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Com PETR4 puxando para cima e VALE3 para baixo, Ibovespa termina o dia com leve alta

Bolsa brasileira foi na direção contrária de Wall Street, onde investidores ficaram na defensiva após ata do Fed.

Por Bruno Carbinatto
17 ago 2022, 18h16

Foi como andar na corda bamba: o Ibovespa passou por uma quarta-feira bastante instável, alternando entre leves altas e baixas, num dia nublado em Wall Street. No fim, predominou o leve bom humor: alta de 0,17% para o índice brasileiro.

Entre as forças que ajudaram o índice a se manter no azul está a Petrobras. Os papéis da estatal tiveram alta de 3,33% (PETR3) e 2,34% (PETR4) nesta quarta, na esteira da valorização do petróleo no mercado internacional. Mais cedo, os EUA divulgaram os seus dados de estoque de petróleo, que vieram bem abaixo do esperado: houve uma redução de 7,056 milhões de barris na semana, contra uma previsão de alta de 100 mil. No caso da gasolina, os estoques caíram 4,642 milhões de barris, bem mais que o consenso do mercado, que esperava uma queda de apenas 900 mil.

Como explicamos na nossa coluna de Abertura de Mercado, números baixos indicam alta demanda pela commodity nos EUA, o que leva o preço do petróleo a subir. O tipo Brent, referência para Petro, valorizou 1,42% hoje, após dois dias de queda. 

Já outro peso-pesado do Ibovespa, a Vale, seguiu o caminho contrário hoje. Os papéis da mineradora caíram 2,46% na quarta também por influência externa. O preço do minério de ferro desabou 3,74% em Cingapura, levando consigo as ações da empresa de maior peso no Ibov. Não houve uma novidade para explicar o movimento, mas a economia chinesa vem mostrando sinais relevantes de desaceleração nos últimos tempos, o que pressiona a demanda.

Nesse cabo de guerra entre as gigantes do Ibovespa, prevaleceu o lado azul: das 90 ações do índice, 54 fecharam em alta. Um feito e tanto, considerando que o dia foi amargo nos EUA.

Em Wall Street

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O clima já amanheceu nublado em Nova York, com os resultados decepcionantes da rede de supermercados Target. Teve também a inflação no Reino Unido, que veio acima do esperado em julho e ultrapassou os dois dígitos na comparação anual, injetando uma nova dose de pessimismo nos investidores mundo afora.

Nisso, o mercado optou pela cautela enquanto esperava o principal destaque do dia: a ata do Fed.

Neste documento, o banco central americano explica o que embasou sua última decisão monetária e também dá pistas sobre qual será seu próximo passo – a informação mais buscada pelos investidores, diga-se. O mercado ainda não entrou em um consenso se o próximo aumento dos juros nos EUA será de 0,75 p.p. ou se virá um movimento mais suave, de 0,5 p.p.

Acontece que a principal notícia do dia se mostrou uma não-notícia. A ata veio sem grandes novidades, e o Fed optou por não dar muitas pistas sobre seu próximo passo. Na verdade, pelo tom do comunicado, nem mesmo seus dirigentes parecem saber muito bem.

Logo após a divulgação da ata, os índices americanos até reduziram perdas, com investidores focando no trecho do comunicado que diz que “seria apropriado em algum momento desacelerar o ritmo dos aumentos das taxas de juros”. Pouco tempo depois, porém, o mercado caiu na real: nada indica que esse momento é agora. O medo dos juros altos voltou e as bolsas fecharam em queda mesmo: -0,72% para o S&P 500.

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O índice Nasdaq, que reúne as ações de tecnologia, sangrou ainda mais: -1,25%. Por aqui, as ações ligadas ao varejo, também sensíveis a cenários de inflação e juros altos, foram as maiores perdas: AMER3 -6,13%, VIIA3 -6,08%, e MGLU3 -3,13%.

Até amanhã. 

Maiores altas

Cemig (CMIG4): 5,67%

Copel (CPLE6): 4,48%

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CSN Mineração (CMIN3): 4,42%

Pão de Açúcar (PCAR3): 4,30%

Sabesp (SBSP3): 4,23%

Maiores baixas

Americanas (AMER3): -6,13%

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Via (VIIA3): -6,08%

Yduqs (YDUQ3): -5,56%

Qualicorp (QUAL3): -4,57%

Méliuz (CASH3): -4,35%

Ibovespa: 0,17% aos 113.707

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Em Nova York

Dow: -0,50%, aos 33.980 pontos

S&P 500: -0,72%, aos 4.274 pontos

Nasdaq: -1,25%, aos 12.938 pontos

Dólar: 0,53%, a R$ 5,1678

Petróleo

Brent: 1,42%, a US$ 93,65

WTI 1,83%, a US$ 88,11 

Minério de ferro: -3,74%, cotado a US$ 101,55 a tonelada em Cingapura

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