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Estatais derrubam o Ibovespa novamente; WEGE3 dispara 8,36% com balanço melhor do que o esperado

É o terceiro pregão consecutivo de queda. Resultados corporativos e eleições disputam a atenção do investidor em dia de Copom.

Por Júlia Moura, Alexandre Versignassi
Atualizado em 26 out 2022, 17h53 - Publicado em 26 out 2022, 17h37

As ações de Petrobras e Banco do Brasil pressionaram o Ibovespa para baixo pela terceira vez seguida. Conforme as pesquisas seguem apontando uma vitória do Lula no domingo, as estatais perdem valor, já que possíveis privatizações e enxugamentos ficam cada vez mais distantes.

PETR4 cedeu 2,45%, mesmo com a alta de 2% do petróleo. BBAS3 desvalorizou 3,54%. E o Ibovespa perdeu 1,62%, aos 112.764 pontos, menor valor desde o último dia 14.

Hoje, duas pesquisas (Genial/Quaest e PoderData) apontaram que o petista tem 53% dos votos válidos, contra 47% de Bolsonaro.

A bombástica prisão de Roberto Jefferson parece ter prejudicado o seu aliado. No levantamento do PoderData, Jair Bolsonaro perdeu um ponto percentual desde a semana passada, enquanto Lula ganhou um.

Pelos dados da Quest, Lula também oscilou um 1pp para cima, e Bolsonaro se manteve estável.

WEG nas alturas

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O destaque positivo do pregão foi a WEG (WEGE3), que disparou 8,36% após apresentar um balanço melhor do que o esperado referente ao terceiro trimestre deste ano.

A fabricante de motores elétricos, com forte atuação em equipamentos de energia eólica e solar, lucrou R$ 1,158 bilhão no período: 42,5% a mais que no terceiro trimestre de 2021, mesmo com aumento de 24,5% nos custos de bens e serviços e de 28,3% nas despesas operacionais. A multinacional de Jaraguá do Sul (SC) diz que foi graças à força da demanda nacional.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,568 bilhão, 37,1% maior do que no mesmo período do ano anterior.

Comparado com o segundo trimestre deste ano, o lucro cresceu 26,8%. Naqueles meses, o resultado líquido (R$ 912,96 milhões) foi 19,5% menor na comparação anual devido a incidência extraordinária de impostos com a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS. Sem isso, ele teria crescido 6,6%. Ou seja, mesmo em um ano turbulento, a companhia catarinense segue apresentando resultados sólidos.

Hoje, o Credit Suisse reforçou sua recomendação de compra para as ações da Weg com preço-alvo a R$ 41, destacando que os resultados operacionais da empresa vieram acima das suas estimativas mais otimistas, com crescimento impulsionado pela estabilização dos custos das matérias-primas.

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A Receita Operacional Líquida da WEG foi de R$ 7,9 bilhões, um aumento de 27,6% na comparação anual.

O resultado superou em 9% as projeções do Citi, que também reafirmou sua recomendação de compra para o papel. 

O Santander, por sua vez, permaneceu neutro, apesar do lucro líquido ter superado em 19% as expectativas do banco.

Santander lá em baixo

Falando no banco do prédio que é branco de dia e vermelho de noite, suas ações (SANB11) caíram 5,26% nesta quarta. Isso porque os números do Santander no terceiro trimestre decepcionaram o mercado. O lucro caiu 28% para R$ 3,122 bilhões. Na comparação trimestral, a queda foi de 23,5%. 

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O Santander vem sendo impactado por maiores provisões contra inadimplência, ou seja, tem que destinar cada vez mais dinheiro do caixa para possíveis calotes. As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos somaram R$ 6,209 bilhões, uma alta de 68,9% em relação ao terceiro trimestre de 2021.

Se não bastasse, a margem de lucro do banco caiu 13,8% em relação a 2021. 

Ao comentar o resultado, o presidente do banco, Mario Leão, sinalizou que o problema está no segmento de pessoa física, mas que isso seria natural dado o cenário macroeconômico. “Estamos na fase mais desafiadora do ciclo de crédito”, disse em teleconferência. 

Big techs

No exterior, os balanços de big techs também não vieram bons. Alphabet (dona do Google) e Microsoft desabaram 7,72% e 9,63%, respectivamente, depois de reportarem queda no lucro. No fim, o S&P 500 tombou 0,74%; a a Nasdaq, 2%. 

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Logo após o fechamento do mercado, a Meta (ex-Facebook) divulgou um lucro líquido menor do que o esperado, de US$ 4,39 bilhões, uma queda de 52% na comparação anual. Depois de caírem 5% no pregão regular, as ações da companhia do Zuckerberg derretiam mais de 10% no after market.

Copom

E nesta quarta teremos um Copom apagado, já que todas as apostas são para uma manutenção da taxa nos atuais 13,75%. O anúncio sai às 18h30. E a expectativa do mercado é que os juros não baixem até o meio do ano que vem, para não dar combustível para a inflação tão cedo. Por outro lado, ninguém em sã consciência cogita mais aumentos – a não ser que a inflação decole de novo. 

E a gente vai levando.

Até amanhã.

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Maiores altas

Weg (WEGE3): 8,36%

SLC Agrícola (SLCE3): 2,48%

Vale (VALE3): 2,22%

Yduqs (YDUQ3): 1,75%

CSN (CSNA3): 1,63%

Maiores baixas

Locaweb (LWSA3): -10,11%

Magazine Luiza (MGLU3): -8,86%

Positivo (POSI3): -8,56%

CVC (CVCB3): -7,62%

Via (VIIA3): -7,59%

Ibovespa: -1,62%, aos 112.764 pontos

Em NY:

S&P 500: -0,74%, a 3.831 pontos

Nasdaq: -2,04%, a 10.971 pontos

Dow Jones:  0,01%, a 31.840 pontos

Dólar: 1,22%, a R$ 5,3817 

Petróleo

Brent:  2,23%, a US$ 93,79 

WTI: 3,04%, a US$ 87,91

Minério de ferro: -1,3%, a US$ 91,25 por tonelada em Dalian (China)

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