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Dados de inflação dos EUA e aprovação do Orçamento de 2024 puxam Ibov ao 5° recorde do mês

Índice fechou em alta de 0,43%, a 132.750 pontos. Por aqui, o Orçamento foi aprovado com R$ 53 bi em emendas parlamentares (recorde), fundo eleitoral de R$ 5 bi e PAC com R$ 7 bi a menos.

Por Sofia Kercher
Atualizado em 22 dez 2023, 18h51 - Publicado em 22 dez 2023, 18h44

Toquem os sinos de Natal! No último pregão pré-feriado, o Ibovespa decidiu agraciar investidores com o quinto recorde do mês: 132.750 pontos, uma alta de 0,43%. O volume financeiro foi em clima de recesso: R$ 19,9 bi, contra R$ 26 bi da média diária do mês. O dólar fechou em queda de 0,53%, a R$ 4,86.

Ou seja: o otimismo exterior (do qual explicaremos melhor a seguir) levou a turma que estava online e operante às compras.

Quem deu o sinal de compra foi o PCE, dado de inflação dos EUA. O índice teve sua primeira queda desde abril de 2020: -0,1%. Na base anual, cresce 2,6% — contra 2,8% antecipados pelo mercado.

O que mais interessa para o Fed é o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, o que acaba deixando o número mais preciso. Ele subiu 0,1%. Na comparação anual, sobe 3,2% (o mercado esperava 3,3%).

Tanto o núcleo quanto o índice de inflação vieram abaixo do esperado. Isso significa que os níveis de inflação cresceram menos do que o antecipado: o que é ótimo. O PCE deu mais um gás à tese de que a batalha contra a inflação está (praticamente) ganha, os cortes de juros virão mais cedo que o antecipado e que o tão sonhado “soft landing” pode se tornar realidade em 2024.

Festa aqui, festa lá. O S&P 500, principal índice acionário gringo, fechou em alta de 0,17%. A Nasdaq subiu 0,19%.

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Orçamento 2024 aprovado

Nesse lado dos trópicos, o foco foi 100% na aprovação do Orçamento de 2024 no Congresso. O projeto traz uma estimativa do quanto o governo deve receber e quanto de grana pode gastar no próximo ano.

Temos alguns destaques. O texto aprovado tem um valor recorde para emendas parlamentares, de R$ 53 bi — um aumento de 42% em relação a 2023. Elas permitem que deputados e senadores possam financiar obras e projetos públicos estaduais (como comprar ambulâncias, reformar estradas e por aí vai, o que é instrumento de campanha eleitoral nas eleições municipais de 2024).

O Congresso também aprovou um fundo eleitoral astronômico. Inicialmente, foram reservados R$ 940 mi para 2024 — valor que subiu a R$ 4,96 bi. Isso quer dizer que o fundo para a campanha de prefeitos e vereadores no ano que vem será o mesmo que bancou as eleições presidenciais de 2022 (que exigem viagens e têm chance maior de segundo turno).

No mais, os parlamentares cortaram R$ 7 bi do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No total, serão destinados R$ 54 bi ao programa, que é uma das principais vitrines da gestão petista.

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PETR4 e VALE3

Para fechar o dia e o pré-feriado, vamos olhar para Vale e Petrobras. As duas pesos-pesados da bolsa tiveram caminhos opostos no pregão: enquanto PETR4 fechou em alta de 0,96%, VALE3 fechou em queda de 0,75%. 

Ambas seguiram movimentos contrários às respectivas commodities de estimação. O petróleo Brent fechou o dia em queda de 0,4%, a US$ 79,07 por barril. Apesar do tropeço, fechou a segunda semana consecutiva de ganhos. 

É um cabo de guerra. De um lado, os ataques ao Mar Vermelho (explicados melhor aqui) puxam os preços para cima; do outro, a saída da Angola da Opep+ puxa a commodity para baixo. 

Para além das confusões internacionais, investidores acompanham a saga da Petrobras no plano de recomprar a refinaria de Mataripe, na Bahia. Ela foi vendida há dois anos ao fundo de investimentos árabe Mubadala Capital.

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A ideia está em linha com a proposta do governo federal de reestatizar a parte de refino da empresa. Nada mais justo que começar pela Mataripe: a refinaria tem capacidade de processar 300 mil barris por dia, o equivalente a quase 15% da capacidade total de refino do Brasil.

O minério de ferro, por sua vez, fechou em alta de 3%, sua quarta alta semanal consecutiva, impulsionados por notícias otimistas dos bancos estatais da China.

Por hoje, é isso. Feliz Natal e até terça-feira!

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MAIORES ALTAS 

Casas Bahia (BHIA3): 5,2%

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Raízen (RAIZ4): 4,22%

Alpargatas (ALPA4): 4,05%

Grupo Pão de Açúcar (PCAR3):2,81%

Lojas Renner (LREN3): 2,25%

MAIORES BAIXAS

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IRB Brasil (IRBR3): -6,18%

YDUQS (YDUQ3):-2,79%

Vamos (VAMO3): -1,53%

Totvs (TOTS3):-1,5%

Atacadão (CRFB3):-1,44%

Ibovespa: 0,43%, a 132.750,03 pontos. Na semana, 1,96%.

Em Nova York

S&P 500: 0,17%, a 4.754 pontos

Nasdaq:0,19%, a 14.992 pontos

Dow Jones: -0,05%, a 37.385 pontos

Dólar: -0,53%, a R$ 4,8616. Na semana, -1,53%.

Petróleo

Brent: -0,4%, a US$ 79,07 o barril. Na semana, 3,29%.

WTI: -0,45%, a US$ 73,56 o barril. Na semana, 2,48%.

Minério de ferro: 3%, cotado a US$ 136,16 por tonelada na bolsa de Dalian (China).Na semana, 3,2%.

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