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Facebook abre uma cratera nas bolsas americanas

Resultados da empresa de Mark Zuckerberg decepcionaram investidores e aumentam expectativa pelo balanço da Amazon. Aqui, investidores lidam com juro de 10,75%.

Por Tássia Kastner, Guilherme Jacques
Atualizado em 3 fev 2022, 08h21 - Publicado em 3 fev 2022, 08h17

Foi um choque e tanto. A empresa dona do Facebook (Meta), lucrou 8% a menos no quarto trimestre de 2021, agora que as redes sociais de Mark Zuckerberg finalmente encontraram um concorrente à altura. O TikTok começa a roubar usuários, principalmente do Instagram. O resultado é que isso levou não só à queda no lucro, mas a um corte nas expectativas para todo 2022. 

Nós aqui da Você S/A já havíamos apontado os desafios que a Meta tem pela frente. Acontece que ninguém esperava dados tão ruins. Isso vem causando um colapso de quase 20% no preço das ações – é isso que o mercado financeiro está preparando no pré-mercado. Se confirmado, a companhia deve perder mais de 200 bilhões em valor de mercado só nesta quinta.

Não foi só a Meta. O Spotify, atualmente envolvido em uma crise institucional por manter no ar podcasts antivax, também reportou números abaixo do esperado. A queda dele no pré-mercado está na faixa dos 8%.

O tombo deve dragar as bolsas americanas para o buraco, isso depois da lufada de esperança com resultados de Google (lucro de +90%), Microsoft (+21%) e Apple  (+20%). Fica faltando a Amazon, que apresenta seus resultados após o fechamento do mercado hoje.

Ontem o dia positivo foi garantido justamente pelas ações do Google. Mas ele teve sua cota de tragédia também: o PayPal tombou 24,5% em Nova York e espalhou uma onda de pessimismo sobre as fintechs – inclusive as brasileiras. A Stone caiu 12%, a PagSeguro 11%, o banco Inter, negociado no Brasil, recuou 9%, e o Nubank caiu 7%.

Por aqui, investidores têm o primeiro pregão com a Selic de 10,75% ao ano. Era o esperado. O que muda, a partir de agora, é que o BC não cantou de quanto deve ser o próximo aumento. No comunicado sobre a decisão de aumento de juros, o Banco Central disse apenas que deve haver uma redução no ritmo de altas.

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A escalada dos juros é uma tentativa de levar a inflação de volta para o centro da meta, que é de 3,50% neste ano e de 3,25% para 2023. Para esse ano, o BC já sabe que não vai conseguir cumprir a meta. O foco está no próximo. O risco de continuar a subir os juros de forma acelerada, segundo economistas, é matar a economia de inanição. Sem dinheiro circulando, o país pode afundar em recessão, o que também não é uma boa ideia.

De qualquer forma, para hoje o que se tem é um dia nuvens e trovoadas. Leve um guarda-chuva.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros S&P 500: -1,07%

Futuros Nasdaq: -2,11%

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Futuros Dow: -0,28%

*às 7h52

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,73%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,08%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,52%

Bolsa de Paris (CAC): 0,31%

*às 7h50

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): feriado

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Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,06%

Hong Kong (Hang Seng): feriado

Commodities

Brent: -1,08%, a US$ 88,50*

Minério de ferro: feriado na China

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*às 7h49

Agenda

Agenda

9h – Banco central da Inglaterra (BoE) divulga sua decisão de política monetária.

9h45 – É a vez do BCE, o banco central europeu, divulgar sua decisão.

10h30 – Departamento de Trabalho dos EUA divulga os números de pedidos de seguro-desemprego da semana até 22/01.

market facts

Recalculando rota

A turbulência pela qual as techs estão passando nas bolsas americanas fez a Elo repensar sua ideia de abrir capital em Nova York. O plano inicial era obter uma avaliação na casa dos US$ 2 bilhões e levantar US$ 600 milhões na operação. Só que os investidores não embarcaram na ideia e pediram desconto no valor das ações. A oferta empacou.

Um dos motivos é que todas as fintechs brasileiras com ações lá fora estão passando por maus bocados. O Nubank caiu 38% desde o IPO, enquanto a Stone acumula baixa de 85% desde a máxima recente, no começo de 2021. Fica difícil atrair investidores. Ainda mais que a Elo não é exatamente uma fintech. Ela já é uma empresa estabelecida e a principal bandeira de cartões débito do país – no crédito, ainda perde para Mastercard e Visa. Além disso, tem como principais acionistas o Bradesco e o Banco do Brasil.

Agora, a companhia quer vender ações na B3, mesmo. A primeira tentativa é emplacar a  oferta até maio. Se não der, ficará para 2023 – depois das eleições.

Vai que vai

Empolgada ao bater seu recorde de vendas de caminhões no Brasil, a Volvo anunciou um investimento de R$ 1,5 bilhão para o desenvolvimento de novos produtos no mercado nacional. A montadora sueca comercializou 21,8 mil unidades em 2021, registrando um crescimento de 45,7% sobre 2020. No mesmo período, de acordo com a Fenabrave, as vendas do segmento deram um salto menor: 42,8%. O investimento deve ajudar a Volvo, neste ano, com a inserção de modelos elétricos no mercado brasileiro – atualmente, eles já estão no portfólio da marca na Europa. 

Vale a pena ler:

Lula-lá (no mercado financeiro)

Para os gestores de fundos Luis Stuhlberger, do Verde Asset, e Rogério Xavier, da SPX Capital, o mercado financeiro já dá como certa a vitória de Lula nas eleições presidenciais de outubro deste ano. Não só isso: também tem criado expectativas para um próximo mandato do petista. Em um evento promovido pelo Credit Suisse, Xavier ligou a enxurrada de dinheiro estrangeiro que vem entrando na Bolsa à percepção de investidores de que um novo governo liderado pelo PT seria “mais responsável”. A Bloomberg repercutiu as falas. Leia (em inglês).

Delicado…

O assassinato do congolês Moïse Kabagambe, na semana passada, no Rio de Janeiro, quando cobrava o pagamento de um salário que lhe era devido, ganhou destaque nos últimos dias. Entre os debates iluminados pelo caso está o das dificuldades que congoleses (e outros imigrantes negros), muitas vezes bem preparados, enfrentam para conseguir emprego no Brasil. Aqui, eles descobrem o que é o racismo e, pior, que suas qualificações não valem nada diante disso. Leia a reportagem da BBC News Brasil.

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(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Nos EUA, após o fechamento, Amazon e Ford divulgam seus resultados.

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