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Commodities despencam. PETR4 e VALE3 vão junto morro abaixo

Ibovespa cai 1,68% com pressão sobre as duas empresas, que respondem por 25% do índice. E segue o calvário do IRB: -96% desde o pico.

Por Júlia Moura, Alexandre Versignassi
Atualizado em 31 ago 2022, 11h19 - Publicado em 30 ago 2022, 17h46

A terça-feira foi sangrenta para as commodities. O petróleo e o minério caíram cerca de 5% cada um, arrastando com eles a Petrobras (PETR4 -5,95%) e a Vale (VALE3 -2,90%). Como as duas juntas representam 25% de todo o Ibovespa, o índice não resistiu, e cedeu 1,68%.

Além da já conhecida desaceleração econômica, novos fatores impactaram os preços das matérias-primas. 

No caso do minério, o problema vem da China, seu maior consumidor. A indústria do aço patina por lá e, nesta terça, a Minmetals Futures, uma empresa que negocia contratos futuros de metais, deu uma dimensão do estorvo: a produção em Tangshan, cidade sede de um das maiores produtoras de aço no país, vai cair mais de 8 milhões de toneladas no segundo semestre deste ano devido a cortes na produção. 

Com essa promessa de menor demanda, o preço do minério segue pressionado para baixo.

Já com o petróleo a questão não é na ponta da demanda, mas na da oferta. De acordo com a agência de notícias russa Tass, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo, da qual a Rússia é aliada) não irá mais negociar um corte de produção na reunião da próxima semana. 

Além disso, a empresa estatal de petróleo do Iraque disse que suas exportações não foram comprometidas com os confrontos políticos no país nos últimos dias, que já deixaram 15 mortos em Bagdá.

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Sem redução na oferta, e com a demanda sob o risco de cair em caso de recessão global, a lógica do mercado prevalece e o preço do petróleo cai. A Petrobras, e demais petroleiras, vão junto. PetroRio (PRIO3) cedeu 1,32% e 3R Petroleum (RRRP3), 1,59%.

Bota-fora do IRB

Desde que o IRB (IRBR3) anunciou uma oferta de ações na semana passada, suas ações enfrentam uma forte desvalorização. A empresa passa por dificuldades desde 2020, após fraudes contábeis virem à tona e, agora, ela tenta equilibrar as contas.

O IRB vai emitir mais ações (entre 597 milhões ou 1,2 bilhão, dependendo do apetite do mercado), em uma oferta que será precificada nesta quinta, e já se desfez do prédio onde fica sua sede, no Rio de Janeiro. Anunciada hoje, a venda do imóvel para o Sebrae rendeu R$ 85,3 milhões à companhia de resseguros.

A grande busca por capital gera uma baita desconfiança no mercado, claro. Ontem, as ações do IRB já tinham despencado 5,58%. Hoje foram mais 7,53%, com os papéis fechando em R$ 1,72.    

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Desde o pico, em janeiro de 2020, quando IRBR3 era cotado a R$ 41,49, a queda é de épicos 96%. Para baixo e avante. 

Até amanhã! 

MAIORES ALTAS

Localiza (RENT3): 1,43%

Positivo (POSI3): 1,04%

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Vibra (VBBR3): 0,74%

Hypera Pharma (HYPE3): 0,60%

Itaúsa (ITSA4): 0,54%

MAIORES BAIXAS

CVC (CVCB3): -8,15%

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IRB (IRBR3): -7,53%

Gol (GOLL4): -6,22%

Banco Pan (BPAN4): -6,05%

Petrobras (PETR4): -5,95%

Ibovespa: -1,68%, aos 110.431 pontos

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Em Nova York

S&P 500: -1,10%, aos 3.986 pontos 

Nasdaq: -1,12%, aos 11.883 pontos

Dow Jones: -0,96%,  aos 31.791 pontos

Dólar: 1,58%, a R$ 5,1130

Petróleo

Brent: -4,95%, a US$ 97,84 

WTI: -5,54%, a US$ 91,64

Minério de ferro: -5,01%, cotado a US$ 98,77 por tonelada em Dalian (China)

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