nos últimos tempos, a maioria ainda concorda que o corte de meio ponto percentual na Selic é o mais apropriado, já que a inflação ainda pode voltar a dar as caras por aqui.

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Por falar em inflação, ela volta a ser o centro das atenções no mundo todo, e por culpa do petróleo. A commodity vem numa escalada recente de preços, especialmente porque grandes produtores, com destaque para a Arábia Saudita, estão apertando a torneira e cortando a produção, o que diminui a oferta. Hoje, o Brent seguiu sua trajetória de alta e fechou acima dos US$ 94.

Mais cedo, o CEO da Chevron, Mike Wirth, disse à Bloomberg que prevê que o barril do petróleo ultrapassará os US$ 100.

Por um lado, a notícia é boa para o Ibovespa – a valorização da commodity ajuda a Petrobras, papel com segundo maior peso no índice. Hoje, PETR4 fechou em alta de 0,71%, e PETR3 +1,25%, o que ajudou a limitar as perdas do dia. Por outro, a escalada do petróleo reacende temores inflacionários no mundo todo, com a gasolina pesando no bolso dos consumidores. Investidores vão ficar de olho nisso, inclusive, nos comunicados dos bancos centrais nesta semana.

Por falar em commodity, a outra gigante do Ibov foi a principal responsável pela queda de hoje. VALE3 tombou 1,18%, num movimento de realização. No mês, o papel sobe quase 6%, na esteira do minério de ferro, que também vem numa trajetória de alta lá na China. A matéria prima do aço sobe de olho nos estímulos do governo chinês à economia do país asiático, que anda capenga. 

Entre os destaques negativos do dia, novamente figura a Via (VIIA3, em breve BHIA3), com queda de 4%. Não é novidade para ninguém. Se quiser entender com detalhes o inferno astral que o papel vive, com queda de 70% no ano, leia esta reportagem.

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Até amanhã.

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MAIORES ALTAS

Braskem (BRKM5): 5,84%

Yduqs (YDUQ3): 4,74%

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BRF (BRFS3): 4,35%

Magazine Luiza (MGLU3): 4,03%

Azul (AZUL4): 2,95%

MAIORES BAIXAS

Vamos (VAMO3): -5,66%

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Totvs (TOTS3): -4,10%

Via (VIIA3): -3,95%

Carrefor (CRFB3): -3,43%

Gerdau Metalúrgica (GOAU4): -3,35%

Ibovespa: -0,40%, aos 118.288 pontos

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Em Nova York

S&P 500: 0,07%, aos 4.453 pontos

Nasdaq: 0,01%, aos 13.710 pontos

Dow Jones: 0,02%, aos 34.624 pontos

Dólar: – 0,31%, a R$ 4,8561

Petróleo

Brent: 0,53%, a US$ 94,43

WTI: 0,78%, a US$ 91,48 

Minério de ferro:  -0,17% a US$ 119,45 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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