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Déficit maior em 2023 assusta Faria Lima, mas Ibovespa sobe de carona com NY

Cemig (CMIG4) despenca 9,71% com plano oposto ao da privatização: estatal pode ir para o governo federal. VALE3 cai 1,10% após subir 11% no mês.

Por Jasmine Olga
Atualizado em 22 nov 2023, 18h51 - Publicado em 22 nov 2023, 18h45
 (Tamires Mazzo/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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O Ibovespa atravessou um verdadeiro vendaval nesta quarta-feira, mas ainda assim conseguiu se agarrar firme no desempenho de Wall Street e fechar o dia em alta de 0,33%, aos 126.035 pontos. 

Lá fora, os ganhos foram mais expressivos. Na terra do Tio Sam, o mercado segue respirando mais aliviado com relação ao futuro dos juros — mesmo após a ata da última reunião do Fomc ter deixado claro que os juros podem voltar a subir. Nem a tradicional cautela pré-feriado (para eles) atrapalhou o dia. O S&P 500 subiu 0,41% e o Nasdaq, 0,46%. 

O primeiro vento contrário chegou a levar o índice ao campo negativo:  o risco fiscal. Se pela manhã a Faria Lima celebrou as falas otimistas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, com relação à meta fiscal e trajetória da inflação, na parte da tarde o bom humor se desfez. O governo elevou a sua projeção de déficit fiscal para 2023 de R$ 141,4 bilhões em setembro para R$ 177,4 bi. 

A cifra representa 1,7% do PIB e deixa mais evidente o risco de o prometido déficit zero para 2024 não sair do papel. 

Outra ventania partiu das duas principais empresas da bolsa, Vale e Petrobras, que juntas representam 27% do Ibov. A mineradora caiu 1,10% mesmo com a alta de quase 2% do minério de ferro, em um movimento de realização de lucros após acumular ganhos de 11% no mês. 

Já a Petrobras (PETR4) caiu com a queda do petróleo, mas com menor amplitude: -0,03%. O recuo só não foi maior porque o presidente Lula assegurou a Jean Paul Prates que ele não sairá do comando da companhia, ao contrário do noticiado nos últimos dias. O preço do barril caiu 0,59%, a US$ 81,96, mas chegou a despencar 5% ao longo da tarde. A  Organização dos Países Exportadores (Opep) decidiu postergar o seu encontro que aconteceria no próximo domingo. A expectativa do mercado era de que um novo corte na produção fosse feito.  

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CMIG4 (-9,71%) e CSMG3 (-2,83%). 

Brasília também foi o epicentro do terremoto que derrubou as ações da Cemig (CMIG4) e da Copasa (CSMG3). O mercado não gostou de ouvir que Romeu Zema, governador de Minas Gerais, concordou com uma eventual federalização das estatais mineiras de energia elétrica e saneamento básico. 

Zema esteve reunido hoje com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, para buscar soluções para a dívida de R$ 160 bilhões que Minas Gerais tem com a União. No projeto do “Desenrola mineiro”, Pacheco propôs uma nova renegociação dos valores e sugeriu que o pagamento fosse em ações de empresas estatais – e é aí que entra a Cemig e a Copasa. Ao ser questionado na saída do encontro, Zema disse estar de acordo com o plano. 

Desde que Zema assumiu o governo mineiro, em 2019, a expectativa do mercado era de que ele cumprisse sua promessa de campanha e privatizasse as duas companhias. Hoje, ao sair da reunião, o aceno foi no extremo contrário. Em vez de liberar as amarras do poder público, a federalização sob um governo avesso a grandes privatizações jogaria por terra a possibilidade de uma operação parecida com as feitas pela Eletrobras (ELET6) e Copel (CPLE6) nos últimos anos. 

Rumores de que essa seria uma das cartas na manga do presidente do Senado já circulavam desde o início da semana. E, segundo o Itaú BBA e a XP Investimentos, não há razão para um pânico tão grande. 

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Isso porque um processo de federalização não se resolve apenas com um “estamos de acordo”. Para seguir, o mais provável é que um projeto de lei seja elaborado pelo governo mineiro e aprovado na assembleia legislativa de Minas Gerais. 

Até amanhã.

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MAIORES ALTAS 

IRB (IRBR3): 6,19

Marfrig (MRFG3): 5,58%

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JBS (JBSS3): 4,04%

Lojas Renner (LREN3): 4,03%

Eneva (ENEV3): 3,38%

MAIORES BAIXAS

Cemig (CMIG4): -9,71%

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Bradespar (BRAP4): -8,12%

MRV (MRVE3): -3,40%

Magazine Luiza (MGLU3): -2,35%

Pão de Açúcar (PCAR3): -2,14%

Ibovespa: 0,33%, aos 126.035 pontos

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Em Nova York

Dow Jones: 0,53%

S&P 500: 0,41%

Nasdaq: 0,46%

Dólar: 0,07%, a R$ 4,9017

Petróleo 

Brent: -0,59%, a US$ 81,96 por barril 

WTI: -0,89%, a US$ 77,10 por barril 

Minério de ferro: 1,93%, cotado a US$ 139,82 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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