Em dia de agenda vazia, futuros de NY amanhecem em queda
Mas nada que apague o otimismo de dezembro: no mês, S&P 500 sobe 4,4% e Nasdaq 5,5%. Na China, PBoC decide manter taxas de juros e derruba bolsas.
Bom dia!
Wall Street amanhece em clima de recesso, com a agenda vazia. Nos próximos dias, dois dados encerram o ano por lá: amanhã, leitura final do PIB do terceiro trimestre. Na sexta-feira, PCE (de Personal Consumption Expenditures, índice de inflação preferido do Fed).
Em novembro, a segunda leitura do PIB mostrou crescimento de 5,2% no terceiro tri, contra 4,9% da leitura inicial. Para o PCE, a expectativa é de alta de 3,4% em 12 meses até novembro, com o núcleo (medição que desconsidera preços de alimentos e energia, naus voláteis) a 3,7%
Para acabar com o bom humor natalino do mercado, os dados terão que se esforçar. A revisão do PIB precisaria vir forte demais – mostrando uma economia ainda aquecida –, e a inflação bem mais alta do que o esperado.
Só assim para desafiar a convicção do mercado de que as taxas de juros americanos começarão a cair logo em março de 2024. Segundo dados do CME, 71% dos agentes do mercado financeiro acreditam que o Fed baixará os juros em 0,25 pp (a 5,25%) no terceiro mês do ano.
O otimismo é patrocinado pelo discurso de Jerome Powell depois da última reunião do Fomc (o Copom deles), na quarta passada. O presidente da instituição indicou a expectativa de promover três quedas nos juros ao longo do ano que vem.
Um presentão de natal para os coletinhos de Wall Street. Hoje, os futuros por lá amanheceram em leve queda (veja abaixo). Mas nada capaz de apagar o brilho do mês até aqui: em dezembro, o S&P 500 já sobe 4,4%; o Nasdaq, em alta em 11 dos 13 pregões do mês, sobe 5,5%.
Sem estímulos
Já o mercado chinês se decepcionou com a última decisão do BC por lá. Pela madrugada, o Banco Central da China (PBoC) decidiu manter suas taxas de juros de referência intactas. LPRs de um ano ficou em 3,45%, e a de cinco anos, em 4,20%.
Foi um daqueles casos disappointed but not surprised. Apesar de já esperada, a decisão joga luz sobre a falta de medidas do governo chinês para estimular o crescimento do país, que tem tido dificuldade de retomar o ritmo pré-pandemia. Na economia, a principal forma de incentivar o consumo é reduzir as taxas de juros.
A inércia desanimou as bolsas. Num dia de bons resultados no resto da Ásia, o índice chinês CSI 300 (que engloba as bolsas de Xangai e Shenzhen) caiu -1,10%. Mas o minério de ferro nem ligou: alta de 1,46% em Dalian.
Bons negócios!
Futuros S&P 500: -0,15%
Futuros Nasdaq: -0,27%
Futuros Dow Jones: -0,07%
*às 8h19
9h: BC divulga IBC-Br de outubro
15h: Lula vai ao Congresso para promulgação da PEC da reforma tributária
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,20%
- Londres (FTSE 100): 0,58%
- Frankfurt (Dax): -0,14%
- Paris (CAC): -0,01%
*às 8h20
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,10%
- Hong Kong (Hang Seng): 0,66%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,37%
- Brent*: 1,09%, a US$ 80,09
- Minério de ferro: 1,46%, a US$ 132,43 em Dalian
*às 8h21
Criptobaratas
Os últimos dois anos não foram fáceis para as criptomoedas & entusiastas. As taxas de juros altíssimas mundo afora esmagaram o Bitcoin e congêneres para baixas históricas. Não bastasse o contexto macroeconômico, Changpeng Zhao e Sam Bankman-Fried, os fundadores da maior e segunda maior bolsa de criptomoedas do mundo, foram sentenciados por lavagem de dinheiro e fraude, respectivamente, causando uma crise generalizada de confiança no setor — e levando reguladores a tentarem reprimir a ascensão da indústria a todo custo.
Olhando todos esses fatores, seria improvável que as criptos chegassem vivas em 2024. Mas não só vivas, chegarão prosperando: o BTC subiu para uma máxima de dois anos de quase US$ 45 mil semana passada (de US$ 16,6 mil no início do ano). Esta matéria da Economist tenta explicar a resiliência da indústria, com a chamada “cockroach theory”, ou teoria das baratas.