EUA reabrem com sinal positivo, mas petróleo pode estragar feriado do Ibovespa
Brent começa o dia tombando quase 3% e minério recua 0,20%, uma combinação explosiva para a bolsa brasileira.
Bom dia!
Nada como um feriado. As bolsas americanas reabrem nesta terça com o otimismo típico de quem teve um final de semana prolongado: os contratos futuros dos principais índices indicam que Wall Street voltará a sorrir. E o bom humor ajuda a espalhar alguma esperança pelo mundo, ainda que os EUA mesmo não tenham nenhuma notícia positiva (nem negativa, ok) para justificar a expectativa de alta.
O noticiário pesado está na Europa e na China. No velho continente, a União Europeia negocia medidas para conter a alta de preços do gás – que seja na marra, colocando um teto, algo que tradicionalmente investidores tendem a rejeitar. Com o quadro de calamidade se instalando, parece a solução menos pior.
Há ainda o socorro às empresas do setor de energia em andamento, o que evita uma quebradeira generalizada. Houve analista dizendo que o setor corria o risco de repetir Lehman Brothers.
O gás ainda não voltou a fluir no gasoduto russo, mas pelo menos os ânimos esfriaram e as bolsas voltaram a subir. O petróleo também ajuda na equação, caindo quase 3% nesta manhã.
A alta de ontem, provocada pelo anúncio de que a Opep+ (o cartel dos exportadores da commodity) cortará a oferta de petróleo, foi fogo de palha para investidores. Acontece que os sinais de desaceleração global persistem – também porque a restrição de gás na Europa tem tudo para desacelerar a economia global.
E a China tampouco ajuda. O país promete um novo pacote econômico para estimular a atividade no país, mas lockdown, seca e até terremoto são um combo pesado demais até para os chineses.
O minério de ferro até deu uma subida de madrugada, mas depois inverteu o sinal para o negativo. Com as duas principais commodities da bolsa em queda, fica difícil esperar que o Ibovespa acompanhe o sinal positivo lá de fora.
Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,74%
Futuros Dow: 0,69%
Futuros Nasdaq: 0,80%
às 8h01
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,57%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,19%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 1%
Bolsa de Paris (CAC): 0,44%
*às 8h01
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,92%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,03%
Hong Kong (Hang Seng): -0,12%
Brent*: -2,91%, a US$ 92,95
Minério de ferro: -0,20%, a US$ 97,65 por tonelada em Singapura
*às 8h02
Sustentabilidade financeira da Oi
A Oi (OIBR3) está cada vez mais perto de encerrar sua recuperação judicial, iniciada em 2016. Na semana passada, a empresa entregou à Justiça um laudo que atesta sua capacidade de pagar dívidas pelos próximos 3 anos. O documento veio a pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro, que havia dito estar de acordo com a conclusão da recuperação judicial caso a operadora comprovasse sua sustentabilidade financeira. O laudo estima que, até o final de 2022, a Oi terá R$ 6,331 bilhões em caixa. E em 2023, R$ 10,974 bilhões. Valor maior que a dívida estimada para os próximos 3 anos, de R$ 8,02 bilhões.
A volta dos IPOs?
Gestores de bancos de investimento consultados pelo Valor acreditam que as empresas começarão a retomar planos de IPO em novembro, depois das eleições – seja lá qual for o resultado. A aposta é que as primeiras a movimentar o mercado de ações sejam empresas da chamada economia real (aquelas que produzem bens e serviços palpáveis, como comida, petróleo ou construção civil). Eles destacam, principalmente, as companhias do setor de infraestrutura e commodities. Do outro lado, os gestores apostam que as empresas ligadas a tecnologia devam demorar mais um tempo para retomar as ofertas de ações.
Voos fantasmas
Todos os meses, companhias aéreas que operam na Europa mandam decolar dezenas de aeronaves sem passageiros ou com a ocupação abaixo de 10% da capacidade. O fenômeno não é novo, mas tem chamado mais atenção agora – afinal, o setor se comprometeu a zerar emissões líquidas de carbono dentro dos próximos 28 anos. Segundo o Greenpeace, os “voos fantasmas” no continente causam, em um ano, o mesmo dano ambiental que 1,4 milhão de carros. A BBC explica por que as companhias aéreas fazem isso.
Mercado imobiliário cripto
A primeira venda de um apartamento feita em bitcoin em Portugal aconteceu em maio deste ano. Custou € 100 mil – na época, o equivalente a pouco menos de 3 bitcoins. Apesar da avalanche que arruinou o mercado de cripto este ano, o uso de criptoativos no mercado imobiliário está em plena ascensão. Aqui, o Financial Times explica como, onde e o porquê.
Agenda esvaziada